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ACESSO AO CURSO MÉDIO
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APRENDER HEBRAICO É FÁCIL

 

PARTE 1

INTRODUÇÃO

 

A primeira informação que os principiantes em hebraico desejam é, sem dúvida, conhecer o alfabeto hebraico ou "alefbets". Os caracteres hebraicos são, realmente, bem diferentes dos caracteres ocidentais, mas com pouco tempo conseguimos nos acostumar com eles, quando então passam a ser lidos sem necessidade de recorrermos a tabelas de consulta.

Você ficará surpreso de só encontrar consoantes no "alefbets", porém mais adiante falaremos sobre isso.

Vamos então ter nosso primeiro contato com os caracteres hebraicos.

 

 

1) Letra ÁLEF - Não possui som próprio. Pode, porém assumir o som de vogais, dependendo da palavra.

 

2) Letra BÊT - Equivale à letra "B".

 

3) Letra GUÍMEL - Equivale à letra "G".

 

4) Letra DÁLET - Equivale à letra "D".

 

5) Letra HÊ - Equivale à letra "H", levemente aspirado, como o "H" em inglês. É muda no final da palavra.

 

6) Letra VAV - Equivale à letra "V" ou "W", mas pode ter som de vogal "U" ou de vogal "O", dependendo da palavra.

 

7) Letra ZÁIN - Equivale à letra "Z".

 

8) Letra KHÊT - Representa-se o KHÊT de forma transliterada por "KH". Seu som é como o som do "R" na palavra "RUA".

 

9) Letra TÊT - Equivale à letra "T".

 

10) Letra YOD - Equivale à letra "Y". Apresenta som de "I", embora seja uma consoante. O "Y" não faz parte do alfabeto da língua portuguesa, mas tanto em hebraico como em inglês, o "Y" é considerado consoante.

 

11) Letra KAF - Equivale à letra "K".

 

12) Letra LÂMED - Equivale à letra "L".

 

13) Letra MEM - Equivale à letra "M".

 

14) Letra NUN - Equivale à letra "N".

 

15) Letra SÁMEK - Equivale à letra "S".

 

16) Letra AYIN - Esta letra também não possui som próprio e não possui correspondente em português. Pode, contudo, assumir o som de diferentes vogais, dependendo da palavra.

 

17) Letra PÊ - Equivale à letra "P". Essa é fácil de memorizar, não?

 

18) Letra TSADE - Esta letra também não possui correspondente em português. Equivale a um "T" seguido de "S" ou "Z". Pode ser transliterado como "TS" ou "TZ".

 

19) Letra QÔF - Equivale à letra "Q".

 

20) Letra RÊSH - Equivale à letra "R" intermediária em português, como na palavra "CARO".

 

21) Letra SHIN - Equivale às letras "SH", com o mesmo som de um "CH" em português.

 

21) Letra SIN - Equivale à letra "S".

 

22) Letra TAV - Equivale à letra "T".

 

 

 

Observação: O número 21 aparece repetido para as letras SHIN e SIN, porque de fato são uma única letra no alefbets. O ponto à direita superior ou esquerda superior foram adicionados apenas para indicar quando esta letra soa como "S" ou como "SH" em cada palavra. Tais pontos não fazem parte da escrita original do hebraico.

 

O QUE É BEGADKEFAT ?

Begadkefat é o nome usado para 6(seis) consoantes que podem ou não ter a sua pronúncia aspirada. São elas: "BÊT", "GUÍMEL", "DÁLET", "KAF", "PÊ" e "TAV". Em verdade, o som aspirado se representa colocando-se um "h" após a letra, resultando em:

Bh (V), Gh, Dh, Kh, Ph (F) e Th

Estas letras, quando apresentadas da forma simples acima, são aspiradas. Quando não são aspiradas, então devem receber um ponto médio interior para representar uma pronúncia não aspirada. Note que não são consoantes adicionais ao "alefbets", mas sim as mesmas seis consoantes já apresentadas, que possuem sons diferentes dependendo das palavras em que são usadas. Assim, confira na tabela abaixo as formas aspiradas e não aspiradas destas 6(seis) consoantes:

 

 

Corresponde ao "Bh" (B aspirado) que é de fato um "V", e então é referido como "VÊT", em vez de "BÊT".

 

Corresponde ao "B", não aspirado.

 

Corresponde ao "Gh" aspirado.

 

Corresponde ao "G" não aspirado.

 

Corresponde ao "Dh" aspirado.

 

Corresponde ao "D" não aspirado.

 

Corresponde ao "Kh" aspirado, e então é referido como "KHAF".

 

Corresponde ao "K" não aspirado.

 

Corresponde ao "PH" aspirado, que é de fato um "F", e então é referido como "FÊ".

 

Corresponde ao "P" não aspirado.

 

Corresponde ao "Th" aspirado.

 

Corresponde ao "T" não aspirado.

Volto a lembrar que estas não são seis consoantes adicionais, mas apenas as mesmas consoantes que recebem o ponto médio interior, denominado "dáguesh lene".

 

MAS ONDE ESTÃO AS VOGAIS?

No hebraico arcaico, mais antigo, não existiam vogais na escrita, de forma nenhuma. Apenas as pessoas aprendiam o som de cada palavra e inseriam na leitura o som das vogais destas palavras. Repetindo: os sons de vogais existiam, é claro, mas não havia representação escrita destes sons, senão apenas das consoantes das palavras.

Imagine que você, desde o início de sua alfabetização, tenha aprendido a escrever a palavra "computador" assim: "CMPTDR". Então quando você encontrasse esta palavra "CMPTDR" num texto, você leria em voz alta "COMPUTADOR", inserindo todas as vogais que não estariam presentes na escrita.

Assim era o hebraico arcaico até a época dos massoretas. A partir deste grupo denominado massoretas, houve uma preocupação de que o hebraico pudesse ser esquecido totalmente e ninguém mais soubesse como se pronunciavam as palavras. Foi então criado um sistema de sinais, chamados de "SINAIS MASSORÉTICOS", para indicar e memorizar as vogais no idioma hebraico, de modo que a perda da cultura, que eles temiam, não acontecesse.

Desta feita, o hebraico moderno conta com um sistema de sinais massoréticos com a finalidade de indicar a pronúncia das vogais. Tal sistema, se por um lado ajudou a preservar a pronúncia original das palavras, por outro foi um terrível instrumento de corrupção, uma vez que uma utilização errada de tais sinais, perpetuaria o erro para todas as gerações futuras. Mais adiante falaremos sobre alguns exemplos destes.

 

A ORTOGRAFIA DO HEBRAICO

Em primeiro lugar é necessário aprendermos como se lê um livro escrito em hebraico, como por exemplo, as Sagradas Escrituras Hebraicas.

Normalmente ao abrirmos um livro escrito em alguma linguagem ocidental, a lombada fica à esquerda e folheamos as páginas virando-as da direita para a esquerda.

Quando abrimos, por exemplo, uma Bíblia Hebraica, a lombada deverá ficar à direita, e folhearemos as páginas da esquerda para a direita.

A escrita hebraica é feita da direita para a esquerda, a partir da primeira linha superior, e descendo linha a linha. Há uma inversão de lateralidade em relação à escrita ocidental.

Em segundo lugar, é preciso entendermos que em hebraico não existem vogais, mas apenas consoantes, embora algumas destas consoantes, eventualmente atuem com o som de vogais.

Duas destas consoantes são especialmente usadas para vogais, e em si não possuem som algum, senão o som de vogal que adquirem dependendo da palavra em que estão. Estas consoantes são o ÁLEF (primeira letra do "alefbets" hebraico) e o ÁYIN.

Relembre abaixo como é a forma quadrática destas duas letras:

   

ÁLEF

ÁYIN

 

Denomina-se forma quadrática ao tipo de letra usado para imprensa, aquela que não é manuscrita. Os caracteres hebraicos quadráticos são os que primeiramente trataremos aqui.

Outra letra hebraica que pode assumir sons de vogais é o VÁV, porém esta letra tem o seu som próprio quando não está sendo usada como vogal. O VÁV, quando é usado com o seu próprio som, corresponde ao nosso "V" como em "VALE".

Relembre abaixo como é a forma quadrática da letra VÁV, correspondente, como consoante, ao nosso "V":

 

 

VÁV

 

Em hebraico não existe diferença de letras maiúsculas e minúsculas na escrita. O mesmo tipo de letra é usado para começar uma frase, para um nome próprio ou dentro das palavras. Portanto não existem letras maiúsculas e minúsculas, mas apenas a forma natural das letras onde quer que elas se encontrem.

 

AS FORMAS FINAIS

Embora o hebraico não utilize letras maiúsculas ou minúsculas na sua escrita, há um fator peculiar para 5(cinco) letras específicas quando as mesmas se encontram no final de qualquer palavra. Estas cinco letras, no final de uma palavra, apresentam forma diferente, chamada de forma final ou "SOFIT".

Veja na tabela abaixo as formas normais e finais destas cinco letras:

 

FORMA NORMAL

FORMA FINAL

   
   
   
   
   

 

CLASSIFICAÇÃO DAS CONSOANTES QUANTO À FONÉTICA

 

GUTURAIS

         

 

PALATAIS

       

 

 

LINGUAIS

           

DENTAIS

         

 

LABIAIS

       

 

 

 

Observe que a consoante RESH é, ao mesmo tempo, gutural e lingual.

 

OS SINAIS MASSORÉTICOS

Como vimos anteriormente, os sinais massoréticos não faziam parte do hebraico arcaico, originalmente, tendo sido criados numa época em que havia temor de que a língua hebraica caísse no esquecimento e se tornasse impossível saber como as palavras eram pronunciadas. Como efeito disso, pronúncias puderam ser alteradas também, bastando que alguém por falha ou por tendência religiosa inserisse o massorético errôneo.

Os sinais massoréticos, em sua maioria, são colocados abaixo das letras, mas alguns também são colocados acima ou na linha média da letra.

Vamos então conhecê-los:

 

 

LONGAS

BREVES

SEMIVOGAIS

VOGAL "A"

         

Qamets Gadol

Qamets Qaton

Patar

Shevau Qamets

Shevau Patar

VOGAL "E"

       

Tserê

Segol

Shevau

Shevau Segol

VOGAL "I"

 

 

 

 

Hireq Gadol

Hireq Qaton

 

 

VOGAL "O"

   

 

 

 

Vav Roulem

Roulem

 

 

 

VOGAL "U"

   

 

 

Vav Shúreq

Qibuts

 

 

 

Em hebraico existem vogais LONGAS (Gadol), BREVES (Qaton) e SEMIVOGAIS (Shevau). Para melhor entendimento, precisaremos explicar alguns dos massoréticos fora da ordem em que aparecem na tabela acima.

Qamets - O massorético "qamets" pode representar a vogal "A" longa, ou a vogal "A" curta, não havendo diferença no sinal massorético entre os dois casos. Somente pelo conhecimento da etimologia da palavra somos capazes de saber se estamos diante de um "Qamets Gadol" (qamets longo) ou de um "Qamets Qaton" (qamets curto). No caso da vogal "A" curta, o "Qamets Qaton", o som realmente pronunciado não é de "A", mas sim, de uma sonoridade entre o "A" e o "O", mais fácil de pronunciarmos se usarmos o ditongo decrescente "AO". O "Qamets Qaton" é a primeira vogal usada tanto no Nome do Criador, YAOHU, como no Nome do Messias, YAOHUSHUA, conforme as figuras abaixo:

 

 

       

 

 

 

 

 
       

 

   

 

 

 

 

Os Nomes do Criador, YAOHU, e do Messias YAOHUSHUA, acima, apresentam mais três vogais: o "Vav Shúreq" (U longo), o "Qibuts" (U curto) e o "Patar" (A curto), sobre as quais falaremos a seu tempo.

Patar - É a vogal "A" breve. É usada sob a letra AYIN final do Nome do Messias YAOHUSHUA.

Shevau - Este massorético foi inventado para representar uma semivogal ou "vogal esvaída". Para entendermos tal coisa, devemos pensar nas palavras "advogado" ou "adjetivo", em português. Nestas palavras, após o "d", há, de fato, uma "vogal esvaída", que não é nem escrita, mas que é pronunciada por um tempo muito pequeno. Há pessoas que pronunciam erradamente a palavra como "adevogado", como se ali houvesse uma vogal. Este conceito de semivogal é importante de ser bem entendido, para uma perfeita pronúncia das palavras que contêm o massorético "Shevau" ou seus compostos.

Quando o "Shevau" aparece ligando uma consoante à outra, na mesma sílaba, ele é pronunciado como "E" bem curto, mas é vocálico ou sonoro. Um bom exemplo para este caso é a palavra "mnemônico" em português. Se usássemos massoréticos em português, certamente esta palavra receberia um "Shevau" vocálico entre o "m" e o "n" iniciais. O mesmo é válido para a palavra "pneu", que muitos pronunciam erradamente como "peneu".

Quando o "Shevau" aparece no final de uma sílaba, ele é pronunciado extremamente curto, e não é transliterado, mas atua de forma "secante" na palavra, causando uma pausa como se a palavra tivesse sido dividida em duas palavras. Novamente as palavras "advogado" e "adjetivo", em português, servem de exemplo para este caso, pois é como se pronunciássemos duas palavras "ad-vogado" ou "ad-jetivo". Se usássemos os massoréticos em português, estas duas palavras certamente receberiam o "Shevau" secante.

Shevau-Patar, Shevau-Segol e Shevau-Qamets - Quando o massorético "Shevau" estiver sob uma consoante gutural (álef, áyin, hê, khêt ou rêsh), ele deve ser representado precedido pelo sinal de uma vogal breve (qamets qaton, patar ou segol).

Hireq Gadol e Hireq Qaton - A forma longa da vogal "I" é representada pelo Hireq Gadol, que é composto de um ponto sob a consoante que precede a letra YOD. A forma curta da vogal "I" é representada pelo Hireq Qaton que é apenas um ponto sob uma consoante. Além disso, a própria letra YOD, embora consoante, apresenta som de "I" e, eventualmente, "E".

 

IMPORTANTE: Quando falamos sobre sinais massoréticos, esclarecemos que são sinais ADICIONADOS à escrita hebraica, e que não faziam parte do hebraico original. Assim, no caso do Hireq Gadol, somente o ponto é, de fato, um sinal massorético. O YOD que aparece depois dele, existiria do mesmo jeito numa escrita onde os sinais massoréticos estivessem ausentes.

Roulem e Vav Roulem - Estas são duas formas de "O" longo. O Vav Roulem é a representação da letra VAV com um ponto sobre ela, apresentando som de "O" longo por natureza. Este é o caso em que o VAV atua como "O" e não como "V". O ponto superior pode também ser usado em palavras onde não há o VAV mas que possuem, contudo, a pronúncia da vogal "O".

 

IMPORTANTE: Quando falamos sobre sinais massoréticos, esclarecemos que são sinais ADICIONADOS à escrita hebraica, e que não faziam parte do hebraico original. Assim, no caso do Vav Roulem, somente o ponto é, de fato, um sinal massorético. O VAV que aparece sob ele, existiria do mesmo jeito numa escrita onde os sinais massoréticos estivessem ausentes.

Vav Shúreq e Qibuts - São as representações longa e curta, respectivamente, da vogal "U". O Vav Shúreq faz parte do Nome do Criador, YAOHU, e também do Nome do Messias, YAOHUSHUA. O segundo "U" do Nome do Messias é representado por um massorético Qibuts, por ser curto.

 

IMPORTANTE: Quando falamos sobre sinais massoréticos, esclarecemos que são sinais ADICIONADOS à escrita hebraica, e que não faziam parte do hebraico original. Assim, no caso do Vav Roulem, somente o ponto é, de fato, um sinal massorético. O VAV que aparece com o ponto em sua linha média, existiria do mesmo jeito numa escrita onde os sinais massoréticos estivessem ausentes.

PARTE 2

ALGUMAS PALAVRAS PARA ADQUIRIRMOS VOCABULÁRIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

   LUZ (ÔR)

 

 

 

     

   DIA (YÔM)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

   BOM (TÔV)

 

 

 

     

   CIDADE (IR)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

   VOZ (QÔL)

 

 

 

     

   HOMEM (ISH)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

   EU (ANI)

 

 

 

 

   

   POVO (ÁM)

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

   CAVALO (SUS)

 

 

 

     

   CASA (BAYITH)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

       

   LEI (TÔRÁH)

 

 

       

   RETO; JUSTO (TSADIQ)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     

   TERRA (ERETS)

 

 

 

     

   SOL (SHEMESH)

 

 

   

 

 

 

 

 

   

 

 

Em partes subsequentes deste material conheceremos mais palavras em hebraico com suas respectivas escritas e transliterações.

 

PARTE 3

APRENDENDO A DIVISÃO DE SÍLABAS

 

Como regra básica, cada sílaba só pode conter uma única vogal, seja ela breve ou longa (Gadol ou Qaton), mas pode também conter uma semi-vogal Shevau, Shevau-Patar, Shevau-Segol ou Shevau-Qamets. Assim, no máximo uma vogal e uma semi-vogal.

Cada sílaba pode ter uma ou mais consoantes, mas apenas uma vogal, e, adicionalmente quando for o caso, um Shevau simples ou composto.

Alguns exemplos:

 

 

 

 

 

             

-

   

A primeira sílaba contém a vogal breve Hireq-Qaton e a semi-vogal Shevau (mitz).
A segunda sílaba contém a vogal longa Qamets-Gadol (vah). MITZ-VAH - mandamento

 

       

 

       
               

-

 

A primeira sílaba contém a vogal Qamets-Gadol apenas (na).
A segunda sílaba contém a vogal longa Hireq-Gadol (vi). NA-VI - profeta

TEOLOGIA BÍBLICA DO VELHO TESTAMENTO

DEFINIÇÃO

Teologia é a ciência que trata do nosso conhecimento de Deus, e das coisas divinas. A teologia abrange vários ramos, vejamos:

Teologia exegética Exegética vem da palavra grega que significa extrair. Esta teologia procura descobrir o verdadeiro significado das Escrituras.
Teologia Histórica Envolve o Estudo da História da Igreja e o desenvolvimento da interpretação doutrinária.
Teologia Dogmática É o estudo das verdades fundamentais da fé como se nos apresentam nos credos da igreja.
Teologia Bíblica Traça o progresso da verdade através dos diversos livros da Bíblia e descreve a maneira de cada escritor em apresentar as doutrinas mais importantes.
Teologia Sistemática Neste ramo de estudo os ensinamentos concernentes a Deus e aos homens são agrupados em tópicos.

INTRODUÇÃO

Devido a vastidão de assuntos, e a profundidade dos mesmos, bem como o curto espaço de tempo para exposição, estaremos deparando com uma grande dificuldade. Outra dificuldade é a falta de familiaridade com o Velho Testamento, a negligência ao estudo do mesmo tem causado muitos embaraços aos leitores da Bíblia.
Para facilitar o estudo, estaremos dando ênfase a introduções de apenas algumas doutrinas, visto que, serão abordados mais profundamente quando do estudo da referida doutrina.
O Velho Testamento é a parte preparatória de Deus para revelações maiores e mais profundas ao homem. Por isso é especial. Deus providenciou uma revelação e mostrou seus diferentes métodos:

Sonhos - Joel 2:28 E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.
Jeremias 23:32 Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito algum a este povo, diz o SENHOR.
Visões - Atos 7:31Então Moisés, quando viu isto, se maravilhou da visão; e, aproximando-se para observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor, ( Uma Visão espiritual )

Aparições - Isaías 6:1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.

Histórico - A Melhor forma de revelação de Deus ao homem sem dúvida é através da história. Através da convivência com Deus, através das experiências adquiridas com Ele.
Os Períodos Históricos da Teologia do Velho Testamento
Assim como os apóstolos do NT com suas epístolas, eram, de muitas maneiras, os intérpretes dos Atos e dos Evangelhos, assim também a teologia do AT poderia semelhantemente começar com os profetas por um motivo bem semelhante. No entanto, mesmo para o fenômeno da profecia bíblica, havia a realidade sempre presente da história de Israel. Toda a atividade salvífica de Deus em tempos anteriores tinha que ser reconhecida e confessada antes de alguém poder ver mais firme a revelação adicional de Deus. Devemos, portanto, começar onde começou: na história — história verdadeira e real.

A Era Pré-patriarcal

Sem dúvida, Abraão ocupou um lugar de destaque no auge da revelação. O texto avança da extensão desde a criação e descreve a tríplice tragédia do homem como resultado da queda, do Dilúvio e da fundação de Babel para a universalidade da nova provisão da salvação da parte de Deus para todos os homens, através da descendência de Abraão.
A palavra principal é "Benção" repetida da parte Deus — que existia apenas no estado embrionário. No inicio, trata-se da "Bênção" da ordem criada. Depois, é a "Bênção" da família e da Nação, em Adão e Noé. O auge veio na quíntupla "Bênção" para Abraão em Gênesis 12:1-3, que incluía bênçãos materiais e espirituais.

A Era Patriarcal

Esta era foi tão significativa que Deus Se anunciava como "Deus dos patriarcas", ou "Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó". Além disto, os patriarcas eram considerados "profetas" (Gn 20:7; SI 105:15). Aparentemente era porque pessoalmente recebiam a palavra de Deus. Freqüentemente, a palavra do Senhor "veio" a eles de modo direto (Gn 12:1; 13:14; 21:12; 22:1) ou o Senhor "apareceu" a eles numa visão (12:7; 15:1; 17:1; 18:1) ou na personagem do Anjo do Senhor (22:11,15).
Os períodos de vida de Abraão, Isaque e Jacó formam outro tempo distintivo no fluxo da história. Estes três privilegiados da revelação viram, experimentaram e ouviram tanto, ou mais, durante o conjunto de dois séculos representado pelas vidas combinadas deles, do que todos aqueles que viveram durante os milênios anteriores! Como conseqüência, podemos, com toda a segurança, delinear Gênesis 12-50 como nosso segundo período histórico no desdobrar da teologia do AT, exatamente como foi feito por gerações posteriores que tinham o registro escrito das Escrituras.

A Era Mosaica

Israel foi então chamado "reino de sacerdotes e nação santa" (Êxodo 19:6). Deus, com todo o amor, delineava os meios morais, cerimoniais e civis de se cumprir tão alta vocação. Viria no ato primário do Êxodo, com a graciosa libertação de Israel do Egito, operada por Deus, a subseqüente obediência de Israel, em fé, aos Dez mandamentos, a teologia do tabernáculo e dos sacrifícios, e semelhantes detalhes do código da aliança (Êxodo 21-23) para o governo civil.
Toda a discussão quanto a ser um novo povo de Deus se derivava de Êxodo 1-40; Levítico 1-27; e Números 1-36. Durante esta era inteira, o profeta de Deus foi Moisés — um profeta sem igual entre os homens ( Números 1-36 ). De fato, Moisés foi o padrão para aquele grande Profeta que estava para vir, o Messias. ( Deuteronômio 16:15-18 )
A Era Pré-Monárquica
Uma das partes da promessa de Deus que recebeu uma descrição detalhada foi a conquista da terra de Canaã.
Esta história se estende ao longo do período dos juizes para incluir a teologia das narrativas da arca da aliança em 1 Samuel 4-7 os tempos se tornaram tão distorcidos e tudo parecia estar em tantas mudanças subseqüentes devido ao declínio moral do homem e à falta da revelação da parte de Deus. De fato, a palavra de Deus se tornara "rara" naqueles dias em que Deus falou a Samuel (1 Samuel 3:1). Conseqüentemente, as linhas de demarcação não se escrevem tão nitidamente, embora os temas centrais da teologia e os eventos-chave sejam bem registrados historicamente.
A história de Josué, Juízes e até Samuel e Reis, são momentos significantes na história da revelação deste período, são usualmente reconhecidos pela maioria dos teólogos bíblicos de hoje.
O melhor que se pode dizer do período pré-monárquico é que era um tempo de transição. o surgimento de exigência de um rei para reinar sobre uma nação que se cansou da sua experiência em teocracia conforme ela era praticada por uma nação rebelde.
Depois da Lei até Davi não há avanço teológico. Neste período, deus é revelado como Santo, como Espírito Santo, como Eterno. A vida de Cristo é mais precisamente predita, nos sacrifícios, e ofertas e no propiciatório.

A Era Monárquica

O pedido do povo no sentido de lhe ser dado um rei, quando Samuel era juiz (1 Sm 8-10). e até o reinado de Saul nos preparam negativamente para o grandioso reinado de Davi (1 Sm 11 —2 Sm 24:1 Reis l-2.)
A história e a teologia se combinavam para enfatizar os temas de uma dinastia real continuada, e um reino perpétuo com um domínio e alcance que se tornaria universal na sua extensão e influência. Mesmo assim, cada um destes motivos régios foi cuidadosamente vinculado com idéias e palavras de tempos anteriores: uma "descendência"" um "nome" que "habitava" num lugar de "descanso", uma "bênção" para toda a humanidade, e um "rei" que agora reinava sobre um reino que duraria para sempre.
Este período é caracterizado historicamente pela prática desenfreada do pecado e declínio de Israel.
Os quarenta anos de Salomão foram marcados pela edificação do templo e por outro derramamento de revelação divina. A Sabedoria. Assim, a lei mosaica pressupunha a promessa patriarcal e edificava sobre ela, assim também a sabedoria salomônica pressupunha a promessa abraâmico-davídica como a lei mosaica. O conceito-chave era "o temor do Senhor" — uma idéia que já começou na era patriarcal (Gn 22:12; 42:18; Já 1:1, 8-9; 2-2).
Agora que a "casa" de Davi e o templo de Salomão tinham sido estabelecidos, sendo assim, os profetas poderiam agora focalizar sua atenção sobre o plano e reino de Deus no seu alcance mundial. Infelizmente, porém, o pecado de Israel também exigiu boa parte da atenção dos profeta.
Com essas revelações o mundo deveria esperar até que chegasse a " Plenitude dos Tempos " , Gálatas 4:4; Pedro 1:10-12.

Questões Importantes Sobre Revelação

1) Distinção entre revelação e apreensão: A compreensão vinha a medida que o homem ponderava a revelação feita.
2) Revelação Parcial: Algumas coisas foram reveladas, mas não foram explicadas. A explicação pode vir mais tarde, ou não vir jamais, Deut. 29:29. Também no Novo Testamento há coisas reveladas mas no explicadas: Nascimento virginal de Jesus, Trindade, Dupla Natureza de nosso Senhor.
3) Revelação Universal: A revelação foi feita com o objetivo de se estender a humanidade toda: "Em ti serão bendita todas as nações", Deus disse a Abraão. (Gênesis 12:3)

Divisões da teologia do Velho testamento

As divisões naturais incluem as grandes doutrinas a serem discutidas:

A Doutrina da Criação
A Doutrina de Deus
A Doutrina do Homem e do Pecado
A Doutrina da Salvação.


A Doutrina da Criação

A Constatação de um princípio claramente definido, tanto nas referência cosmológicas quanto bíblicas, podem desencadear novas e fascinantes descobertas que confirmem ainda mais, as sábias palavras das Escrituras.
Podemos dizer que a " Ciência e a religião são como duas janelas na mesma casa, através de ambas contemplamos as obras do Criador.
Teorias Referente a Criação
Teoria da Grande Explosão ("BIG BANG"). A partir do estudo de Einstein. sobre a Teoria da Relatividade, outros cientistas acreditam que o Universo era uma bola imensa de hidrogênio que se expandiria indefinidamente e alcançaria distâncias quase infinitas. Eles imaginam que, em algum tempo indecifrável. houve uma grande explosão desta imensa bola de hidrogênio. Daí, surgiram os mundos, as galáxias. Na tentativa de definir as origens do Universo, procuram determinar a sua idade, sugerindo a cifra de 12 bilhões de anos. De fato, esta teoria acredita na eternidade da matéria, mas a Bíblia a refuta, quando declara que tudo em algum tempo começou a existir, "No princípio, criou Deus os céus e a terra.
A teoria do Panteísmo . O Panteísmo declara que Deus e a Natureza são a mesma coisa e estão inseparavelmente ligados. A idéia básica desta teoria é que o Senhor não cria nada, mas tudo emana e faz parte dEle. Entretanto, a revelação bíblica não aceita, de modo algum, este ensinamento, pois o Criador não é parte do Universo, e , sim, este foi criado por Ele. (SI 6) A Teoria Evolucionista. Criada por Charles Darwin, ensina que a matéria é eterna, preexistente. A partir daí, mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passaram a existir. Entretanto, a Bíblia declara que Deus criou todas as coisas, isto é, tudo teve um começo. As provas diretas da criação, além da Ciência, estão expostas na Bíblia Gn 1.1.
Teoria da Criação, a partir do nada ( Catastrófica ). Esta é talvez, a mais difundida, ensinada e pregada no meio evangélico. Declara que Deus criou tudo "do nada", mediante o poder de sua palavra. Utiliza-se como base, para a afirmação desta idéia, o texto de Hebreus 11.3, o qual diz que "os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente’. Ora, entendemos que aquilo qual não é aparente, não quer dizer "do nada", mas pode referir-se à coisas imateriais.
Gênesis 1: 1 No princípio criou Deus os céus e a terra.

Uma leitura atenta nos trará importantes informações, sobre a origem do Universo, com poucas palavras este verso nos traz quatro dados importantes:

1 - O Tempo da Criação
2 - O Ato da Criação
3 - O Autor da Criação

O Tempo da Criação

Quando tudo começou ?

João 1: 1 - 2 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.
Provérbios 8: 23 Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra.
O Princípio é o espaço existente antes da criação
O Ato da Criação
No original hebraico o termo "Criar" aparece como "Bara" termo este que na Bíblia só é empregado para designar atos especiais de Deus. Seu significado mais amplo é trazer a existência o que antes não existia. Somente Ele possui este poder.
Salmo 8: 3 - 4 Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?

O Autor da Criação

A Suprema precisão com que todos os astros se movem e sua disposição no universo demonstra que tudo isto não apareceu por acaso.
Salmo 19: 1 Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Salmo 119: 90 - 91 A tua fidelidade dura de geração em geração; tu firmaste a terra, e ela permanece firme. Eles continuam até ao dia de hoje, segundo as tuas ordenações; porque todos são teus servos.

A Doutrina de Deus

Atributos da Personalidade de Deus

1º Aspecto de sua personalidade INTELECTO
Isaías 11: 2 Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de INTELIGÊNCIA, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.
- Escolhe Atos 20: 28 - Ensina João 14: 26
- Instrui Atos10:19–20 - Fala Apoc. 2: 7

2º Aspecto de sua personalidade VOLIÇÃO
I Cor. 12: 11 Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer.
- Testifica João 15: 26 - Envia Atos 13: 2, 4
- Impede Atos 16 ; 6-7 - Intercede Rom. 8: 26
- Revela II Pe. 1: 21

3º Aspecto de sua personalidade SENSIBILIDADE
Rom. 15: 30 Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combateis comigo nas vossas orações por mim a Deus.
- Ama II Tim. 1: 7 - Entristece Ef. 4: 30
Portanto qualquer ser que pensa, que ama, que quer, é uma pessoa.

Os Atributos

Vida: Deus tem vida em si mesmo; Apocalipse 7:17 Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima.
Deus é vida ( Jo.5:26; 14:26 ) e o princípio de vida ( At.17:25,28 ).
Sábio: Capacidade de agir, julgar corretamente e prudentemente. Tiago 3:17 Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. ( Jó 9:14 ; João 11:8-9 )
H.B. Smith define a sabedoria de Deus como o Seu atributo através do qual Ele produz os melhores resultados possíveis com os melhores meios possíveis.
Inteligente: Capacidade de compreender facilmente.

Outros Atributos

- Tem Propósito Efésios 3:11
- Tem Emoções Salmos 103:13
- É Livre Efésios 1:11
- É Ativo João 5:17

Atributos de Sua Grandeza

Auto-Existência: Deus existe por Si mesmo. Ele nunca teve início, portanto Deus é absolutamente independente de tudo fora de Si mesmo para a continuidade e perpetuidade de Seu Ser. Deus é a razão de sua própria existência ( João 5: 26; Salmo 36: 9 ).
Eterno: A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada eternidade. Deus é Eterno (Salmos 90: 2; Deuteronômio 33: 27 ). A eternidade de Deus significa que Deus transcende a todas as limitações de tempo ( II Pedro 3: 8 ) Ele é o Eterno EU SOU. Deus é elevado acima de todos os limites temporais e de toda a sucessão de momentos, e tem a totalidade de sua existência num único presente indivisível (Is.57:15).

Imutabilidade: É o atributo pelo qual não encontramos nenhuma mudança em Deus. A base de Sua imutabilidade sua perfeição porque toda mudança tem que ser para melhor ou pior e sendo Deus absolutamente perfeito jamais poderá ser mais sábio, mais santo, mais justo, mais misericordioso, e nem menos. ( Deuteronômio 32: 4; Tiago 1: 17 ). O próprio Deus jamais mudará de opinião, mas fará conforme seu plano predeterminado (Isaías 46:9,10).

Onipresença: Deus está em todos os lugares ao mesmo tempo ou tudo está em sua presença
O Panteísmo ensina que tudo é Deus
Os Materialista ensina que Deus está distribuído em todo o espaço

Imensidão: A infinidade de Deus em relação ao espaço é denominada imensidade. Deus é imenso ( Isaías 66: 1; Jeremias 23: 24 ).

Onisciência: Atributo pelo qual Deus, única, conhece-se a Si próprio e a todas as coisas possíveis e reais. Seu conhecimento não é progressivo ou fragmentado e Nem precisa de observar ou de raciocinar para adquirir conhecimento ( Jó 37: 16; Isaías .40:28 ).

Presciência: Significa conhecimento prévio do futuro. Não é dedução ou previsão ( Mateus 6:8 ).

Onividência: Significa que tudo está ao alcance de Sua visão, isto é, das coisas que existiram no passado, que existem no presente e existirão no futuro.

Onipotência: É o atributo pelo qual encontramos em Deus o poder ilimitado para fazer qualquer coisa que Ele queira, não significa o exercício para fazer aquilo que é incoerente com a natureza ( Romanos 7: 15 ). Entretanto há muitas coisas que Deus não pode realizar. Ele não pode mentir, pecar, mudar ou negar-se a Si mesmo ( Números 23: 19; Hebreus 6: 18; Tiago 1: 13; ).

Outros Atributos

- Perfeito Salmo 18:30
- Infinito I Reis 8:27
- Soberano Neemias 9:6
- Incompreensível Jó 37:5

Demais atributos e estudo dos Nomes de Deus estaremos analisando na Matéria Teologia Sistemática de Deus.

A Doutrina do Homem e do Pecado

Têm surgido as mais variadas teorias acerca da origem do homem. De um modo geral, elas não conseguem anular a ligação do ser humano com a Terra. Entretanto, a única fonte realmente autorizada, acerca da origem da humanidade, é a Bíblia Sagrada. Os dois primeiros capítulos de Gênesis nos oferecem, de modo plausível e coerente, a verdadeira história das origens, inclusive a do homem.

A CRIACAO DO HOMEM

Gênesis 1: 26-27 A Bíblia nos informa sobre a criação do homem; uma forma simples que podemos perder a grandeza desse ato.
Gênesis 2: 7. A Bíblia detalha o que se passou em Gênesis l: 26. A Bíblia utiliza muito essa forma acerca dos grandes acontecimentos, ou seja, informa primeiro de forma geral e depois descreve melhor, em mais detalhes, esse mesmo fato.

Espírito - Alma - Corpo

O homem é diferente e superior a todas as criaturas que Deus criou, Podemos afirmar isso, porque de nenhuma outra criatura a Bíblia informa que foi criada à imagem e semelhança de Deus. A Bíblia nos mostra que os anjos forma criados espíritos; foram feitos espíritos por criação, por composição. Deus fez os anjos espíritos. Hebreus 1: e 14; Salmo 104:4

Corpo

"E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra": a que parte se refere? o corpo. Deus pegou do pó da terra e formou um corpo: mas esse corpo não era um homem, era um boneco de terra.

Espírito

Mas o versículo continua: "e soprou-lhe nas narinas o fôlego de vida". Se Deus não tivesse soprado, aquele boneco de terra estaria lá até hoje. Deus pegou aquele boneco e soprou algo de dentro Dele. Quando Deus soprou, aquele boneco recebeu vida, uma vida que saiu de dentro de Deus.
A palavra fôlego no hebraico, é a mesma palavra usada para espírito.

Alma

Vemos no final de Gênesis 2: 7; "e o homem se tomou alma vivente" Quando o Espírito de Deus tocou aquele boneco de terra, foi manifesta a vida no homem. O que manifesta a vida no homem, é a nossa alma, a nossa personalidade. Deus soprou nas narinas o Espírito que iria trazer vida na alma e no corpo. A vida no espírito vem direto de Deus.
Com o espírito conheço a Deus, com a minha alma conheço meu intelecto, as emoções, as vontades, e com o corpo conheço o mundo físico, material. Estudaremos em mais detalhes durante a matéria Teologia Sistemática do homem.

AS FACULDADES DISTINTAS DO HOMEM

As Faculdades do Corpo: São Cinco as faculdades, as quais se manifestam através do corpo: visão, audição, olfato, paladar e tato. Ainda que sejam distintas umas das outras, elas não atuam independentes do comando da alma. São denominadas de instintos naturais ou sentidos corporais, os quais recebem impressões do mundo exterior, transmitidas ao cérebro, através do sistema nervoso. E dai que partem as ordens para todas as partes do corpo. Os sentidos físicos obedecem às leis naturais que estão impressas no ser humano. São elas que regem as atividades do corpo.

As Faculdades da Alma: São três as faculdades principais ou qualidades da alma, pelas quais ela se manifesta: intelecto, sentimento e vontade.
O INTELECTO é a parte da alma que pensa, raciocina, decide, julga e conhece.
O SENTIMENTO faz o homem um ser emotivo. Ele não é uma máquina insensível, pois pode
sentir todas as grandes emoções, como alegria, gozo, paz, prazer, tristeza, descontentamento, pesar e dor.
A VONTADE se expressa como resultante das influências do intelecto e dos sentimentos. Ela não age sozinha. Não há vontade livre ou independente. Ela obedece às forças emotivas e intelectuais da alma.

As Faculdades do Espírito: Duas faculdades principais se destacam com abrangência sobre outras qualidades importantes, as quais são: Fé e Consciência. Elas identificam o ser religioso do homem. Podemos chamar de natureza espiritual, da qual o ser humano é dotado especialmente para uma perfeita comunhão com Deus.

TENTAÇÃO E QUEDA DO HOMEM

A Terminologia do Pecado

As palavras empregadas no V.T. para descreverem o pecado são tão notáveis como o registro de sua historia.

1. (Chata) Pecar, errar o alvo.
2. (Pasha) Transgredir. Significa primariamente ir além, rebelar-se, transgredir.
3. (Rasha) Ser ímpio basicamente significa ser solto ou mal ligado; ser ruidoso ou maldoso.
4. (Ra ‘a’) Ser mau. Com o significado de quebrar, danificar por ‘meios violentos, A palavra veio a significar aquilo que causa dano, dor ou tristeza e dai, o mal moral.
5. (Avah’) Ser perverso. O termo significa entortar ou torcer, daí perverter ou ser perverso. Perverter a lei de Deus ou andar pelo tortuoso em oposição ao, caminho reto de Deus, Gen.

Outros termos

Ramah = Enganar
Ma´al = Transgredir
Pathah = Seduzir
Kasal e nabhel = Ser insensato
Tame ‘e ba’ash= Ser impuro

A PROPENSAO PARA O PECADO

Propenso, mas não destinado. Como ser racional, o homem, em seu primeiro estado de inocência desconhecia o pecado. A possibilidade para o pecado surgiu com a tentação. De fato, ele não havia ainda desenvolvido o seu caráter moral. Esta propensão para a transgressão não significa que o homem, inevitavelmente, estivesse destinado a pecar. Esta tendência baseava-se unicamente em seu Livre-arbítrio. Ele poderia, conscientemente, manter-se fiel aos limites do conhecimento que o Criador lhe deu, ou, então, rebelar-se contra esta lei, e partir para o outro lado.

A QUEDA DO HOMEM, ATRAVES DO PECADO

A queda de Adão e Eva é apresentada, literalmente, na Bíblia, de modo explícito. Não foi um relato teórico ou figurativo, mas histórico. Por isso, entendemos que o pecado de nossos primeiros pais foi um ato involuntário de sua própria vontade e determinação. E claro que a tentação veio de fora, da parte de Satanás, que os instigou a desobedecer à ordem de Deus. Concluímos, pois, que a essência do primeiro pecado está na desobediência do homem à vontade divina e na realização de sua própria vontade. O seu pecado foi uma transgressão deliberada ao limite que Deus lhe havia colocado.

AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA

O Pecado afetou a vida física e psíquica do homem. Paulo escreveu aos Romanos: "Por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte" (Rm 5.12). A morte física se tornou, então, a conseqüência natural da desobediência de Adão, e a espiritual se constituiu na eterna separação de Deus. O Criador foi enfático no Jardim: "Porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.17).
O pecado afetou a vida espiritual do homem. "O salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Adão não morreu no mesmo dia em que pecou, mas perdeu, a possibilidade de viver e também perdeu a imagem de Deus em sua vida. Isto implicou, no rompimento da comunhão com o Criador, e causou-lhe a "morte espiritual", no momento exato que pecou.

A Doutrina da Salvação

OS 2 PASSOS PARA A SALVAÇÃO

Mat. 4: 17 Daí por diante passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei - vos, porque é chegado o reino dos céus.
Mat. 18: 3 E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças de modo algum entrareis no reino dos céus.
Cristo chegara ao mundo, vindo do seio do Pai. Podia descrever as glórias do céu para comover os homens. Mas a sua mensagem era a mesma: Arrependimento e Conversão.
Arrependimento O verdadeiro arrependimento envolve a pessoa toda, todo o seu ser, toda a sua personalidade. Arrependimento não é apenas mudança de pensamento.
João 3:3 ...Em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Nascer do novo significa "um novo ser uma nova pessoa ou seja uma nova personalidade".
Estudaremos o arrependimento em cada um dos poderes da personalidade: Intelecto, Sensibilidade, Volição.
Conversão Conversão é uma palavra usada para exprimir o ato do pecador, abandonando o pecado, para seguir a Jesus.
A conversão pode e deve repetir-se todas as vezes em que o homem pecar e afastar-se de Deus, porque ela consiste no ato de abandonar o pecado e aproximar-se de Deus.
Emprega-se, geralmente, a palavra conversão para significar aquela primeira experiência do homem, abandonando o pecado paras seguir a Cristo.

OS 3 ELEMENTOS BÁSICOS PARA A SALVAÇÃO

Rom. 3: 24 - 25 E são justificados gratuitamente pela sua Graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Deus o propôs para propiciação pela Fé no seu Sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a tolerância de Deus.
Os elementos básicos estabelecidos para salvação conf. escrito pelo Apóstolo Paulo aos Romanos são:
1o. A Graça Tito 2: 11 Pois a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens.
Graça significa, primeiramente, favor, ou a disposição bondosa da parte de Deus. ( Favor não merecido )
A graça de Deus aos pecadores revela-se no fato de que ele mesmo pela expiação de Cristo, pagou toda a pena do pecado. Por conseguinte, ele pode justamente perdoar o pecado sem levar em conta os merecimentos ou não merecimentos.
A graça manifesta-se independente das obras dos homens.
A graça é conhecida como Fonte da Salvação.
2o. O Sangue I Jo. 1: 7 O sangue de Jesus Cristo , seu Filho, nos purifica de todo pecado.
Em virtude do sacrifício de Cristo no calvário, o crente é separado para Deus, seus pecados perdoados e sua alma purificada. Sangue é conhecido como a Base da Salvação.
3o. A Fé Ef. 2: 8 - 9 Pois é pela graça que sois salvos, por meio da
Fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
Pela fé reconhece o homem a necessidade de salvação, e pela mesma fé é ele levado a crer em Cristo Jesus.
Heb. 11: 6 Ora, sem Fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.
A Fé conduz-nos ao Salvador, a Fé coloca a verdade na mente e Cristo no coração. A Fé é a ponte que dá passagem ao mundo espiritual, por isso concluímos que a Fé é o Meio para a Salvação.

A NATUREZA DA SALVAÇÃO

Vejamos os 3 aspectos da Salvação

1o. Justificação Justificar é um termo judicial que significa absolver, declarar justo. O réu, ao invés de receber sentença condenatória, ele recebe a sentença de absolvição.
Esta absolvição é dom gratuito de Deus, colocado a nossa disposição pela fé.
Essa doutrina assim se define: "Justificação" é um ato da livre graça de Deus pelo qual ele perdoa todos os nossos e nos aceita como justos aos seus olhos somente por nos ser imputada a justiça de Cristo, que se recebe pela Fé.
Justificação é mais que perdão dos pecados, é a remoção da condenação.
Deus apaga os pecados, e, em seguida, nos trata como se nunca tivéssemos cometido um só pecado.
Portanto Justificação é o Ato de Deus tornar justo o pecador
2o. Regeneração Regenerar significa: Restaurar o que esta destruído.
Quando se trata do ser humano, Regeneração é uma mudança radical, operada pelo Espírito Santo na alma do homem.
Esta Regeneração, atinge, portanto todas as faculdades do homem ou seja: Intelecto, Volição e a Sensibilidade.
O homem regenerado não faz tanta questão de satisfazer à sua própria vontade como de satisfazer à de Deus. Na Regeneração, ele passa a pensar de modo diferente, sentir de modo diferente e querer de modo diferente: tudo se transforma.
II Cor. 5: 17 Portanto, se alguém está em Cristo, Nova Criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo.
3o. Santificação Santificar é tornar sagrado, separar, consagrar, fazer santo.
A Palavra santo tem muitos significados:
Separação Representa o que está separado de tudo quanto seja terreno e humano.
Dedicação Representa o que está dedicado a Deus, no sentido ser sua propriedade.
Purificação Algo que separado e dedicado tem de ser purificado, para melhor ser apresentado.
Consagração No sentido de viver uma vida santa e justa.
Diante do exposto, podemos estabelecer o seguinte:
Santificação é um processo O crente precisa esforçar-se para progredir em santificação.
II Cor.7: 1 Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda a impureza tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santificação no temor de Deus.
Os meios divinos de santificação
O Sangue de Cristo I Jo.1: 7 O sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica de todo o pecado.
O Espírito Santo Fil. 1: 6 Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou boa obra a aperfeiçoará até o dia de Jesus Cristo.
A Palavra de Deus Jo. 17: 17 Santifica-os na verdade a tua palavra é a verdade.

 

HISTÓRIA ECLESIÁSTICA (História da Igreja)

 

NOMES BÍBLICOS DA IGREJA

 

1. No velho testamento - O velho testamento emprega duas palavras para designar a igreja, a saber, qahal (ou kahal), derivada de uma raiz, qal (oukal) obsoleta, significando “chamar”, edhah, de ya’dah, indicar ou encontrar-se ou reunir-se num lugar indicado. Conseqüentemente, vemos ocasionalmente a expressão qehal edhah, isto é, à assembléia da congregação, (E x.: 12:6; Nm 14:5; Jr 26:17). Vê-se que, às vezes, a reunião realizada era uma reunião de representantes do povo (Dt 4:10;18:6 comp. 5:22,23; 1 Rs 8:1,2,3,5 ; 2 Cr 5, 2-6). Synagoge é a versão usual, quase universal, de edhah na Setuaginta, e é também a versão usual de, qahal no Pentateuco.Nos últimos livros da BÍBLIA (Velho testamento), porém, qahal È geralmente traduzida por ekklesia. Schuerer afirma que o judaísmo mais recente já indicava a distinção entre synagoge como designativo da congregação de Israel como uma realidade empírica, e ekklesia como o nome da mesma congregação considerada idealmente.

 

2. No novo testamento - O novo testamento também tem duas palavras, derivadas da Setuaginta,quais sejam, ekklesia, de ek e Kaleo, chamar para fora, convocar, e synagoge, de syn e ago, significando reunir-se ou reunir. Synagoge é pregada exclusivamente para denotar, quer as reuniões religiosas dos judeus, quer os edifícios em que eles se reuniam par o culto público, (Mt 4:23 ; At 13:43;Ap 2:9 ; 3:9). O termo Ekklesia, porém, geralmente designa a igreja neotestamentária, embora nuns poucos lugares denote assembléias civis comuns,(At 19:32,39,4l).No novo testamento, Jesus foi o primeiro a fazer uso da palavra, e Ele a aplicou ao grupo dos que se reuniram em torno dele, (Mt 16:18),reconheceram-no publicamente como seu Senhor e aceitaram os princípios do reino de Deus. Mais tarde,como resultado da expansão da igreja, a palavra adquiriu várias significações. Igrejas foram estabelecidas em toda parte; e eram também chamadas Ekklesiai, desde que eram manifestações da Igreja Universal de Cristo. A) Com muita freqüência a palavra ekklesia designa um circulo de crentes de alguma localidade definida, uma igreja local, independentemente da questão se esses crentes estão reunidos para o culto ou não. Algumas passagens apresentam a idéia de que se acham reunidos, (At 5:11 ;11:26 ; 1 Co 11:18 ; 14:19,28,35); enquanto que outras não (Rm 16:4 ; 1Co 16:1 ; Gl 1:2 ; 1 Ts 2:14, etc.B) Nalguns casos, a palavra denota o que se pode denominar ekklesia doméstica, igreja na casa de alguma pessoa. Ao que parece nos tempos apostólicos, pessoas importantes por sua riqueza ou por outras razões separavam em seus lares um amplo cômodo para o serviço divino. Acham-se exemplos deste uso da palavra em (Rm 6:23; 1Co 16:19; Cl 4:15 ; Fm 2).Finalmente, em seu sentido mais compreensivo, a palavra se refere a todo o corpo de fiéis, quer no céu, quer na terra, que se uniram ou se unirão a Cristo como seu Salvador.Este uso da palavra acha-se principalmente nas cartas de Paulo aos Ef e aos Cl, mais freqüentemente na primeira destas (Ef 1:22;3:10,21 ; 5:23-25,27,32 ; Cl 1:18,24).

 

A DOUTRINA DA IGREJA NA HISTÓRIA - 1 A Doutrina da Igreja Antes da Reforma.

(a) No período patrístico - Pelos chamados pais apostólicos e pelos apologetas a igreja é geralmente apresentada como a Communio Sanctorum, o povo de Deus que Ele escolheu por possessão. Não se viu logo a necessidade de fazer distinções. Mas já na Segunda parte do século segundo houve uma mudança perceptível. O surgimento de heresias tornou imperativa a enumeração de algumas características pelas quais se conhecesse a verdadeira igreja católica. Isso teve a tendência de fixar a atenção na manifestação externa da igreja. Começou-se a conceber a igreja como uma instituição externa governada por um bispo como sucessor direto dos apóstolos e possuidor da tradição verdadeira. A catolicidade da igreja recebeu forte Ênfase. As Igrejas locais não eram consideradas como unidades separadas, mas simplesmente como partes componentes da igreja universal una e única. O mundanismo e a corrupção crescentes nas Igrejas foram levando aos poucos a uma reação e deram surgimento à tendência em várias seitas, como o Montanismo em meados do segundo século, o novacianismo nos meados do terceiro e o donatismo no início do quarto, de fazer da santidade dos seus membros a marca da igreja verdadeira. Os pais primitivos da igreja, assim chamados, ao combaterem esses sectários, davam ênfase cada vez maior à instituição episcopal da igreja. Cabe a Cipriano a distinção de ser o primeiro a desenvolver plenamente a doutrina da igreja em sua estrutura episcopal.Ele considerava os bispos como reais sucessores dos apóstolos e lhes atribuía caráter sacerdotal em virtude da sua obra sacrificial. Juntos os bispos formavam um colégio, chamado episcopado, que, como tal, constituía a unidade da igreja. Assim, a unidade da Igreja estava baseada na unidade dos bispos.Os que não se sujeitavam ao bispo perdiam o direito à comunhão da igreja e também à salvação, desde que não há salvação fora da igreja. Agostinho não foi totalmente coerente em sua concepção da igreja. Foi sua luta com os donatistas que o compeliu a refletir mais profundamente sobre a natureza da igreja. De um lado, ele se mostra o predestinacionista que concebe a igreja como a companhia dos eleitos, a communio sanctorum, que têm o Espírito de Deus e, portanto, são caracterizados pelo amor verdadeiro. O importante é ser membro vivo da igreja assim concebida, e não apenas pertencer a ela num sentido meramente externo. Mas, de outro lado, ele é o homem de igreja, que adere à idéia da igreja defendida por Cipriano ao menos em seus aspectos gerais. A igreja verdadeira é a igreja católica, na qual a autoridade apostólica tem continuidade mediante a sucessão episcopal. É depositária da graça divina, que ela distribui por meio dos sacramentos. Esta igreja é, de fato, um corpo misto, no qual têm lugar membros bons e maus. Em seu debate com os donatistas, porem,Agostinho admitia que aqueles e estes não estavam na igreja no mesmo sentido. Ele preparou também o caminho para a identificação católica romana da igreja com o reino de Deus.

 

(b) Na Idade Média - Os Escolásticos não tinham muito que dizer acerca da igreja. O sistema de doutrina desenvolvido por Cipriano e Agostinho estava completo, e precisava apenas de uns pequenos re-toques de acabamento para chegar ao seu desenvolvimento final. Hugo de S. Victor fala da igreja e do estado como os dois poderes instituídos por Deus para governarem o povo. Ambos são de constituição monárquica, mas a igreja é o poder superior, porque ministra a salvação dos homens, ao passo que o Estado só providencia o seu bem-estar temporal.O rei ou imperador é o chefe do estado, mas o papa é o chefe da igreja. Há duas classes de pessoas na igreja, com direitos e deveres bem definidos:os clérigos dedicados ao serviço de Deus, que constituem uma unidade; e os leigos, que consistem de pessoas de todas as esferas da vida e que constituem uma classe totalmente separada. Passo a passo a doutrina do papado foi-se desenvolvendo,até que, por fim, o papa se tornou virtualmente um monarca absoluto. O crescimento desta doutrina foi auxiliado, em não pequena medida, pelo desenvolvimento da idéia de que a igreja católica era o reino de Deus na terra, e, portanto, o bispado romano era um reino terreno. Esta identificação da igreja visível e organizada com o reino de Deus teve conseqüência de longo alcance: 1- Exigia que tudo fosse colocado debaixo do poder da igreja: o lar e a escola, as ciências e as artes, o comércio e a indústria, e tudo mais. 2 - Envolvia a idéia de que todas as bênçãos da salvação chegam ao homem unicamente por meio das ordenanças da igreja, em particular,mediante os sacramentos. 3 - Levou á gradual secularização da Igreja, visto que esta começou a dar mais atenção à política do que à salvação dos pecados e, finalmente, os papas reivindicaram domínio sobre os governantes seculares também.

 

3) A Doutrina da Igreja durante e após a Reforma.

(a) Durante o período da Reforma - Os reformadores romperam com a concepção católica romana da igreja, mas tiveram diferenças entre si nalgumas particularidades.A idéia de uma igreja infalível e hierárquica,e de um sacerdócio especial que dispensa a salvação por intermédio dos sacramentos, não teve o apoio de Lutero. Ele considerava a igreja como a comunhão espiritual daqueles que crêem em Cristo,e restabeleceram a idéia escriturÌstica do sacerdócio de todos os crentes. Ele defendia a unidade da igreja, mas distinguia dois aspectos dela, um visível e outro invisível. Ele teve o cuidado de assinalar que não existem duas igrejas, mas simplesmente dois aspectos da mesma igreja. A igreja invisível torna-se visível não pelo governo de bispos e cardeais,nem na chefia do papa, mas pela pura administração da Palavra e dos sacramentos. Lutero admitia que a Igreja visível sempre conterá uma mistura de membros fiéis e Ímpios. Contudo, em sua reação contra a idéia católica romana do domínio da Igreja sobre o estado, ele foi ao outro extremo e virtualmente sujeitou a igreja ao estado em tudo, menos na pregação da Palavra. Os anabatistas não ficaram satisfeitos com a posição de Lutero e insistiam numa igreja só de crentes. Em muitos casos, eles zombavam da igreja visível e dos meios de graça.Além disso, exigiam completa separação de igreja e estado. Calvino e os Teólogos reformados estavam de acordo com Lutero quanto á confissão de que a Igreja é essencialmente uma Communio Sanctorum, uma comunhão de santos. Todavia, eles não procuravam,como os luteranos, a unidade e a santidade da Igreja primariamente nas ordenanças objetivas da igreja, tais como os ofícios, a Palavra e os sacramentos,mas sobretudo na comunhão subjetiva dos crentes. Ademais, encontravam as verdadeiras marcas da igreja, não somente na correta administração da Palavra e dos Sacramentos, mas também na fiel administração da disciplina na igreja. Mas, até mesmo Calvino e os Teólogos reformados do século dezessete fomentaram, em certa medida, a idéia da sujeição da igreja do estado. Contudo estabeleceram uma forma de governo da igreja que propiciava maior grau de independência e poder eclesiásticos que o que se conhecia na Igreja Luterana. Mas, enquanto que tanto os teólogos luteranos como os reformados(calvinistas) procuravam manter a relação apropriada entre a igreja visível e a invisível, outros perderam isto de vista. Os socinianos e os arminianos do século dezessete, embora na verdade falassem de uma igreja invisível, esqueceram tudo que diz respeito à vida real. Os primeiros concebiam a religião Cristã simplesmente como uma doutrina aceitável e os últimos faziam da igreja primariamente uma sociedade visível e seguiam a igreja luterana no sentido de entregarem ao estado o direito de ministrar a disciplina, e de reterem para a igreja somente o direito de pregar o Evangelho e admoestar os membros da igreja. Por outro lado, os abadistas e os pietistas manifestaram a tendência de desconsiderar a igreja visível, procurando uma igreja só de crentes, mostrando-se indiferentes para com a igreja institucional com sua mescla de bons e maus e buscando santificação nos conventículos.

 

(b) Durante e Após o SÉCULO Dezoito - Durante o século dezoito o racionalismo também fez sentir sua influência sobre a doutrina da igreja. Era indiferente em matéria de fé e não tinha entusiasmo pela igreja,que ele colocou a par com outras sociedades humanas. até negava que Cristo tivesse a intenção de fundar uma igreja no sentido geralmente aceito da palavra. Houve uma reação pietista ao racionalismo no metodismo, mas o metodismo em nada contribuiu para o desenvolvimento da doutrinada igreja. Nalguns casos, ele procurou força na repreensão lançada às igrejas existentes, e noutros,adaptou-se à vida destas igrejas. Para Schleiermacher, a igreja era essencialmente a comunidade cristã, o corpo dos crentes animados pelo mesmo espírito. Ele via pouco utilidade na distinção entre a igreja visível e a invisível,e via a essência da igreja no espírito de companheirismo cristão.Quanto mais o Espírito de Deus penetrar a totalidade dos crentes cristãos, menos divisões haverá, e mais perderão elas a sua importância. Ritschl substituiu a distinção entre a igreja invisível e a visível pela distinção entre o reino e a igreja. Ele considerava o reino como a comunidade do povo de Deus que age motivado pelo amor, e a igreja como aquela mesma comunidade reunida para o culto. O nome igreja restringe-se, pois, a uma organização externa com a função única de cultuar e esta função apenas capacita os crentes a familiarizarem-se melhor uns com os outros. Isto certamente está longe do ensino do Novo testamento. Leva diretamente à concepção liberal moderna da igreja como um mero centro social, uma instituição humana, e não uma lavoura de Deus.

 

O GOVERNO DA IGREJA - Os Oficiais da Igreja - Podem distinguir diferentes classes de oficiais na igreja. Uma distinção muito geral é a de oficiais ordinários e extraordinários.

 

1. Oficiais Extraordinários - (a ) Apóstolos : - Estritamente falando, este nome só é aplicável aos doze escolhidos por Jesus e a Paulo ; mas também se aplica a certos homens apostólicos que assessoraram a Paulo em seu trabalho e que foram dotados de dons e graças apostólicas, (At 14:4,14 ; e Co 9:5 ; 6; 2 Co 8:23 ; Gl 1:19). Os apóstolos tinham a incumbência especial de lançar os alicerces da igreja de todos os séculos. Somente através da sua palavra È que os crentes de todas as eras subseqüentes tem comunhão com Jesus Cristo. Daí, eles são os apóstolos da Igreja dos dias atuais, como também o foram da Igreja Primitiva. Eles tinham certas qualificações especiais. (a) Foram comissionados diretamente por Deus ou por Jesus Cristo (Mc 3:14 ; Lc 6:13 ; Gl 1:1 ; (b) eram testemunhas da vida de Cristo e, principalmente, de Sua ressurreição, (Jo 15:27 ; At 1:21,22 ; 1 Co 9:1);(c) estavam cônscios de serem inspirados pelo Espírito de Deus em todo o seu ensino, oral e escrito,(At 15:28 ; 1Co 2:13 ; 1 Ts 4:8 ; 1 Jo 5: 9-12 ; (d)tinham o poder de realizar milagres e o usaram em diversas ocasiões para ratificar a sua mensagem, (2 Co 12:12 ; Hb 2:4),e (e) foram ricamente abençoados em sua obra, como sinal de que Deus provavam os seus labores (1 Co 9; 1,2 ; 2 Co 3:2,3 ; Gl2:8).b)Profetas : - O Novo Testamento fala também de profetas (At 11:28 ; 13:1,2 ; 15:32; 1Co 12:10;13:2 ; 14:3 ; Ef 2:20 ; 3:5 ; 4:11; 1 Tm 1:18 ; 4:14; Ap 11:6). C) Evangelistas :- Em acréscimo a apóstolos e profetas, são mencionados evangelistas da BÍBLIA (At 21:8 ; Ef 4:11 ; 2 Tm 4:5). Felipe, Marcos,Timóteo e Tito pertenciam a esta classe. Seu trabalho era pregar e batizar, mas incluía também a ordenação de presbíteros (Tt 1:5 ; 1 Tm 5:22),e o exercício da disciplina ( Tt 3:10).

 

2. Oficiais Ordinários - a) Presbíteros - Dentre os oficiais comuns da igreja, os presbyteroi (presbíteros) ou episkopoi (bispos) são os primeiros na ordem de importância. Os primeiros nomes significam simplesmente anciãos, ou mais velhos e o último, supervisores ou superintendentes. O termo presbyteroi é empregado na Escritura para denotar homens idosos, e para designar uma classe de oficiais um tanto parecido com a que exercia certas funções na sinagoga. Como designativo de oficio, aos poucos o nome foi eclipsado e até sobrepujado pelo nome episkopoi. Os dois termos são freqüentemente empregados um pelo outro (At 20:17,28 ; 1 Tm 3:1 ; 4:14 ; 5:17,19 ; Tt 1:5,7 ; 1Pe 5:1,2. Os presbyteroi são mencionados pela 1 vez em At 11:30. Freqüente menção é feita a eles no livro de (Atos 14:23 ; 15:6,22; 16:4 ; 20:17,28;21:18 ; Tg 5:14 ; Hb 13:7,17, Rm 12:8 ; 1 Ts 5:12 ;1 Co 12:28; Hb 13:7,17,24 ; Ef 4:11).b) Mestres – O ensino, a docência ligou-se mais e mais estreitamente ao oficio episcopal; mas, mesmo então, os mestres não constituíram uma classe separada de oficiais. A declaração de Paulo em Ef 4:11, de que o Cristo assunto também dera à igreja pastores e mestres; mencionados como uma única classe, (1 Tm 5:17 ; Hb 13:7 ; 2 Tm 2:2 ; Tt 1:9 ; Ap2:1,8,12,18 ; 3: 1,7,14).c - Diáconos - alem dos presbyteroi, são mencionados os diakonoi no novo testamento,(Fp 1:1 ; 1 Tm 3:8,10,12 ; At 6:1-6 ;At 11:30 ; At 11:29 ; Rm 12:7 ; 2 Co 8:4 ;9:1,12,13; Ap 2:19 ; 1 Tm 3:8 - 10,12).

 

O PODER DA IGREJA - 1. A Fonte do Poder da Igreja - Jesus Cristo não somente fundou a Igreja, mas também a revestiu do necessário poder ou autoridade. Ele mesmo falou da igreja como fundada tão solidamente sobre uma rocha que as portas do inferno não prevaleceria contra ela, (Mt 16:18), e na mesma ocasião exatamente a primeira em que ele fez menção da igreja... também prometeu dotá-la de poder,quando disse a Pedro : Dar-te-ei as chaves do reino dos céus: o que ligares na terra, terá sido ligado nos céus e o que desligares na terra, terá sido desligado nos céus (Mt 16:19).A igreja de todos os séculos é ligada pela palavra deles, (Jo 17:20 ;1 Jo 1:3). Que Cristo deu poder á Igreja em geral,È muito bem evidenciado por várias passagens do Novo Testamento, quais sejam : (At 15:23-29;16:4 ; 1 Co 5:7,13; 6:2-4 ; 12:28 ; Ef 4:11-16).2. A Natureza deste Poder - 1 - Poder Espiritual - …um poder espiritual porque é dado pelo Espírito de Deus (At 20:28), só pode ser exercido em nome de Cristo e pelo poder do Espírito Santo (Jo 20:22,23 ;1 Co 5:4) pertence exclusivamente aos crentes (1Co 5;12), È e só pode ser exercido de maneira moral e espiritual ( 2 Co 10:4).

 

2 - Poder Ministerial – È copiosamente evidente na Escritura que o poder da Igreja não é um poder independente e soberano (Mt 20:25,26 ; 23:8,10; 2 Co 10: 4,5; 1 Pe 5;3),mas, sim, uma diakonia leitourgia, um poder ministerial (de serviço), (At 4:29,30; 20:24 ; Rm 1:1),derivado de Cristo e subordinado à sua autoridade soberana sobre a igreja (Mt 28:18). Deve ser exercido em harmonia com a Palavra de Deus e sob a direção do Espírito Santo, por meio de ambos Santos os quais Cristo governa a sua Igreja, e em nome do próprio Cristo como o Rei da Igreja (Rm 10:14,15 ; Ef 5:23 ; 1 Co 5:4). Todavia, È um poder muito real e brangente, que consiste na administração da Palavra e dos sacramentos, (Mt 28:19), na determinação do que é e do que não é permitido no reino de Deus, (Mt 16:19), no perdão e na retenção do pecado ( Jo 20:23), e no exercício da disciplina na igreja ( Mt 16:18; 18:17 ; 1 Co 5:4 ; Tt 3;10 ; Hb 12:15-17).

 

3. Diferentes espécies do Poder Eclesiático - Em conexão com os três ofícios de Cristo, há também um poder tríplice na igreja, a saber, o poder dogmático ou docente ( potestas dogmática ou docendi), o poder de governo ou de ordem ( Potestas gubernans ou ordinans), do qual o poder de julgamento ou de disciplina ( potestas iudicans ou disciplinae), È uma subdivisão, e o poder ou ministério da misericórdia( potestas ou ministerium misericordiae).a)Potestas Ordinans.: Deus não é de confusão; e,sim, de paz.(1 Co 14:33).b) Potestas iudicans.: A Potestas Iudicans È o poder exercido para proteger a santidade da igreja, admitindo os aprovados após exame, e excluindo os que se desviam da verdade ou levam vidas desonradas. Este poder é exercido especialmente em questões de disciplina.

 

OS SACRAMENTOS EM GERAL - 1. Origem e Sentido da Palavra Sacramento A Palavra Sacramento não se encontra na Escritura.… derivada do termo latino sacramentum, que originariamente denotava uma soma de dinheiro depositada por duas partes em litígio. Após a decisão da corte, o dinheiro da parte vencedora era devolvido,enquanto que a perdedora era confiscada. Ao que parece, isto era chamado sacramentum porque objetivava ser uma espécie de oferenda propiciatória aos deuses. A transição para o uso cristão do termo deve ser procurada : a) no uso militar do termo, em que e notava o juramento pelo qual um soldado prometia solenemente obediência ao seu comandante, visto que no batismo o cristão promete obediência ao seu Senhor, e (b) no sentido especificamente religioso o termo adquiriu quando a Vulgata o empregou para traduzir o grego mysterion. É possível que este vocábulo, grego fosse aplicado aos sacramentos por terem eles uma tênue semelhança com alguns dos mistérios das religiões gregas. Na Igreja Primitiva a palavra sacramento era empregada primeiramente para denotar todas as espécies de doutrinas e ordenanças. Por esta mesma razão, alguns se opuseram ao nome e preferiam falar em sinais, selos ou mistério.Mesmo durante e imediatamente apos a Reforma muitos não gostavam do nome sacramento.Melanchton empregava signi, e tanto Lutero como Calvino achavam necessário chamar a atenção para o fato de que a palavra sacramento não é empregada em seu sentido original na teologia. Mas o fato de que a palavra não se encontra na Escritura e de que não é utilizada em seu sentido original quando aplicada às ordenanças instituídas por Jesus,não tem por que dissuadir-nos, pois muitas vezes o uso determina o sentido de uma palavra.Pode-se dar a seguinte definição de sacramento,Sacramento é uma santa ordenança instituída por Cristo, na qual, mediante sinais perceptíveis, a graça de Deus em Cristo e os benefícios da aliança da graça são representados, selados e aplicados aos crentes, e estes por sua vez, expressam sua fé e sua fidelidade a Deus.

 

2. Partes Componentes do Sacramento - (a) O Sinal Externo ou Visível - O objeto externo do sacramento inclui, não somente os elementos que se usam, a saber, água, pão e vinho, mas também o rito sagrado,aquilo que se faz com estes elementos. Segundo este ponto de vista externo, a BÍBLIA denomina os sacramentos sinais e selos (Gn 9:12,13;17:11; Rm 4:11).((b) A Graça Espiritual Interna,Significada e Selada - Esta é variadamente indicada na Escritura como aliança da graça (Gn:9:12,13; 17:11), justiça da fé (Rm 4:11), perdão dos pecados (Mc 1:4),Mt 26:28), fé e conversão (Mc 1:4;16:16), comunhão com Cristo em Sua morte e ressurreição (Rm 6:3), e assim por diante. Os católicos romanos a vêem na graça santificante acrescentada à natureza humana. Capacitando o homem a praticar boas obras e a subir às alturas da Visio Dei (Visão de Deus). Os sacramentos não significam meramente uma verdade geral, mas uma promessa dada a nós e por nós aceita, e servem para fortalecer a nossa fé com respeito, á realização dessa promessa, (Gn 17:1-14 ; x 12:13 ; Rm 4:11-13). Eles representam visivelmente e aprofundam a nossa consciência das bênçãos espirituais da aliança, da purificação dos nossos pecados e da nossa participação na vida que há em Cristo (Mt 3:11; Mc 1:4,5; 1Co 10:2,3,16,17; Rm 2:28,29;6:3,4; Gl 3:27. Como sinais e selos, eles são meios de graça, isto é, meios pelos quais se fortalece a graça interna produzido no coração pelo Espírito Santo.c) União Sacramental Entre o Sinal e Aquilo que é Significado - Geralmente se lhe chama formas sacramenti, forma dos sacramentos (forma significando aqui essência). Conforme este conceito, o sinal externo torna-se um meio empregado pelo Espírito Santo na comunicação da graça divina. A estreita relação existente entre o sinal e a coisa significada explica o emprego daquilo que geralmente se chama linguagem sacramental, na qual o sinal é mencionado em lugar da coisa significada, ou vice-versa, (Gn 17:10; At 22:16 ; 1 Co 5:7).3. Necessidades dos Sacramentos - Os Católicos Romanos afirmam que o batismo é absolutamente necessário para todos, para a salvação, e que o sacramento da penitência é igualmente necessário para aqueles que cometeram pecado mortal depois do batismo; mas que a confirmação, a eucaristia e a extrema unção são necessárias somente no sentido de que foram ordenadas e são eminentemente úteis. Por outro lado, os protestantes ensinam que os sacramentos não são absolutamente necessários para a salvação, mas são obrigatórios em vista do preceito divino. A negligencia voluntária do seu uso redunda no empobrecimento espiritual e tem tendência destrutiva, precisamente como acontece em toda desobediência persistente a Deus. (Que não são absolutamente necessários para a salvação, segue-se : (a) do caráter espiritual e livre da dispensação do Evangelho, na qual Deus não prende a Sua graça ao uso de certas formas externas (Jo 4:21,23 ; Lc 18:14; 9 ), (b) do fato de que a Escritura menciona unicamente a fé como condição instrumental da salvação ( Jo 5:24 ; 6:29 ; 3:36; At 16:31), (c) do fato de que os sacramentos não originam a fé, mas a pressupõem, e são ministrados onde se supõe a existência da fé (At 2:41;16:14,15,30,33 ; 1Co 11:23-32 ; e (d) do fato de que muitos foram realmente salvos sem o uso dos sacramentos. Pensemos nos crentes anteriores ao tempo de Abraão e no ladrão penitente na cruz. Os sacramentos do Velho e do Novo testamento são a circuncisão e a páscoa são atribuídas à igreja do Novo Testamento, ( 1 Co 5:7 ; Cl 2:11 ), e o batismo e a Ceia do Senhor à igreja do Velho Testamento,(1 Co 10:1-4).No Novo testamento Ele procura base bíblica para a confirmação em (At 8;17 ;14:22; 19:6; Hb 6:2); para a penitencia em (Tg 5:16) ; para a ordenação em (1 Tm 4:14, 2Tm 1:6 )para o matrimonio em (Ef 5:32) ; e para extrema unção em ( Mc 6:13; Tg 5:14).

 

O BATISMO CRISTÃO - 1. a) No mundo Gentílico - O batismo não era uma coisa inteiramente nova nos dias de Jesus. Os egípcios,os persas e os hindus tinham todos as suas purificações religiosas. Estas eram mais proeminentes ainda nas religiões gregas e romanas. Às vezes elas tomavam a forma de banhos no mar, e as, vezes eram efetuadas por aspersão. O batismo de João, como o batismo cristão - * foi instituído pelo próprio Deus (Mt 21:25; Jo 1:33 ; * Estava relacionado com uma radical mudança de vida ( Lc 1:1-7 ; Jo 1:20-30); * estava numa relação sacramental com o perdão dos pecados ( Mt 3: 7,8 ; Mc 1:4 ;Lc 3:3) (Comp. At 2:28) e * empregava o mesmo elemento material, qual seja, água. Ao mesmo tempo havia diversos pontos de diferença : (1) O batismo de João ainda pertencia à antiga dispensação e, como tal, apontava para Cristo, no futuro ; (2) em harmonia com a dispensação da lei em geral, acentuava a necessidade de arrependimento, embora sem excluir inteiramente a fé ; (3)foi planejado somente para os judeus e, puritanos,representava mais o particularismo do Velho Testamento que o universalismo do Novo ; e (d) visto que o Espírito Santo ainda não fora derramado a plenitude do Pentecoste, o batismo de João ainda não era acompanhado por tão grande porção de dons espirituais como o ulterior batismo cristão.2. Foi instituído com Autoridade Divina - A grande comissão foi colocada nas seguintes palavras: Ide, portanto (isto é, porque todas as nações estão sujeitas a Mim), fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo ; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado (Mt 28:19,20). A forma complementar de (Mc 16:15,16) tem esta redação : ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo ; quem, porém, não crer será condenado.(At 19:3 ; 1 Co 1:13 ; 10:2 ; 12:13 ; At 2:48 ; 8:16; 10:48 ; 19:5), e também (Rm 6:3 e Gl 3:27 ; At2:38).

 

A DOUTRINA DO BATISMO NA HISTÓRIA - 1. Antes da Reforma - Os chamados pais primitivos consideravam como estreitamente ligado ao perdão de pecados e à comunicação da nova vida. Algumas das suas expressões parecem indicar que eles criam na regeneração batismal. A opinião geral era que o batismo nunca devia ser repetido, mas não havia unanimidade quanto à validade do batismo ministrado por hereges. No transcorrer do tempo, porém, veio a ser um princípio estabelecido não rebatizar os que foram batizados em nome do Deus Triúno. O modo do batismo não estava em discussão. Do segundo século em diante, aos poucos ganhou terreno a idéia de que o batismo age mais ou menos magicamente. até mesmo Agostinho parece Ter considerado o batismo como eficiente ex opere operato, no caso das crianças. Ele considerava absolutamente necessário o batismo e afirmava que as crianças não batizadas estão perdidas. Segundo ele, o batismo elimina a culpa original, mas não remove totalmente a corrupção da natureza. Os escolásticos a princípios partilhavam o conceito de Agostinho, que, no caso do batismo de adultos,pressupõe fé, mas gradualmente outra idéia ganhou predominância, a saber, que o batismo é sempre eficaz ex opere operato. A importância das condições subjetivas foi menosprezada. Assim, a característica concepção católica romana do sacramento,de acordo com a qual o batismo é o sacramento da regeneração e da iniciação na igreja; aos poucos ganhou proeminência.

 

2. Desde a Reforma - A Reforma Luterana não se desfez inteiramente da concepção católica romana dos sacramentos. Para Lutero, a água do batismo não é água comum, mas uma água que, mediante a Palavra com seu poder divino inerente, veio a ser uma água da vida, cheia de graça, um lavamento de regeneração por esta eficácia divina da Palavra,o sacramento efetua a regeneração. No caso dos adultos, Lutero colocava o efeito do batismo na dependência da fé presente no participante. Teólogos luteranos mais recentes que retiveram a idéia de uma fé infantil como pré-condição para o batismo,ao passo que outros entendiam que o batismo produz essa fé imediatamente. Os Anabatistas cortaramo nó Gordio de Lutero negando a legitimidade do batismo de crianças. Eles insistiam em batizar todos os candidatos à admissão no seu circulo que tinham recebido o sacramento na infância, e não consideravam isto um rebatismo, mas, sim, o primeiro batismo verdadeiro. Para eles, as crianças não têm lugar nenhum na igreja. Calvino e a Teologia reformada partiam da pressuposição de que o batismo foi instituído para os crentes e não produz,mas fortalece a nova vida. Naturalmente, eles se defrontaram com a questão sobre como as crianças poderiam ser consideradas crentes, e sobre como poderiam ser fortalecidas espiritualmente, visto não poderem exercer fé. Alguns simplesmente assinalavam que as crianças nascidas de pais crentes são filhos da aliança e, como tais, herdeiros das promessas de Deus, incluindo-se também a promessa de regeneração; e que a eficácia espiritual do batismo não se limita à hora da sua ministração,mas continua durante a vida toda.

 

3. O Modo Próprio do Batismo - Os Batistas baseiam sua opinião em (Mc 10:38,39 ; Lc 12:50 ; Rm 6:3,4 ; Cl 2:12). O catecismo de Heidelberg indaga, na pergunta 69: Como é que esta simbolizado e selado em seu favor no santo batismo que você participa do sacrifício de Cristo na Cruz ? E responde: Assim : que Cristo determinou o lavamento externo com água e acrescentou a promessa de que eu sou lavado com o seu sangue que me purifica da corrupção da minha alma, isto é, de todos os meus pecados,tão certamente como a água me lava exteriormente,pela qual a sujeira do corpo comumente é removida. Esta idéia de purificação era a coisa pertinente em todas as abluções do Velho Testamento, e também no batismo de João (Sl 51:7 ; Ez 36:25 ; Jo 3:25,26). Além disso, a Escritura deixa muitíssimo claro que o batismo simboliza a limpeza ou purificação espiritual, (At 2;38 ; 22:16 ;Rm 6:4,5 ; 1 Co 6;11; Tt 3:5 ; Hb 10;22; 1 Pe 3:21; Ap 1:5). … este exatamente o ponto no qual a BÍBLIA coloca toda a ênfase, ao passo que ela nunca descreve o ir ao fundo e subir como algo essencial. O Batismo pode ser igualmente ministrado pôr imersão, derramamento, afusão ou aspersão.

NOÇÕES DO IDIOMA GREGO 

 

 Alfabeto

Maiúsculas

Minúsculas

Nome da letra

Correspondente latina

Pronúncia

Tradução do exemplo

Pronúncia

Α

α

alfa

a

λλά

mas

mar

Β

β

beta

b

βασιλεία

reino

boi

Γ

γ

gama

g

γράφω

escrevo

gato

Δ

δ

delta

d

δέ

mas, e

de

Ε

ε

épsilon

e

γώ

eu

até

Ζ

ζ

zeta

z

ζωή

vida

prazo

Η

η

eta

ê

μέρα

dia

Θ

θ

teta

th

Θεός

Deus

the (inglês)

Ι

ι

iota

i

 ησος

Jesus

mim

Κ

κ

kapa

k

καί

e

cá

Λ

λ

lámbda

l

λαός

povo

lago

Μ

μ

m

μαθητής

discípulo

mato

Ν

ν

n

νόμος

lei

noite

Ξ

ξ

xi

x (ks)

ξένος

estrangeiro

sexo

Ο

ο

ómicron

o

νομα

nome

Π

π

pi

p

πατήρ

pai

pó

Ρ

ρ

r

ραββί

mestre

rato

Σ

σ

sigma

s

σμα

corpo

sim

Τ

τ

tau

t

τέκνον

criança

tem

Υ

υ

ypsilon

y

υἱός

filho

tu (francês)

Φ

φ

fi

f

φωνή

voz

filho

Χ

χ

ki

ch

χάρις

graça

ich (alemão)

Ψ

ψ

psi

ps

ψυχή

psique

psique

Ω

ω

ômega

ô

ρα

hora

dono

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 O Artigo

- O grego só possui artigo definido. Sua função é assinalar um objeto ou chamar a atenção para ele. Faz ressaltar a palavra.

 -Como é a flexão do artigo na oração?

O artigo é declinado no masculino e neutro seguindo as terminações (desinências) da segunda declinação; e no feminino, da primeira declinação.

Assim:

 -masculino e  neutro

:

2a declinação

 -feminino

:

1a declinação

 A Declinação do Artigo 

SINGULAR

 

M.

F.

N.

N.

τό

A.

τόν

τήν

τό

G.

το

τς

το

D.

τ

τ

τ

 

PLURAL

 

M.

F.

N.

N.

ο

α

τά

A.

τούς

τάς

τά

G.

τν

τν

τν

D.

τος

τας

τος

 Observações sobre o Artigo

- O artigo não possui a forma vocativa.

 -Diante de um atributo o artigo é omitido:

Exemplo: Jo 1,1c: κα Θες ν λόγος

 -Θεός é atributo.

 -É preciso muita atenção, pois, às vezes, a palavra grega não tem o mesmo gênero da palavra portuguesa, como por exemplo:

 μαρτία

=

o pecado

 μέρα

=

o dia

τ πνεμα

=

o espírito

 -A palavra grega deve ser memorizada junto com o artigo, caso contrário o gênero será sempre um problema insolúvel.


Primeira Declinação

Nomes femininos em -η gen. -ης ρχήςo princípio

SINGULAR

PLURAL

N.

ρχή

N.

α

ρχαί

V.

 

ρχή

V.

 

ρχαί

A.

τν

ρχήν

A.

τς

ρχάς

G.

τς

ρχής

G.

τν

ρχν

D.

τ

ρχ

D.

τας

ρχας

Declinar da mesma maneira:

κεφαλή

-ς

:

a cabeça

ζωή

-ς

:

a vida

obs.: gen. pl. de ζωή = ζώων


 -Nomes femininos em -α puro:  σκοτία, -αςa escuridão

Um nome em α puro significa que seu nominativo singular termina em α precedido por uma vogal ou por um ρ.

 

SINGULAR

PLURAL

N.

σκοτία

N.

α

σκοτίαι

V.

 

σκοτία

V.

 

σκοτίαι

A.

τν

σκοτίαν

A.

τς

σκοτίας

G.

τς

σκοτίας

G.

τν

σκοτιν

D.

τ

σκοτίᾳ

D.

τας

σκοτίαις

Declinar da mesma maneira:

μέρα

-ας

:

o dia

μαρτυρία

-ας

:

a testemunha


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 Pronomes Pessoais

Sujeito

Genitivo

Acusativo

Possessivo

Egw      ( Eu )

 Mou   ( me )

 Me      ( me )

 Mou    ( meu )

Esu      ( Tu )

Sou    ( te )

Se       ( te )

Sou     ( teu )

 AutoV   ( Ele )

 Tou    ( lhe )

Ton     ( o )

      Tou     ( seu, dele )

 Auth    ( Ela )

 ThV    ( lhe )

Thn     ( a ) 

       ThV      ( sua, dela )

     Auto    ( Neutro )

 Tou   ( lhe )

To       ( o )

Tou     ( seu )

 EmeiV   ( Nós )

 MaV  ( nos )

    MaV    ( nos ) 

    MaV    ( nosso )

EseiV   ( Vós )

 SaV    ( vos )

    SaV     ( vos )

   SaV     ( vosso )

Autoi ( Eles )

  TouV  ( lhes )

  TouV   ( os )

         TouV   ( seus, deles )

 AuteV  ( Elas )

   TiV     ( lhes )

 TiV      ( as )

         TiV      ( suas, delas )

    Auta   ( Neutro )

  Ta     ( lhes )

 Ta      ( os )

         Ta      ( seus, deles )

 

 

 

 Verbos

Os verbos gregos têm terminações que diferem de acordo com o sujeito, tempo e modo. As terminações indicam o sujeito dispensando, na maioria das vezes, o pronome pessoal. Existem apenas dois verbos auxiliares no grego moderno : Ecw ( ter, haver ) e Eimai ( ser, estar ).

                                                   Ecw    (Tenho, Hei) 

Presente   

Futuro 

Passado

 

 

 

 Ecw

 Qa Ecw

 Eica

 EceiV

 Qa EceiV

 EiceV

 Ecei

 Qa Ecei

 Eice

 Ecoume

 Qa Ecoume

 Eicame

 Ecete

 Qa Ecete

 Eicate

 Ecoun (e)

 Qa Ecoun (e)

 Eican (e)

 

Eimai   (Sou, Estou)

 

Presente

Futuro

Passado

 

 

 

 Eimai

 Qa Eimai

 Hmoun

 Eisai

 Qa Eisai

 Hsoun

 Einai

 Qa Einai

 Htan (e)

 Eimaste

 Qa Eimaste

 Hmastan

 Eiste

 Qa Eiste

 Hsastan

 Einai

 Qa Einai

 Htan (e)

 

 

 

 

História da língua grega

O grego se fala desde o ano 2000 a.C na península dos Balcanes. A prova mais recente disto foram as tabelas de escritura linear B que datam o ano 1500 a.C. O afabeto que se usava era uma adaptação do fenicio do ano 1000 a.C, aproximadamente, e depois de várias modificações é o que segue vigente hoje.

O grego é a língua oficial da Grécia, falam mais ou menos 10 milhões de pessoas. Também é língua oficial de Chipre, que soma 600.000 falantes. E outros 3 milhões de pessons de todo o mundo tem como língua materna o grego, muitos deles em Turquía, Albania, Canadá e Estados Unidos. Também é uma das línguas oficiais da União Europeia desde 1981.

Pertence a familia de íenguas indoeuropeias, os falantes de grego, provavelmente invasores dos Balcanes, se estabeleceram na península grega no ano XVI a.C. O grego clássico tem vários dialétos como o eólico, arcadio, dórico, chipriota e jónico. Como os atenenses foram o centro político e cultural dominante da Grécia antigua, o dialéto jónico que falavam, grego ático, foi a base para a formação de um dialéto comum, koiné, que se entendia por todo o mundo grego.

No final da época medieval na Grécia se falavam, principalmente, duas formas de grego, o demótico oo dhimotikí, como língua coloquial e o katharévusa, uma imitação do grego clássico. O grego demótico era uma língua para a literatura criativa e de uso coloquial. É a língua do estado grego atual e a língua falada pela maioria dos gregos. Katharevousa era a língua oficial das forças armadas, o direito, a medicina, os colégios, jornais e meios de comunicação. Em 1976 o governo da Grécia instaura o grego demótico ou grego moderno como língua oficial.

Alguns estudiosos afirmam que o grego moderno e as diferentes formas de grego clássico tem muito pontos em comum. Porém, sua inteligibilidade com o grego clássico é discutível; asseguram que um falante culto do grego moderno podía ler dialétos antigos, mas não é questão de ler, e sim de entender uma gramática e um vocabulário obsoleto para eles. O koine é a versão antiga do grego na que se escreveu o Novo Testamento e o Septuagint, e os falantes nativos podem entender com certa facilidade.

O léxico grego tem uma grande influência no vocabulário científico e técnico de todo o mundo, muitas das palavras destas disciplinas em idiomas como latim, italiano, alemão, francês e inglês, têm influência grega. Por exemplo: astronomia, democracia, filosofía, tespio, antropologia, etc 
 

 

HISTÓRIA DAS RELIGIÕES MUNDIAIS

 

INTRODUÇÃO

 

Todas as grandes religiões do mundo se originaram na Ásia e três delas, Judaísmo, Cristianismo e islamismo, em uma área relativamente pequena da Ásia Ocidental. Igualmente notável é a Concentração de grandes líderes espirituais em diferentes partes do mundo no século seis a.C, ou em um período próximo.Foi à Época de Confúcio e talvez de Lao-Tsé, na China; de Zoroastro, na PÉRSIA; de Gautama, o Buda, na Índia; do maior dos profetas hebreus, chamado o segundo Isaías (Isaías 40 -55); e de Pitágoras, na Grécia. É possível que o aparecimento de civilizações que se diziam universais dessem origem a religiões universais; ou então as novas religiões eram uma reação às tensões nas sociedades existentes e a necessidade de uma saída espiritual e uma fé que transcendesse um politeísmo supersticioso. De qualquer forma, o movimento em direção a única realidade espiritual coincidiu com a procura dos pensadores gregos de um principio único que explicasse o mundo material. Entre as principais religiões monoteístas (que acreditam em só Deus) do mundo estão o Judaísmo, o Cristianismo (que se dividem três ramos - Catolicismo, Protestantismo e Igreja ortodoxa) e o islamismo. Das religiões politeístas orientais (que cultuam vários deuses), destacam-se o hinduismo, o budismo, o confucionismo, o Xintoísmo e o Taoísmo. O xamanismo está presente na Ásia, na Oceania e na América do Norte. No Brasil são importantes ainda a Umbanda e o Candomblé, cultos de origem africana e o espiritismo, em especial a corrente Kardecista.

 

 

DEFINIÇÃO DE RELIGIÃO - Crença na existência de um ou vários seres superiores que criam e controlam o cosmo e a vida humana e que, por isso, devem ser comum o reconhecimento do sagrado e da dependência do homem para com poderes sobrenaturais. A prática religiosa tem por objetivo prestar tributos e estabelecer formas de submissão a esses poderes. A adesão a uma religião implica a freqüência a seus ritos e a observância de suas prescrições.

 

JUDAÍSMO

 

Primeira Religião monoteísta da humanidade. Cronologicamente é a primeira das três religiões originarias de Abraão (As outras são cristianismos e os Islamismos). Tem origem no pacto que teria sido firmado entre Deus e os hebreus, fazendo destes o povo escolhido. Possui forte característica Étnica, na qual nação e religião se mesclam. Existem atualmente cerca de 15 milhões em Israel. No Brasil segundo o IBGE, havia cerca de 86 mil em 1991. Os Judeus eram um povo pouco numeroso que, segundo a tradição; mudou da Mesopotâmia para a Palestina. Sua História documentada começou com a fuga à opressão no Egito, seguindo o líder Moisés. Eles atribuíram tal fuga a um ser divino chamado Jeová ou o Senhor, com quem fizeram aliança de que seriam o seu povo e ele seria o seu Deus, aliança associada ás exigências simples, mas profundamente morais do Dez Mandamentos, os fundamentos da Tora ou Lei. A principio tratava-se de um povo único, marcado por leis sobre alimentação, circuncisão e outros costumes religiosos. O fato de ser Jeová um deus que os adotara do exterior carregava as sementes do universalismo e umas séries de profetas mantiveram o desafio da probidade Ética e religiosa.Os Judeus sofreram continuamente a dominação política e militar de outros povos e a conseqüente diáspora. Levou-os a grande parte do Mediterrâneo e também para leste. Mais tarde, como resultado da perseguição aos cristãos, os judeus migraram para locais ainda mais distantes.

 

Livros Sagrados - O texto da Bíblia Judaica é fixado no final do século I. Divide-se em três livros: Torá, a escritura sagrada, os Profetas (Neviim) e os Escritos ( Ketuvim). A Torá, ou Pentateuco, reúne o Gênese, o Êxodo, o Levìtico, os Números e o Deuteronômio. Ela e Os Profetas são escritas antes do exílio na Babilônia, os textos de Os Escritos, depois. No início da Era Cristã, as tradições orais são registradas no Talmude, dividindo em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e comentários.

 

Manuscritos do Mar morto - Entre 1947 e 1956 são descobertos nas cavernas de Qumrãn, no Mar Morto, os mais antigos fragmentos da Bíblia Hebraica, escondido pela tribo judaica dos essênios no século I. Nos 800 pergaminhos escritos entre 250 a.C e 100 d.c., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa dos essênios, revelando aspectos até então„considerados exclusivos do cristianismo. Alguns textos são muitos Semelhantes aos Evangelhos do Novo Testamento e se referem a práticas que lembram a Santa Ceia, o Sermão da Montanha e a Cerimônia do batismo. São considerados uns dos principais achados arqueológicos da história.

 

Práticas e Festas Religiosas - Os rabinos são pessoas habilitadas a comentar textos sagrados e a presidir cerimônias religiosas que acontecem nas sinagogas. O símbolo do judaísmo é o Menorá, candelabro sagrado com sete brasões. As Festas religiosas são definidas pelo calendário lunar e, por isso, tem datas moveis. As Principais são: Purim - Comemora-se a salvação de um massacre planejado pelo rei Persa Assucro. A Páscoa (Pessach) celebra a libertação da escravidão egípcia, em 1300 a.C. Shavuot -Homenageia a revelação da Torá ao povo de Israel, em aproximadamente 1300 a.C. Rosh Hashan· - È o Ano-Novo dos Judeus.O ano judaico È contado de Setembro de 1998 - È o 5758(graus) da criação do Mundo. A partir de Rosh Hashan· comentamos dias temerosos, em que se faz um balanço do ano terminado.Eles culminam no Von Kipur, dia do perdão, quando os judeus fazem Jejum de 25 horas para purificar o espírito.Sucot - Rememora a peregrinação pelo deserto, apos à saída do Egito. Chanucá de Jerusalém, no século V. ™c. O Simchat Tor· -comemora a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.

 

CRISTIANISMO - ultima grande religião mundial antes, do islamismo, originou-se na Palestina. Pouco se sabe sobre seu fundador, Jesus de Nazaré,antes de, aos 30 anos, começar a pregar que ”o reino de Deus está próximo”, mensagem aguardada então por muitos judeus.Seu país, anexado formalmente por Roma em 6 d. C., estava em conflito e possuía muitas seitas, algumas basicamente espirituais (como os essênios), outras políticas (como os depois chamados zelotes), a prometida chegada do Messias, ou salvador,para libertá-los. A principio, as multidões seguiram Jesus, vendo nele esse Messias. Mas as autoridades judaicas perceberam que sua autoridade estava ameaçada pela mensagem de Jesus que,apos pregar por três anos, foi entregue ao procurador romano e crucificado como revolucionário. A nova fé mostrou-se tenaz, apesar da morte prematura de sue fundador. Os discípulos de Jesus,e mesmo o líder, Sim„o Pedro (a Pedra), havia abandonado Jesus, mas sua fé foi restituída pela ressurreição : Jesus teria aparecido perante eles apos a morte para que anunciassem as boas novas sobre o poder supremo de Deus. Esta revelação foi, a principio, apresentada em um contexto puramente judaico.Não se sabe se Jesus acreditava que Deus o havia enviado para converter os gentios. Coube a Paulo, um judeu convertido de Tarso, mostrar o poder da extensão do apelo do cristianismo ao pregar nas Ilhas do Egeu, na Ásia Menor, Grécia, Itália e talvez Espanha. As comunidades judaicas existiam todas as áreas e eram alvos dos pregadores cristãos. Os ensinamentos de Jesus despertavam o interesse dos pobres e humildes, que encontravam no reino de Deus uma mensagem de esperança. O numero de convertidos cresceu, introduzindo-se rapidamente nas classes instruídas e de forma mais significativa nas massas urbanas do que no campo, que há tempos mantinha crenças pagãs. Antioquia - o berço do cristianismo gentio - influenciou o norte e o leste do Império. Em algum momento antes de 200, e dessa tornou-se um baluarte cristão e igrejas do século 1 eram fundadas no Ocidente em Pozzuoli, Roma e talvez Espanha; no século 2, as províncias orientais do Império tinham muitas igrejas que se espalharam no vale do Reno e norte da África. Apesar da repressão e perseguição, as conversões prosseguiram. A recusa dos Cristãos em cultuar os imperadores, servir de magistrados ou carregar armas tornavam os suspeitos. Mas suas crenças não atraiam apenas os oprimidos : por volta de 230, a Igreja tinha adeptos no palácio e altos postos do Exército. A reação pagã causou mais perseguições em 151 e em 303. Aos poucos, os que acreditavam na Segunda vinda de Cristo perceberam que não se tratava de algo iminente e, no fim do século 3 e início do século 4, a dispersão das igrejas exigia estruturas que mantivessem a disciplina e protegessem a pureza doutrinária. A autoridade residia na BÍBLIA e na tradição da adoração e dos sacramentos salva guardados pelos bispos (supervisores),responsáveis pelo clero.A doutrina baseia-se no anúncio da ressurreição de Cristo, na promessa de salvação e vida eterna para todos os homens e na mensagem de fraternidade.

 

BÍBLIA CRISTÃ - composta do Antigo e do Novo Testamento num total de 73 livros, para os Católicos, e 66, para os protestantes. O Antigo Testamento trata da lei judaica, também chamada de Torá. O Novo Testamento contém textos posteriores à morte de Cristo, entre eles, os quatro Evangelhos, a principal fonte sobre a vida de Jesus. Os outros textos são os Atos dos Apóstolos, as epistolas e o Apocalipse.

 

Festas religiosas: As principais festas Cristãs são o Natal, em 25 de Dezembro, que comemora o nascimento de Cristo ; a Páscoa,no Domingo da primeira lua cheia de outono (Hemisfério sul), que celebra a ressurreição de Cristo ; e pentecostes, dias após a Páscoa, quando È recordada a descida do Espírito Santo. No Domingo seguinte ao de Pentecostes, os cristãos homenageiam a Santíssima trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).O dia dos Reis, 6 de Janeiro lembra a visita dos três reis Magos (Gaspar, Melchior e Baltasar) ao menino Jesus, em Belém.

 

Catolicismo: Um dos ramos da religião Cristã. Reconhece o papa como autoridade máxima e venera a Virgem Maria e os Santos. O termo católico vem do grego Katholikos, universal. A adoção desse nome vem da idéia de uma igreja que pode ser aceita e levar a salvação a qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo. A missa È o principal ato litúrgico e por meio da aceitação dos sacramentos o católico reafirma sua fé. A história do Catolicismo está associada à expansão do Império Romano e ao surgimento de novos reinos em que este se divide. Sua difusão se vincula ao desenvolvimento da civilização ocidental e ao processo de colonização e a coloração de outros povos. Hoje o Catolicismo possui 1 bilhão de Adeptos.

 

Igreja católica: A sede da Igreja católica fica no Vaticano, um pequeno Estado independente no centro de Roma, Itália.

 

Liturgia católica: - As missas são rezadas em latim até a década de 60 quando o Concílio Vaticano II autoriza o uso da língua. Os sacramentos rituais são batismo, eucaristia, crisma (ou confirmação da fé), penitência (ou confissão) matrimônio, ordenação e unção dos enfermos. O casamento de sacerdotes È proibido desde a Idade Média, salvo em algumas igrejas orientais unidas a Roma (por exemplo, a Maronita). As mulheres não são admitidas no sacerdócio ordenado.

 

Igreja Ortodoxa: Igreja que resulta do cisma ocorrido no catolicismo em 1054, quando o Império Bizantino rejeita a supremacia de Roma, patriarcado do Ocidente. até então, duas grandes tradições convivem no interior do cristianismo ; a latina, no Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e a bizantina,no Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla (antiga Bizáncio e atual Istambul, Turquia).divergências teológicas e políticas causam a ruptura entre as duas Igrejas, que se excomungam mutuamente, condenação só revogada em 1965 pelo papa Paulo VI e pelo patriarca Athenágoras I. A Igreja Ortodoxa ou Igreja Cismática Grega é menos rígidas nas formulações dogmáticas e na hierarquia e também valoriza a liturgia. O Cristianismo Ortodoxo (reta, opinião em grego) tem originalmente quatro sedes (patriarcados). Jerusalém, Alexandria, Antioquia e Constantinopla. Mais tarde são incorporados os patriarcados de Moscou, de Bucareste e da Bulgária, além das igrejas autônomas nacionais da Grécia, da Sérvia, da Geórgia, de Chipre e da América do Norte. Todas as Igrejas Ortodoxas tem diferenças políticas e religiosas. Possuem, no total, cerca de 174 milhões de fieis em todo o mundo.

 

Liturgia do Cristianismo Ortodoxo: Os rituais são cantados sem instrumentos musicais.São proibidas imagens esculpidas de santos,exceto o crucifixo e os Ícones sagrados. Os sacramentos são os mesmos da Igreja católica e reconhecida reciprocamente.Os ortodoxos não admitem o purgatório nem a superioridade e a infabilidade do papa. Também rejeitam a doutrina católica da Imaculada Conceição, porque, segundo eles, esse dogma não faz parte da narrativa BÍBLICA e È contrário à doutrina tradicional do pecado original. A assunção da Virgem Maria, porém È aceita, com base na afirmação formal dos livros litúrgicos.Os graus de ordem na Igreja Ortodoxa são três : Diácono, padre e Bispo. Os padres e diáconos recebem TÍTULOS honoríficos (arquimandrita, ecônomo, arquidiácono), que não conferem primazia espiritual ou administrativa. Os padres podem casar-se (antes da ordenação), mas não os monges.

 

ISLAMINISMO - Religião Monoteísta baseada nos ensinamentos de Maomé (chamado O Profeta), contidos no livro sagrado islâmico, o Alcorão.A palavra Islã significa submeter-se e exprime a submissão à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus seguidores são chamados muçulmanos. Muslim, em Arábe, aquele que se submete a Deus. Fundada onde hoje È a Arábia Saudita, estima-se que reúna mais de 1 bilhão de fiéis (18 % da população mundial,em especial no norte da África, no Oriente MÉDIO e na Ásia) É a Segunda maior religião do mundo, atrás apenas do cristianismo.No Brasil, segundo estimativa da Mesquita Islâmica de São Paulo há cerca de 1 milhão de muçulmanos Maomé - O nome Maomé (570 -632) È umas alterações hispânicas de Mohamed, que significa digno de louvor. O Profeta nasce em Meca, numa família de mercadores, começa sua pregação aos 40 anos, quando, segundo a tradição, tem uma visão do arcanjo Gabriel, que lhe revela a existência de um Deus único. Na Época, as religiões da península  Arábica são o cristianismo bizantino, o judaísmo e uma forma de politeísmo que venera vários deuses tribais. Maomé passa a pregar sua mensagem monoteísta e encontra grande oposição. Perseguido em Meca, È obrigado a emigrar para Medina, em 622. Esse fato, chamado Hégira, é o marco inicial do calendário muçulmano. Em Medina, ele È reconhecido como profeta e legislador, assume a autoridade espiritual e temporal,vence a oposição judaica e estabelece a paz entre as tribos Árabes.Quase dez anos depois, Maomé e seu exército ocupam Meca, sede da Caaba, centro da peregrinação dos muçulmanos. Maomé morre em 632 como líder de uma religião em expansão e de um Estado Árabe em via de se organizar politicamente.

 

Livros Sagrados: O alcorão (do Árabe Al-qurãn, leitura) È a coletânea das diversas revelações divinas recebidas por Maomé de 610 a 632. … dividido em 114 suras (capítulos), ordenadas por tamanho. Seus principais ensinamentos são a onipotência de Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça nas relações entre as pessoas. Neles estão incorporados elementos fundamentais do judaísmo e do cristianismo, Além de antigas tradições religiosas Árabes. A segunda fonte de doutrina do Islã a Suna, È um conjunto de preceitos baseados nos Ahadith (ditos e feitos do profeta).

 

Preceitos Religiosos: A vida Religiosa do  Muçulmano tem praticas bastante rigorosas. Ele deve cumprir os chamados pilares da religião. O primeiro È a Shadada ou Profissão de fé: Não há Deus e sim Deus. Maomé é o profeta de Deus. Ela deve ser recitada pelo menos uma vez na vida, em voz alta, com pleno entendimento de seu significado. O segundo pilar são as cinco orações diárias comunitárias (Slãs), durante as quais o fiel deve ficar ajoelhado e curvado em direção a Meca. Ás  sextas-feiras realiza-se um sermão a partir de um verso do Alcorão, de conteúdo moral, social ou político. O terceiro pilar é uma taxa chamada Zakat. Único tributo permanente ditado pelo Alcorão, È pago anualmente em grãos, gado ou dinheiro. Deve ser empregado para auxiliar os pobres, mas também para o pagamento de resgate de muçulmanos presos em guerras. O quarto pilar consiste no jejum completo feito durante todo o mês do Ramadã do amanhecer ao por do sol. Nesse período, em que se celebra a revelação do Alcorão a Maomé, o fiel não pode, comer, beber, fumar ou manter relações sexuais. O quinto pilar é o hajj ou a peregrinação a Meca, que precisa ser feita pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano com condições físicas e econômicas para tal.

 

Festas Religiosas: As principais são Eid el Fitr, Eid el Adha, ano de Hégira e a comemoração do nascimento de Maomé. Elas acontecem nessa ordem ao longo do ano e são definidas segundo o calendário lunar, por isso tem datas móveis. Na Eid el Fitr é comemorado o fim do Ramadã, com orações coletivas. Eid el Adha rememora o dia em que Abraão aceita a ordem divina de sacrificar um carneiro em lugar de seu filho, Ismael. Na Época de Eid el Adha também acontece a peregrinação do mês Muharram.O ano atual (1997/1998) È o 1418 (graus) da Hégira. O marco inicial é o ano de 622, quando Maomé deixa Meca.

 

Divisões do Islamismo: Os muçulmanos se dividem em dois grandes grupos, os sunitas e os xiitas. A rivalidade com os sunitas é exacerbada com a revolução iraniana por Ruhollah Khomeini.

 

Ruhollah Khomeini: LÍDER espiritual e político iraniano (1902-1989). Nasce em Bandar, Khomeini e começa a estudar teologia aos 16 anos. Leciona na faculdade de Qom onde recebe o título de Aiatolá (sacerdote; do Árabe sinal de Deus). Em 1941 publica A Revelação dos segredos, acusando o governo dos Xás Rez Pahlevi de desvirtuar o caráter islâmico do país É preso em 1963 por incentivar manifestações contra a Revolução Branca. Em 1964 exila-se na Turquia e mais tarde no Iraque e na França, de onde comanda o movimento xiita que derruba a Monarquia iraniana em 1979. No mesmo ano retorna ao Irã e proclama a República Islâmica, rigorosa na manutenção e na obediência dos princípios muçulmanos. Torna-se a autoridade suprema do país. Persegue intelectuais, comunidades religiosas rivais, partidos políticos e todos os que se opõe à união entre Estado e religião. De 1980 a 1988 chefia a guerra contra o Iraque, cujo saldo é de aproximadamente 700 mil mortos. Morre em Teerã um ano depois de terminado o conflito.

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 TEOLOGIA SISTEMÁTICA

MATÉRIA 1

INTRODUÇÃO 
O termo teologia, segundo seus aspectos etimológicos, é composto de duas palavras gregas: Theos (Deus) e logos (palavra, fala, expressão).
Tanto Cristo, a Palavra Viva, como a Bíblia, a Palavra Escrita, são o Logos de Deus. Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que a fala é para a razão.

A teologia é, portanto, uma Theo-logia, isto é, uma palavra, uma fala ou expressão sobre Deus; uma doutrina sobre Deus. É o estudo sobre a revelação de Deus que é a expressão dos Seus pensamentos e, logo, é, também, o estudo sobre Sua própria Pessoa. Portanto teologia é o estudo sobre Deus, sua obra e sua revelação.

Embora não encontremos nas Escrituras a palavra teologia, ela é bíblica em seu caráter. Em Rm.3:2 encontramos ta logia tou Theou (os oráculos de Deus); em 1ªPe.4:11 encontramos logia Theou (oráculos de Deus), e em Lc.8:21 temos ton Logon tou Theou (a Palavra de Deus).

TEOLOGIA SISTEMÁTICA 
Nenhuma exposição sobre Deus seria completa se não contemplasse Suas obras e Seus caminhos no universo que Ele criou, além de Sua Pessoa. Toda ciência provêm e mantêm relação com o Criador de todas as coisas e com Seu propósito na criação. E toda verdade é verdade de Deus, onde quer que ela seja encontrada. Deus se revelou na criação e nas Escrituras, e a verdade achada pelas ciências naturais e sociais, por cristãos ou profanos, não é verdade profana; é verdade sagrada de Deus (Cl.2:3). Toda verdade, onde quer que seja encontrada, tem peso e valor iguais como verdade, como qualquer outra verdade. Uma verdade pode ser mais útil em dada circunstância, e uma outra em outra, mas ambas têm valor como verdade.

Portanto é perfeitamente lícito utilizar-se de outras fontes, enquanto verdade, para o estudo da teologia. O estudo teológico que incorpora em seu escôpo o exame das ciências naturais e sociais, é denominado teologia sistemática.

DIVERSAS DEFINIÇÕES DE TEOLOGIA 
A) Chafer: Uma ciência que segue um esquema ou uma ordem humana de desenvolvimento doutrinário e que tem o propósito de incorporar no seu sistema a verdade a respeito de Deus e o Seu universo a partir de toda e qualquer fonte (Lewis Sperry Chafer).

B) Chafer: Teologia sistemática pode ser definida como a coleção, cientificamente arrumada, comparada, exibida e defendida de todos os fatos de toda e qualquer fonte referentes a Deus e às Suas obras. Ela é temática porque segue uma forma de tese humanamente idealizada, e apresenta e verifica a verdade como verdade (Lewis Sperry Chafer).

C) Alexander: A ciência de Deus... Um resumo da verdade religiosa cientificamente arranjada, ou uma coleção filosófica de todo o conhecimento religioso (W. Lindsay Alexander).

D) Hodge: A teologia sistemática tem por objetivo sistematizar os fatos da Bíblia, e averiguar os princípios ou verdades gerais que tais fatos envolvem (Charles Hodge).

E) Strong: A ciência de Deus e dos relacionamentos de Deus com o universo (A. H. Strong).

F) Thomas: A ciência é a expressão técnica das leis da natureza; a teologia é a expressão técnica da revelação de Deus. Faz parte da teologia examinar todos os fatos espirituais da revelação, calcular o seu valor e arranjá-los em um corpo de ensinamentos. A doutrina, assim, corresponde às generalizações da ciência (W. H. Griffith Thomas)

G) Shedd: Uma ciência que se preocupa com o infinito e o finito, com Deus e o universo. O material, portanto, que abrange é mais vasto do que qualquer outra ciência. Também é a mais necessária de todas as ciências (W. G. T. Shedd).

H) Definições Inadequadas: Para definir teologia foram empregados alguns termos enganadores e injustificados. Já se declarou que ela é "a ciência da religião"; mas o termo religião de maneira nenhuma é um sinônimo da Pessoa de Deus e de toda a Sua obra. Da mesma forma já se disse que ela é "o tratamento científico daquelas verdades que se encontram na Bíblia; mas esta ciência, embora extrai a porção maior do seu material das Escrituras, extrai também o seu material de toda e qualquer fonte. A teologia sitemática também tem sido definida como o arranjo ordeiro da doutrina cristã; mas como o cristianismo.

representa apenas uma simples fração de todo o campo da verdade relativa à Pessoa de Deus e o Seu universo, esta definição não é adequada.

OUTRAS TEOLOGIAS 
A) Teologia Natural: Estuda fatos que se referem a Deus e Seu universo que se encontra revelado na natureza.

B) Teologia Exegética: Estuda o Texto Sagrado e assuntos relacionados, através do estudo das línguas originais, da arqueologia bíblica, da hermenêutica bíblica e da teologia bíblica.

C) Teologia Bíblica: Investiga a verdade de Deus e o Seu universo no seu desenvolvimento divinamente ordenado e no seu ambiente histórico conforme apresentados nos diversos livros da Bíblia. A teologia bíblica é a exposição do conteúdo doutrinário e ético da Bíblia, conforme originalmente revelada. A teologia bíblica extrai o seu material exclusivamente da Bíblia.

D) Teologia Histórica: Considera o desenvolvimento histórico da doutrina, mas também investiga as variações sectárias e heréticas da verdade. Ela abrange história bíblica, história da igreja, história das missões, história da doutrina e história dos credos e confissões.

E) Teologia Dogmática: É a sistematização e defesa das doutrinas expressas nos símbolos da igreja. Assim temos "Dogmática Cristã", por H. Martensen, com uma exposição e defesa da doutrina luterana; "Teologia Dogmática", por Wm. G. T. Shedd, como uma exposição da Confissão de Westminster e de outros símbolos presbiterianos; e "Teologia Sistemática", por Louis Berkhof, como uma exposição da teologia reformada.

F) Teologia Prática: Trata da aplicação da verdade aos corações dos homens. Ela busca aplicar à vida prática os ensinamentos das outras teologias, para edificação, educação, e aprimoramento do serviço dos homens. Ela abrange os cursos de homilética, administração da igreja, liturgia, educação cristã e missões

 

MATÉRIA 02 - TEOLOGIA: DOUTRINA DE DEUS

I. DEFINIÇÕES DE DEUS: 
A) Definição Filosófica de Platão: Deus é o começo, o meio e o fim de todas as coisas. Ele é a mente ou razão suprema; a causa eficiente de todas as coisas; eterno, imutável, onisciente, onipotente; tudo permeia e tudo controla; é justo, santo, sábio e bom; o absolutamente perfeito, o começo de toda a verdade, a fonte de toda a lei e justiça, a origem de toda a ordem e beleza e, especialmente, a causa de todo o bem.   
B) Definição Cristã do Breve Catecismo: Deus é um Espírito, infinito, eterno e imutável em Seu Ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade.   
C) Definição Combinada: Deus é um espírito infinito e perfeito em quem todas as coisas tem sua origem, sustentação e fim (Jo.4:24; Ne.9:6; Ap.l:8; Is.48:12; Ap.1:17).   
D) Definições Bíblicas: As expressões "Deus é Espírito" (Jo.4:24) e "Deus é Luz " (IJo.1:5), são expressões da natureza essencial de Deus, enquanto que a expressão "Deus é amor" (IJo.4:7) é expressão de Sua personalidade. (ITm.6:16)  

II. ESSÊNCIA OU NATUREZA DE DEUS:  
Quando falamos em essência de Deus, queremos significar tudo o que é essencial ao Seu Ser como Deus, isto é, substância e atributos. 
 A) Substância de Deus: 
1) Há duas substâncias: matéria e espírito. 
2) Deus é uma substância simples: A substância de Deus é puro espírito, sem mistura com a matéria (Jo.4:24).   
B) Atributos de Deus: 
Sua substância é Espírito e Seus atributos são as qualidades ou propriedades dessa substância. Atributos é a manifestação do Ser de Deus.  

III. CLASSIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS: 
A) Naturais e Morais: Também chamados de "intransitivos e transitivos", "incomunicáveis e comunicáveis", "absolutos e relativos", "negativos e positivos" ou "imanentes e emanentes".   
B) Atributos Naturais:   
1) Vida: Deus tem vida; Ele ouve, vê, sente e age, portanto é um Ser vivo (Jo.10:10; Sl.94:9,l0; IICr.16:9; At.14:15; ITs.1:9). Quando a Bíblia fala do olho, do ouvido, da mão de Deus, etc., fala metaforicamente. A isto se dá o nome de antropomorfismo. Deus é vida (Jo.5:26; 14:26) e o princípio de vida (At.17:25,28).   
2) Espiritualidade: Deus, sendo Espírito, é incorpóreo, invisível, sem substância material, sem partes ou paixões físicas e, portanto, é livre de todas as limitações temporais (Jo.4:24; Dt.4:15-19,23; Hb.12:9; Is.40:25; Lc.24:39; Cl.1:15; ITm.1:17; IICo.3:17)   
3) Personalidade: Existência dotada de autoconsciência e autodeterminação (Ex.3:14; Is.46:11). 
a) Volição ou vontade = querer (Is.46:10; Ap.4:11). 
b) Razão ou intelecto = pensar (Is.14:24; Sl.92:5; Is.55:8). 
c) Emoção ou sensibilidade = sentir (Gn.6:6, IRs.11:9, Dt.6:15; Pv.6:16; Tg.4:5)   
4) Tri-Unidade:   
a) Unidade de Ser: Há no Ser divino apenas uma essência indivisível. Deus é um em sua natureza constitucional. A palavra hebraica que significa um no sentido absoluto é yacheed (Gn.22:2), isto é, uma unidade numérica simples. Essa palavra não é empregada para expressar a unidade da divindade. A unidade da divindade é ensinada nas palavras de Jesus: Eu e o Pai somos um. (Jo.10:30). Jesus está falando da unidade da essência e não de unidade de propósito. (Jo.17:11,21-23, IJo.5:7)   
b) Trindade de Personalidade: Há três Pessoas no Ser divino: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A palavra hebraica que significa um no sentido de único é echad que se refere a uma unidade composta. Esta palavra é empregada para expressar a unidade da divindade. Esta palavra é usada em Dt.6:4; Gn.2:24 e Zc.14:9 (Veja também Dt.4:35;32:39; ICr.29:1; Is.43:10;44:6;45:5; IRs.8:60; Mc.10:9;12:29; ICo.8:5,6; ITm.2:5; Tg.2:19; Jo.17:3; Gl.3:20; Ef.4:6).   
c) Elohim: Este nome está no plural e não concorda com o verbo no singular quando designativo de Deus (Gn.1:26;3:22; 11:6,7;20:13;48:15; Is.6:8)
d) Há distinção de Pessoas na Divindade: Algumas passagens mostram uma das Pessoas divinas se referindo à outra (Gn.19:24; Os.1:7; Zc.3:1,2; IITm.1:18; Sl.110:1; Hb.1:9). 

5) Auto-Existência: Jerônimo disse: Deus é a origem de Si mesmo e a causa de Sua própria substância. Jerônimo estava errado, pois Deus não tem causa de existência, pois não criou a Si mesmo e não foi causado por outra coisa ou por Si mesmo; Ele nunca teve início. Ele é o Eterno EU SOU (Ex.3:14), portanto Deus é absolutamente independente de tudo fora de Si mesmo para a continuidade e perpetuidade de Seu Ser. Deus é a razão de sua própria existência (Jo.5:26; At.17:24-28; ITm.6:15,16).  

6) Infinidade ou Perfeição É o atributo pelo qual Deus é isento de toda e qualquer limitação em seu Ser e em seus atributos (Jó.11:7-10; Mt.5:48). A infinidade de Deus se contrasta com o mundo finito em sua relação tempo-espaço.

a) Eternidade: A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada eternidade. Deus é Eterno (Sl.90:2; 102:12,24-27; Sl.93:2; Ap.1:8; Dt.33:27; Hb.1:12). A eternidade de Deus não significa apenas duração prolongada, para frente e para traz, mas sim que Deus transcende a todas as limitações temporais (IIPe.3:8) existentes em sucessões de tempo. Deus preenche o tempo. Nossa vida se divide em passado, presente e futuro. mas não há essa divisão na vida de Deus. Ele é o Eterno EU SOU. Deus é elevado acima de todos os limites temporais e de toda a sucessão de momentos, e tem a totalidade de sua existência num único presente indivisível (Is.57:15).  
b) Imensidão: A infinidade de Deus em relação ao espaço é denominada imensidão ou imensidade. Deus é imenso (Grande ou Majestoso; Jó.36:5,26; Jó.37:22,23; Jr.22:18; Sl.145:3). Imensidão é a perfeição de Deus pela qual Ele transcende (ultrapassa) todas as limitações espaciais e, contudo está presente em todos os pontos do espaço com todo o seu Ser PESSOAL (não é panteísmo). A imensidão de Deus é intensiva e não extensiva, isto é, não significa extensão ilimitada no espaço, como no panteísmo. A imensidão de Deus é transcendente no espaço (intramundano ou imanente = dentro do mundo - Sl.139:7-12; Jr.23:23,24) e fora do espaço (supramundano = acima do mundo; extramundano = além do mundo; emanente = fora do mundo - IRs.8:27; Is.57:15).   
c) Onipresença: É quase sinônimo de imensidão: A imensidade denota a transcendência no espaço enquanto que a onipresença denota a imanência no espaço. Deus é imanente em todas as Suas criaturas e em toda a criação. A imanência não deve ser confundida com o panteísmo (tudo é Deus) ou com o deísmo que ensina que Deus está presente no mundo apenas com seu poder (per portentiam) e não com a essência e natureza de ser (per essentiam et naturam) e que age sobre o mundo à distância. Deus ocupa o espaço repletivamente porque preenche todo o espaço e não está ausente em nenhuma parte dele, mas tampouco está mais presente numa parte que noutra (Sl.139:11,12). Deus ocupa o espaço variavelmente porque Ele não habita na terra do mesmo modo que habita no céu, nem nos animais como habita nos homens, nem nos ímpios como habita nos piedosos, nem na igreja como habita em Cristo (Is.66:1; At.17:27,28; Compare Ef.1:23 com Cl.2:9).  

7) Imutabilidade É o atributo pelo qual não encontramos nenhuma mudança em Deus, em sua natureza, em seus atributos e em seu conselho.   
a) A "base" para a imutabilidade de Deus: É Sua simplicidade, eternidade, auto-existência e perfeição. Simplicidade porque sendo Deus uma substância simples, indivisível, sem mistura, não está sujeito a variação (Tg.1:17). Eternidade porque Deus não está sujeito às variações e circunstâncias do tempo, por isso Ele não muda (Sl.102:26,27; Hb.1:12 e 13:8). Auto-existência porque uma vez que Deus não é causado, mas existe em Si mesmo, então Ele tem que existir da forma como existe, portanto sempre o mesmo (Ex.3:14). E perfeição porque toda mudança tem que ser para melhor ou pior e sendo Deus absolutamente perfeito jamais poderá ser mais sábio, mais santo, mais justo, mais misericordioso, e nem menos. Por isso Deus é imutável como a rocha (Dt.32:4).   
b) Imutabilidade não significa imobilidade: Nosso Deus é um Deus de ação (Is.43:13).   
c) Imutabilidade implica em não arrependimento: Alguns versículos falam de Deus como se Ele se arrependesse (Ex.32:14, IISm.24:16, Jr.18:8; Jl.2:13). Trata-se de antropomorfismo (Nm.23:19; Rm.11:29; ISm.15:29; Sl.110:4).   
d) Imutabilidade de Deus em Sua natureza: Deus é perfeito em sua natureza por isso não muda nem para melhor nem para pior (Ml.3:6).   
e) Imutabilidade de Deus em Seus atributos: Deus é imutável em suas promessas (IRs.8:56; IICo.1:20); em sua misericórdia (Sl.103:17; Is.54:10); em sua justiça (Ez.8:18); em seu amor (Gn.18:25,26).  
f) Imutabilidade de Deus em Seu conselho: Deus planejou os fatos conforme a sua vontade e decretou que este plano seja concretizado. Nada poderá se opor à sua vontade. O próprio Deus jamais mudará de opinião, mas fará conforme seu plano predeterminado (Is.46:9,10; Sl.33:11; Hb.6:17)

8) Onisciência Atributo pelo qual Deus, de maneira inteiramente única, conhece-se a Si próprio e a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno e simples. O conhecimento de Deus tem suas características:   
a) É arquétipo: Deus conhece o universo como ele existe em Sua própria idéia anterior à sua existência como realidade finita no tempo e no espaço; e este conhecimento não é obtido de fora, como o nosso (Rm.11:33,34).  
b) É inato e imediato: Não resulta de observação ou de processo de raciocínio (Jó.37:16)   
c) É simultâneo: Não é sucessivo, pois Deus conhece as coisas de uma vez em sua totalidade, e não de forma fragmentada uma após outra (Is.40:28).   
d) É completo: Deus não conhece apenas parcialmente, mas plenamente consciente (Sl.147:5).   
e) Conhecimento necessário: Conhecimento que Deus tem de Si mesmo e de todas as coisas possíveis, um conhecimento que repousa na consciência de sua onipotência. É chamado necessário porque não é determinado por uma ação da vontade divina. (Por exemplo: O conhecimento do mal é um conhecimento necessário porque não é da vontade de Deus que o mal lhe seja conhecido (Hc.1:13) Deus não pode nem quer ver o mal, mas o conhece, não por experiência, que envolve uma ação de Sua vontade, mas sim por simples inteligência, por ser ato do intelecto divino (veja IICo.5:21 onde o termo grego ginosko é usado).   
f) Conhecimento livre: É aquele que Deus tem de todas as coisas reais, isto é, das coisas que existiram no passado, que existem no presente e existirão no futuro. É também chamado visionis, isto é, conhecimento de vista.   
g) Presciência: Significa conhecimento prévio; conhecimento de antemão. Como Deus pode conhecer previamente as ações livres dos homens? Deus decretou todas as coisas, e as decretou com suas causas e condições na exata ordem em que ocorrem, portanto sua presciência de coisas contingentes (ISm.23:12; IIRs.13:19; Jr.38:17-20; Ez.3:6 e Mt.11:21) apoia-se em seu decreto. Deus não originou o mal mas o conheceu nas ações livres do homem (conhecimento necessário), o decretou e preconheceu os homens. Portanto a ordem é: conhecimento necessário, decreto, presciência. A presciência de Deus é muito mais do que saber o que vai acontecer no futuro, e seu uso no N.T. é empregado como na LXX que inclui Sua escolha efetiva (Nm.16:5; Jz.9:6; Am.3:2). Veja Rm.8:29; IPe.1:2; Gl.4:9. Como se processou o conhecimento necessário de Deus nas livres ações dos homens antes mesmo que Ele as decretasse? A liberdade humana não é uma coisa inteiramente indeterminada, solta no ar, que pende numa ou noutra direção, mas é determinada por nossas próprias considerações intelectuais e caráter (lubentia rationalis = autodeterminação racional). Liberdade não é arbitrariedade e em toda ação racional há um por que, uma razão que decide a ação. Portanto o homem verdadeiramente livre não é o homem incerto e imprevisível, mas o homem seguro. A liberdade tem suas leis - leis espirituais - e a Mente Onisciente sabe quais são (Jo.2:24,25). Em resumo, a presciência é um conhecimento livre (scientia libera) e, logicamente procede do decreto, "...segundo o decreto sua vontade" (Ef.1:11).   
h) Sabedoria: A sabedoria de Deus é a Sua inteligência como manifestada na adaptação de meios e fins. Deus sempre busca os melhores fins e os melhores meios possíveis para a consecução dos seus propósitos. H.B. Smith define a sabedoria de Deus como o Seu atributo através do qual Ele produz os melhores resultados possíveis com os melhores meios possíveis. Uma definição ainda melhor há de incluir a glorificação de Deus: Sabedoria é a perfeição de Deus pela qual Ele aplica o seu conhecimento à consecução dos seus fins de um modo que o glorifica o máximo (Rm.ll:33-36; Ef.1:11,12; Cl.1:16). Encontramos a sabedoria de Deus na criação (Sl.19:1-7; Sl.104), na redenção (ICo.2:7; Ef.3:10) . A sabedoria é personificada na Pessoa do Senhor Jesus (Pv.8 e ICo.1:30; Jó.9:4; veja também Jó 12:13,16).  
9) Onipotência É o atributo pelo qual encontramos em Deus o poder ilimitado para fazer qualquer coisa que Ele queira.   
A onipotência de Deus não significa o exercício para fazer aquilo que é incoerente com a natureza das coisas, como, por exemplo, fazer que um fato do passado não tenha acontecido, ou traçar entre dois pontos uma linha mais curta do que uma reta. Deus possui todo o poder que é coerente com Sua perfeição infinita, todo o poder para fazer tudo aquilo que é digno dEle. O poder de Deus é distinguido de duas maneiras:   
- Potentia Dei absoluta = absoluto poder de Deus e potentia Dei ordinata = poder ordenado de Deus. 
- Hodge e Shedd definem o poder absoluto de Deus como a eficiência divina, exercida sem a intervenção de causas secundárias, e o poder ordenado como a eficiência de Deus, exercida pela ordenada operação de causas secundárias.   
- Chanock define o poder absoluto como aquele pelo qual Deus é capaz de fazer o que Ele não fará, mas que tem possibilidade de ser feito, e o poder ordenado como o poder pelo qual Deus faz o que decretou fazer, isto é, o que Ele ordenou ou marcou para ser posto em exercício; os quais não são poderes distintos, mas um e o mesmo poderO seu poder ordenado é parte do seu poder absoluto, pois se Ele não tivesse poder para fazer tudo que pudesse desejar, não teria poder para fazer tudo o que Ele deseja. Podemos, portanto, definir o poder ordenado de Deus como a perfeição pela qual Ele, mediante o simples exercício de Sua vontade, pode realizar tudo quanto está presente em Sua vontade ou conselho. E' óbvio, porém, que Deus pode realizar coisas que a Sua vontade não desejou realizar (Gn.18:14; Jr.32:27; Zc.8:6; Mt.3:9; Mt.26:53). Entretanto há muitas coisas que Deus não pode realizar. Ele não pode mentir, pecar, mudar ou negar-se a Si mesmo (Nm.23:19; ISm.15:29; IITm.2:13; Hb.6:18; Tg.1:13,17; Hb.1:13; Tt.1:3), isto porque não há poder absoluto em Deus, divorciado de Sua perfeições, e em virtude do qual Ele pudesse fazer todo tipo de coisas contraditórias entre Si (Jó.11:7). Deus faz somente aquilo que quer fazer (Sl.115:3; Sl.135:6).   
a) El-Shaddai: A onipotência de Deus se expressa no nome hebraico El-Shaddai traduzido por Todo-Poderoso (Gn.17:1; Ex.6:3; Jó.37:23 etc).  
b) Em todas as coisas: A onipotência de Deus abrange todas as coisas (ICr.29:12), o domínio sobre a natureza (Sl.107:25-29; Na.1:5,6; Sl.33:6-9; Is.40:26; Mt.8:27; Jr.32:17; Rm.1:20), o domínio sobre a experiência humana (Sl.91:1; Dn.4:19-37; Ex.7:1-5; Tg.4:12-15; Pv.21:1; Jó.9:12; Mt.19:26; Lc.1:37), o domínio sobre as regiões celestiais (Dn.4:35; Hb.1:13,14; Jó.1:12; Jó 2:6).   
c) Na criação, na providência e na redenção: Deus manifestou o seu poder na criação (Rm.4:17; Is.44:24), nas obras da providência (ICr.29:11,12) e na redenção (Rm.1:16; ICo.1:24).   
10) Soberania ou Supremacia Atributo pelo qual Deus possui completa autoridade sobre todas as coisas criadas, determinando-lhe o fim que desejar (Gn.14:19; Ne.9:6; Ex.18:11; Dt.10:14,17; ICr.29:11; IICr.20:6; Jr.27:5; At.17:24-26; Jd.4; Sl.22:28; 47:2,3,8; 50:10-12; 95:3-5; 135:5; 145:11-13; Ap.19:6).   
a) Vontade ou Autodeterminação: A perfeição de Deus pela qual Ele, num ato sumamente simples, dirige-se à Si mesmo como o Sumo Bem (deleita-se em Si mesmo como tal) e às Suas criaturas por amor do Seu nome (Is.48:9,11,14; Ez.20:9,14,22,44; Ez.36:21-23).   
A vontade de Deus recebe variadas classificações, pois à ela são aplicadas diferentes palavras hebraicas (chaphets, tsebhu, ratson) e gregas (boule, thelema).   
- Vontade Preceptiva: Na qual Deus estabeleceu preceitos morais para reger a vida de Suas criaturas racionais. Esta vontade pode ser desobedecida com freqüência (At.13:22; IJo.2:17; Dt.8:20). 
- Vontade Decretória: Pela qual Deus projeta ou decreta tudo o que virá a acontecer, quer pretenda realizá-lo causativamente, quer permita que venha a ocorrer por meio da livre ação de suas criaturas (At.2:23; Is.46:9-11). A vontade decretória é sempre obedecida. A vontade decretória e a vontade preceptiva relacionam-se ao propósito em realizar algo. 
- Vontade de Eudokia: Na qual Deus deleita-se com prazer em realizar um fato e com desejo de ver alguma coisa feita. Esta vontade, embora não se relacione com o propósito de fazer algo, mas sim com o prazer de fazer algo, contudo corresponde àquilo que será realizado com certeza, tal como acontece com a vontade decretória (Sl.115:3; Is.44:28; Is.55:11). 
- Vontade de Eurestia: Na qual Deus deleita-se com prazer ao vê-la cumprida por Suas criaturas. Esta vontade abrange aquilo que a Deus apraz que Suas criaturas façam, mas que pode ser desobedecido, tal como acontece com a vontade preceptiva (Is.65:12). 
- A vontade de eudokia não se refere somente ao bem, e nela não está sempre presente o elemento de deleite (Mt.11:26). A vontade de eudokia e a vontade de eurestia relacionam-se ao prazer em realizar algo. 
- Vontade de Beneplacitum: Também chamada Vontade Secreta. Abrange todo o conselho secreto e oculto de Deus. Quando esta vontade nos é revelada, ela torna-se na Vontade do Signum ou Vontade Revelada. A distinção entre a vontade de beneplacitum e a vontade de signum encontra-se em Deuteronomio.29:29. 
- A vontade secreta é mencionada em Sl.115:3; Dn.4:17,25,32,35; Rm.9:18,19; Rm.11:33,34; Ef.1:5,9,11, enquanto que a vontade revelada é mencionada em Mt.7:21; Mt.12:50; Jo.4:34; Jo.7:17; Rm.12:2). Esta vontade está mui perto de nós (Dt.30:14; Rm.10:8). A vontade secreta de Deus pertence a todas as coisas que Ele quer efetuar ou permitir, tal como acontece na vontade decretória, sendo portanto, absolutamente fixa e irrevogável.  

b) Liberdade: A perfeição de Deus no exercício de Sua vontade. Deus age necessária e livremente. Assim como há conhecimento necessário e conhecimento livre, há também uma voluntas necessária = vontade necessária e uma voluntas libera = vontade livre. Na vontade necessária Deus não está sob nenhuma compulsão, mas age de acordo com a lei do Seu Ser, pois Ele necessariamente quer a Si próprio e quer a Sua natureza santa

Deus necessariamente se ama a Si próprio e Suas perfeições. As Suas criaturas são objetos de Sua vontade livre, pois Deus determina voluntariamente o que e quem Ele criará; e os tempos, lugares e circunstâncias de suas vidas. Ele traça as veredas de todas as Suas criaturas, determina o seu destino e as utiliza para Seus propósitos (Jó.ll:10; Jó.23:13,14; Jó.33:13. Pv.16:4; Pv.21:1; Is.10:15; Is.29:16; Is.45:9; Mt.20:15; Ap.4:11;Rm.9:15-22; ICo.12:11).  

C) Atributos Morais:  

1) Santidade: É a perfeição de Deus, em virtude da qual Ele eternamente quer manter e mantém a Sua excelência moral, aborrece o pecado, e exige pureza moral em suas criaturas. Ser Santo vem do hebraico qadash que significa cortar ou separar. Neste sentido também o Novo testamento utiliza as palavras gregas hagiazo e hagios. 
A santidade de Deus possui dois diferentes aspectos, podendo ser positiva ou negativa (Hb.1:9;Am.5:15; Rm.12:9).   
a) Santidade Positiva: Expressa excelência moral de Deus na qual Ele é absolutamente perfeito, puro e íntegro em Sua natureza e Seu caráter (IJo.1:5; Is.57:15; IPe.1:15,16; Hc.1:13). A santidade positiva é amor ao bem.   
b) Santidade Negativa: Significa que Deus é inteiramente separado de tudo quanto é mal e de tudo quanto o aborrece (Lv.11:43-45; Dt.23:14; Jó.34:10; Pv.15:9,26; Is.59:1,2; Lc.20:26; Hc. 1:13; Pv.6:16-19; Dt.25:16; Sl.5:4-6). A santidade negativa é ódio ao mal. 
Além de possuir dois aspectos a santidade de Deus possui também duas maneiras diferentes de manifestar-se:
c) Retidão: Também chamada justiça absoluta, é a retidão da natureza divina, em virtude da qual Ele é infinitamente Reto em Si mesmo (santidade legislativa). Sl.145:17; Jr.12:1; Jo.17:25; Sl.116:5; Ed.9:15.   
d) Justiça: Também chamada justiça relativa, é a execução da retidão ou a expressão da justiça absoluta (santidade judicial). Strong a chama de santidade transitiva. A retidão é a fonte da Santidade de Deus, a justiça é a demonstração de Sua santidade. 
A justiça de Deus pode ser retributiva e remunerativa. A justiça retributiva se divide em punitiva e corretiva. A justiça punitiva é aquela pela qual Deus pune os pecadores pela transgressão de Suas leis. Esta justiça de Deus exige a execução das penalidades impostas por Suas leis (Sl.3:5;11:4-7 Dt.32:4; Dn.9:12,14; Ex.9:23-27;34:7). A justiça corretiva é aquela pela qual Deus "pune" Seus filhos para corrigi-los (Hb.12:6,7). Aqueles que não são Seus filhos, Deus pune como um Juiz Severo (Rm.11:22; Hb.10:31), mas aos Seus filhos, Deus "pune" (corrige) como um Pai Amoroso (Jr.10:24;30:11;46:28; Sl.89:30-33; ICr.21:13) A justiça remunerativa é aquela pela qual Deus recompensa, com Suas bênçãos, aos homens pela obediência de Suas leis (Hb.6:10; IITm.4:8; ICo.4:5;3:11-15; Rm.2:6-10; IIJo.8)   
e) Ira: Esta deve ser considerada como um aspecto negativo da santidade de Deus, pois em Sua ira Deus aborrece o pecado e odeia tudo quanto contraria Sua santidade (Dt.32:39-41; Rm.11:22; Sl.95:11; Dt.1:34-37; Sl.95:11). Podemos, então, dizer que a ira é a manifestação da santidade negativa de Deus (Rm.1:18; IITs.1:5-10; Rm.5:9 etc). A ira é também designada de severidade (Rm.11:22).  

2) Bondade: É uma concepção genérica incluindo diversas variedades que se distinguem de acordo com os seus objetos. Bondade é perfeição absoluta e felicidade perfeita em Si mesmo (Mc.10:18; Lc.18:18,19; Sl.33:5; Sl.119:68; Sl.107:8; Na.1:7).   
A bondade implica na disposição de transmitir felicidade.   
a) Benevolência: É a bondade de Deus para com Suas criaturas em geral. E' a perfeição de Deus que O leva a tratar benévola e generosamente todas as Suas criaturas (Sl.145:9,15,16; Sl.36:6;104:21; Mt.5:45;6:26; Lc.6:35; At.14:17). 
Thiessen define benevolência como a afeição que Deus sente e manifesta para com Suas criaturas sensíveis e racionais. Ela resulta do fato de que a criatura é obra Sua; Ele não pode odiar qualquer coisa que tenha feito (Jó.14:15) mas apenas àquilo que foi acrescentado à Sua obra, que é o pecado (Ec.7:29).   
b) Beneficência: Enquanto que a benevolência é a bondade de Deus considerada em sua intenção ou disposição, a beneficência é a bondade em ação, quando seus atributos são conferidos.   
c) Complacência: É a aprovação às boas ações ou disposições. É aquilo em Deus que aprova todas as Suas próprias perfeições como também aquilo que se conforma com Ele (Sl.35:27; Sl.51:6; Is.42:1; Mt.3:17; Hb.13:16).   
d) Longanimidade ou Paciência: O hebraico emprega a palavra erek'aph que significa grande de rosto e daí também lento para a ira. O grego emprega makrothymia que significa ira longe. Portanto longanimidade é o aspecto da bondade de Deus em virtude do qual Ele tolera os pecadores, a despeito de sua prolongada desobediência

A longanimidade revela-se no adiamento do merecido julgamento (Ex.34:6; Sl.86:15; Rm.2:4; Rm.9:22; IPe.3:20; IIPe.3:15)   
e) Misericórdia: Também expressa pelos sinônimos compaixão, compassividade, piedade, benignidade, clemência e generosidade. No hebraico usa-se as palavras chesed e racham e no grego eleos. É a bondade de Deus demonstrada para com os que se acham na miséria ou na desgraça, independentemente dos seus méritos (Dt.5:10; Sl.57:10; Sl.86:5; ICr.16:34; IICr.7:6; Sl.116:5; Sl.136; Ed.3:11; Sl.145:9; Ez.18:23,32; Ex.33:11; Lc.6:35; Sl.143:12; Jó 6:14). 
A paciência difere da misericórdia apenas na consideração formal do objeto, pois a misericórdia considera a criatura como infeliz, a paciência considera a criatura como criminosa; a misericórdia tem pena do ser humano em sua infelicidade, a paciência tolera o pecado que gerou a infelicidade. A infelicidade e sofrimento deriva-se de um justo desagrado divino, portanto exercer misericórdia é o ato divino de livrar o pecador do sofrimento pelo qual ele justamente e merecidamente deveria passar, como conseqüência do desagrado divino.  
f) Graça: É a bondade de Deus exercida em prol da pessoa indigna. Portanto graça é o ato divino de conceder ao pecador toda a bondade de Deus a qual ele não merece receber (Ex.33:19). 
Na misericórdia Deus suspende o sofrimento merecido, na graça Deus concede bênçãos não merecidas. Todo pecador merece ir para o inferno; assim Deus exerce Sua misericórdia livrando o pecador da condenação. Nenhum pecador merece ir para o paraíso; assim Deus exerce a Sua graça doando ao pecador o privilégio de ir gratuitamente para o paraíso. 
Essa diferença entre misericórdia e graça é notada em relação aos anjos que não caíram. Deus nunca exerceu misericórdia para com eles, posto que jamais tiveram necessidade dela, pois não pecaram, nem ficaram debaixo dos efeitos da maldição. Todavia eles são objetos da livre e soberana graça de Deus pela qual foram eleitos (ITm.5:21) e preservados eternamente de pecado e colocados em posição de honra (Dn.7:10; IPe.3:22).   
g) Amor: A perfeição da natureza divina pela qual Ele é continuamente impelido a se comunicar. É, entretanto, não apenas um impulso emocional, mas uma afeição racional e voluntária, sendo fundamentada na verdade e santidade e no exercício da livre escolha. Este amor encontra seus objetos primários nas diversas Pessoas da Trindade. Assim, o universo e o homem são desnecessários para o exercício do amor de Deus. Amor é, portanto, a perfeição de Deus pela qual Ele é movido eternamente à Sua própria comunicação. Ele ama a Si mesmo, Suas virtudes, Sua obra e Seus dons.   
3) Verdade: É a consonância daquilo que é asseverado com o que pensa a Pessoa que fez a asseveração. Neste sentido a verdade é um atributo exclusivamente divino, pois com freqüência os homens erram nos testemunhos que prestam, simplesmente por estarem equivocados a respeito dos fatos, ou então por pura incapacidade fracassam em promessas que fizeram com honestas intenções. Mas a onisciência de Deus impede que Ele chegue a cometer qualquer equívoco, e a Sua onipotência e imutabilidade asseguram o cumprimento de Suas intenções (Dt.32:4; Sl.119:142; Jo.8:26; Rm.3:4; Tt.1:2; Nm.23:19; Hb.6:18; Ap.3:7; Jo.17:3; IJo.5:20; Jr.10:10; Jo.3:33; ITs.1:9; Ap.6:10; Sl.31:5; Jr.5:3; Is.25:1). Ao exercê-la para com a criatura, a verdade de Deus é conhecida como sua veracidade e fidelidade.   
a) Veracidade: Consiste nas declarações que Deus faz a respeito das coisas, conforme elas são, e se relaciona com o que Ele revelou sobre Si mesmo. A veracidade fundamenta-se na onisciência de Deus.   
b) Fidelidade: Consiste no exato cumprimento de Suas promessas ou ameaças. A fidelidade fundamenta-se na Sua onipotência e imutabilidade (Dt.7:9; Sl.36:5; ICo.1:9; Hb.10:23; Dt.4:24; IITm.2:13; Sl.89:8; Lm.3:23; Sl.119:138; Sl.119:75; Sl.89:32,33; ITs.5:24; IPe.4:19; Hb.10:23) MATÉRIA 03 - CRISTOLOGIA: DOUTRINA DE CRISTO

 Lemos em Jo.1:14 que o Verbo se fez carne. Não devemos entender com isso que o Verbo foi transformado em carne ou misturado com carne, e sim que escolheu para Si mesmo um templo formado pelo ventre de uma virgem, no qual habitar; e que Aquele que era o Filho de Deus ficou sendo o Filho do Homem, não pela confusão da substância mas sim pela unidade de pessoa.
 

A NATUREZA HUMANA DE CRISTO

  A) NATUREZA HUMANA 
1) Feito de Mulher (Gl.4:4; Mt.1:8).  
2) Feito da Semente (esperma) de Davi:  
a) Sem (Gn.9:27). 
b) Abraão (Gn.12:1-3).  
c) Isaque (Gn.26:2-5).  
d) Jacó (Gn.28:13-15).  
e) Judá (Gn.49:10).  
f) Davi (IISm.7:12-16). 

B) Crescimento e Desenvolvimento Naturais:  
1) Vigor Físico (Lc.2:52).  
2) Faculdades Mentais (Lc.2:40). 

C) Aparência Pessoal (Jo.4:9).

D) Natureza Humana Completa: 
1) Corpo (Mt.26:12).  
2) Alma (Mt.26:38).  
3) Espirito (Lc.23:46). 

E) Limitações Humanas: 
1) Limitações Físicas:  
a) Fadiga (Jo.4:6; Is.40:28).  
b) Sono (Mt.8:24; Sl.121:4,5).  
c) Fome (Mt.21:18).  
d) Sede (Jo.19:28).  
e) Sofrimento e Dor (Lc.22:44).  
f) Sujeição à Morte (ICo.15:3). 

2) Limitações Intelectuais:  
a) Precisava Crescer em Conhecimento (Lc.2:52).  
b) Precisava Adquirir Conhecimento pela Observação (Mc.11:13).  
c) Possuía Conhecimento Limitado (Mc.13:32). 

3) Limitações Morais (Hb.2:18;4:15). 

4) Limitações Espirituais:  
a) Dependia das Oraçes (Mc.1:35).  
b) Dependia do Espirito Santo (At.10:38; Mt.12:28). 

F) Nomes Humanos: 
1) Jesus (Mt.1:21).  
2) Filho do Homem (Lc.19:10).  
3) O Nazareno (At.2:22).  
4) O Profeta (Mt.21:11).  
5) O Carpinteiro (Mc.6:3).  
6) O Homem (Jo.19:5; ITm.2:5). 

G) Relação Humana com Deus: 
1) Como Mediador e Sacerdote; Como representante da humanidade Jesus falava com Deus (Mc.15:34).  
2) Kenosis: Auto esvaziamento de Jesus Cristo, uma auto renúncia dos atributos divinos. Jesus pôs de lado a forma de Deus, mas ao fazê-lo não se despiu de Sua natureza divina; não houve auto extinção. Também o Ser divino não se tornou humano; Sua personalidade continuou a mesma, e reteve a consciência de ser Deus (Jo.3:13). O propósito da kenosis foi a redenção. Na kenosis Jesus deixou o uso independente do Seu poder para depender do Espirito Santo.

A NATUREZA DIVINA DE CRISTO 
A) Nomes Divinos: 
1) Deus (Jo.1:1; Jo.1:18(ARA); Jo.20:28; Rm.9:5; Tt.2:13; Hb.1:8).  
2) Filho de Deus (Mt.8:29;16:16;27:40; Mc.14:61,62; Jo.5:25;10:36;  
3) Alfa e Ômega (Ap.1:8,17;22:13; Is.44:6).  
4) O Santo (At.3:14; Is.41:14; Os.11:9).  
5) Pai da Eternidade e Maravilhoso (Is.9:6; Jz.13:18)

6) Deus Forte (Is.9:6; Is.10:21).  
7) Senhor da Glória (ICo.2:8; Tg.1:21; Sl.24:8-10).  
8) Senhor (At.9:17;16:31; Lc.2:11; Rm.10:9; Fp.2:11). O termo "Senhor" em grego é Kúrios, e significa Chefe superior, Mestre, e como tal era empregado à pessoas humanas, aos imperadores de Roma. Entretanto eles eram considerados deuses, e somente à eles era permitido aplicar este título, no sentido de divindade (At.2:36; IICo.4:5; Ef.4:5; IIPe.2:1; Ap.19:16). 

B) Pelo culto divino que Lhe é atribuído: 
1) Somente Deus pode ser adorado (Mt.4:10).  
2) Jesus aceitou e não impediu Sua adoração (Mt.14:33; Lc.5:8;24:52).  
3) O Pai deseja que o Filho seja adorado (Hb.1:6; Jo.5:22,23; compare Is.45:21-23 com Fp.2:10,11).  
4) A Igreja primitiva o adorou e orava Ele (At.7:59,60; IICo.12:8-10). 

C) Pelos ofícios divinos que Lhe foram atribuídos: 
1) Criador (Jo.1:3; Hb.1:8-10; Cl.1:16).  
2) Preservador (Cl.1:17).  
3) Perdoador de pecados (Mc.2:5,7,11; Lc.7:49).  
4) Jesus é Jeová Encarnado (Compare Is.40:3,4 com Jo.1:23; Is.8:13,14 com IPe.2:7,8 e At.4:11; IPe.2:6 com Is.28:16 e Sl.118:22; Nm.21:6,7 com ICo.10:9(ARA = Senhor; ARC = Cristo; no grego = Criston); Sl.102:22-27 com Hb.1:10-12; Is.60:19 com Lc.2:32; Zc.3:1,2). 

D) Pela associação de Jesus, o Filho, com o nome de Deus Pai (IICo.13:14; ICo.12:4-6; ITs.3:11; Rm.1:7; Tg.1:1; IIPe.1:1; Ap.7:10; Cl.2:2; Jo.17:3; Mt.28:19).

E) Atributos divinos Lhe são atribuídos: 
1) Atributos Naturais: 

a) Onisciência (Jo.1:47-51;4:16-19,29;6:64;16:30;8:55; Jo.10:15;21:6,17; Mt.11:27;12:25;17:27; Cl.2:3).  
b) Onipresença (Jo.3:13;14:23 Mt.18:20;28:20; Ef.1:23).  
c) Onipotência (Mt.8:26,27;28:28; Hb.1:3; Ap.1:8).  
d) Eternidade (Jo.8:58;17:5,24; Cl.1:17; Hb.1:8;13:8; Ap.1:8; Is.9:6; Mq.5:2).  
e) Vida (Jo.10:17,18;11:25;14:6).  
f) Imutabilidade (Hb.1:11;13:8; Sl.102:26,27).  
g) Auto-Existência (Jo.1:1,2).  
h) Espiritualidade (IICo.3:17,18). 

2) Atributos Morais:  
a) Santidade (At.3:14;4:27Jo.8:12; Lc.1:35; Hb.7:26; IJo.1:5; Ap.3:7;15:4; Dn.9:24).  
b) Bondade (Jo.10:11,14; IPe.2:3; IICo.10:1).  
c) Verdade (Mt.22:16; Jo.1:14;14:6; Ap.19:11;3:7; IJo.5:20). 

F) Títulos dados igualmente a Deus Pai e a Jesus Cristo: 
1) Deus: Deus Pai (Dt.4:39; IISm.7:22; IRs.8:60; IIRs.19:15; ICr.17:20; Sl.86:10; Is.45:6;46:9; Mc.12:32), Jesus Cristo (Compare Is.40:3 com Jo.1:23 e 3:28; Sl.45:6,7 com Hb.1:8,9; Jo.1:1; Rm.9:5; Tt.2:13; IJo.5:20).  
2) Único Deus Verdadeiro: Deus Pai (Jo.17:3), Jesus Cristo (IJo.5:20).  
3) Deus Forte: Deus Pai (Ne.9:32), Jesus Cristo (Is.9:6).  
4) Deus Salvador: Deus Pai (Is.45:15,21; Lc.1:47: Tt.3:4), Jesus Cristo (IIPe.1:1; Tt.2:13; Jd.25).  
5) Jeová: Deus Pai (Ex.3:15), Jesus Cristo (Compare Is.40:3 com Mt.3:3 e Jo.1:23).  
6) Jeová dos Exércitos: (ICr.17:24; Sl.84:3; Is.51:15; Jr.32:18;46:18), Jesus Cristo (Compare Sl.24:10 e Is.6:1-5 com Jo.12:41; Is.54:5).  
7) Senhor: Deus Pai (Mt.11:25;21:9;22:37; Mc.11:9;12:29; Rm.10:12; Ap.11:15), Jesus Cristo (Lc.2:11; Jo.20:28; At.10:36; ICo.2:8;8:6;12:3,5; Fp.2:11; Ef.4:5).  
8) Único Senhor: Deus Pai (Mc.12:29; Dt.6:4), Jesus Cristo (ICo.8:6; Ef.4:5).  
9) Jeová e Salvador, Senhor e Salvador: Deus Pai (Is.43:11;60:16; Os.13:4), Jesus Cristo (IIPe.1:11;2:20;3:18).  
10) Salvador: Deus Pai (Is.43:3,11;60:16; ITm.1:1;2:3; Tt.1:3;2:10;3:4; Jd.25), Jesus Cristo (Lc.1:69;2:11; At.5:31; Ef.5:23; Fp.3:20; IITm.1:10; Tt.1:4;3:6).  
11) Único Salvador: Deus Pai (Is.43:11; Os.13:4), Jesus Cristo (At.4:12; ITm.2:5,6).  
12) Salvador de todos os homens e do mundo: Deus Pai (ITm.4:10), Jesus Cristo (IJo.4:14).  
13) O Santo de Israel: Deus Pai (Sl.71:22;89:18; Is.1:4; Is.45:11), Jesus Cristo (Is.41:14;43:3;47:4;54:5).  
14) Rei dos reis, Senhor dos senhores: Deus Pai (Dt.10:17; ITm.6:15,16), Jesus Cristo (Ap.17:14;19:16).  
15) Eu Sou: Deus Pai (Ex.3:14), Jesus Cristo (Jo.8:58).  
16) O Primeiro e O Último: Deus Pai (Is.41:4;44:6;48:12) Jesus Cristo (Ap.1:11,17;2:8;22:13).

17) O Esposo de Israel e da Igreja: Deus Pai (Is.54:5;62:5; Jr.3:14; Os.2:16), Jesus Cristo (Jo.3:9; IICo.11:2;; Ap.19:7;21:9).  
18) O Pastor: Deus Pai (Sl.23:1), Jesus Cristo (Jo.10:11,14; Hb.13:20). 

G) Obras atribuídas igualmente a Deus e a Jesus Cristo: 
1) Criou o mundo e todas as coisas: Deus Pai (Ne.9:6; Sl.146:6; Is.44:24; Jr.27:5; At.14:15;17:24), Jesus Cristo (Sl.33:6; Jo.1:3,10; ICo.8:6; Ef.3:9; Cl.1:16; Hb.1:2,10).  
2) Sustenta e preserva todas as coisas: Deus Pai (Sl.104:5-9; Jr.5:22;31:35), Jesus Cristo (Cl.1:17; Hb.1:3; Jd.1)  
3) Ressuscitou Cristo: Deus Pai (At.2:24; Ef.1:20), Jesus Cristo (Jo.2:19;10:18).  
4) Ressuscitou mortos: Deus Pai (Rm.4:17; ICo.6:14; IICo.1:9;4:14), Jesus Cristo (Jo.5:21,28,29;6:39,40,44,54;11:25; Fp.3:20,21).  
5) É o Autor da regeneração: Deus Pai (IJo.5:18), Jesus Cristo (IJo.2:29). 
 
A UNIPERSONALIDADE DE JESUS CRISTO

Ficou provado que Jesus Cristo possui duas naturezas, a divina e a humana. No entanto, embora tenha duas naturezas, Ele não possui duas personalidades ou Pessoas, sendo uma Pessoa divina e outra humana, mas uma só 


 

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MATÉRIA 04 - PARACLETOLOGIA: DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

1. DEFINIÇÃO DE PARACLETOLOGIA
Paracletologia é uma palavra formada por duas palavras gregas: paracletos (que significa. Ajudador, Consolador, advogado) e Logia (que significa estudo, doutrina). A Paracletologia estuda de uma forma sistemática tudo o que se refere ao Espírito Santo (chamado por Jesus de Consolador). A Paracletologia também é conhecida como Pnematologia.
A Paracletologia divide-se, na Bíblia em dois períodos: o do Antigo e do Novo Testamento. No AT, as atividades e as manifestações do Espírito Santo eram esporádicas, específicas e em tempos distintos. No N.T., começa no dia de Pentecostes, quando suas atividades se concretizam de maneira direta e contínua através da Igreja. No AT, Ele se manifestava em circunstâncias especiais. No N.T., veio para morar nos corações dos crentes e enche-los do seu poder.
2. A DEIDADE DO ESPÍRITO SANTO
2.1 O ESPÍRITO SANTO É DEUS:
Esta declaração é comprovada na Bíblia e na experiência humana. Ele não é um deus entre os outros. As escrituras relatam um episódio nos primeiros dias da igreja, em Jerusalém, quando Ananias e Safira tentaram enganá-lo. Ele revelou ao apóstolo Pedro que o casal mentia, conforme registra Atos 5.3: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo? Não mentistes aos homens, mas a Deus".
A deidade do Espírito Santo está implícita na do Pai e do Filho. Ela é a mesma nas três pessoas. Não se separa, mas pertence a mesma essência divina do único Deus.
2.2 ATRIBUTOS DO ESPÍRITO SANTO
Há três atributos pertencentes a deidade de cada uma das pessoas da Trindade que são: Onipotência, Onisciência e Onipresença. Estes atributos não foram conferidos a anjos nem aos homens.
a) Onipotência
Por onipotência se entende que todo o poder que há no Universo físico ou espiritual, tem sua origem em Deus.
O poder do Pai é o mesmo existente no Filho e no Espírito Santo. Então em sua onipotência, o Espírito Santo faz o que lhe apraz, realizando milagres e prodígios (Rm 15.19 por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo),

b) Onisciência
Onisciência vem de duas palavras latinas: "OMINES" que significa TUDO e "SCIENTIA" que quer dizer CIÊNCIA. O Espírito Santo, do mesmo modo que o Pai e o Filho, tem total conhecimento de todas as coisas. Sua sabedoria é infinita, singular e indescritível. Ele sabe tudo acerca de si mesmo e do que criou Sl 139.2,11, 13 (SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda). Conhece os homens profundamente 1 Rs 8.39 (ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos, já que lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do coração de todos os filhos dos homens;). Ninguém pode esconder dele coisa alguma. Nem um só pensamento nosso passa despercebido do Espírito Santo Jr 16.17 (Porque os meus olhos estão sobre todos os seus caminhos; ninguém se esconde diante de mim, nem se encobre a sua iniqüidade aos meus olhos).
c) Onipresença
O Espírito Santo penetra em todas as coisas e perscruta o nosso entendimento, pois ele está presente em toda a parte. Ele não se divide em várias manifestações, porque sua presença é total em cada lugar onde estiver:
Sl 139.7-10 ( Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá3. ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA
3.1 A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
Um dos atributos da deidade é a personalidade que cada uma das três pessoas divinas possui. Às vezes atribuímos à personalidade uma forma corpórea. Entretanto, Deus é Espírito, sem necessidade de corpo material. Identifica-se como pessoa alguém que manifeste qualidades, como o falar, o sentir e o fazer alguma coisa racional.
3.2 PRONOMES CONFERIDOS AO ESPÍRITO SANTO
Em João 16.8,13, 14 encontramos algumas vezes o pronome ele, aquele (no grego ekeinos) que indicam a pessoa do Espírito Santo. Em João 14.16, encontra-se a expressão "outro Consolador". Ela, mais uma vez, identifica a personalidade do Espírito Santo. A palavra "outro", usada por Jesus, no grego "ALLOS", significa "outro do mesmo tipo". O Filho de Deus revelou-se como pessoa, mas falou de outra que Ele enviaria após sua subida para o céu. 
Consolador no grego é "Paracleto" que significa: 
1) chamado, convocado a estar do lado de alguém, . convocado a ajudar alguém 
1a) alguém que pleiteia a causa de outro diante de um juiz, intercessor, conselheiro de defesa, assistente legal, advogado 
1b) pessoa que pleiteia a causa de outro com alguém, intercessor 
1b1) Cristo em sua exaltação a mão direita de Deus, súplica a Deus, o Pai, pelo perdão de nossos pecados 
1c) no sentido mais amplo, ajudador, amparador, assistente, alguém que presta socorro 
1c1) É Nome dado Santo Espírito, destinado a tomar o lugar de Cristo com os apóstolos (depois de sua ascensão ao Pai), a conduzi-los a um conhecimento mais profundo da verdade evangélica, a dar-lhes a força divina necessária para capacitá-los a sofrer tentações e perseguições como representantes do reino divino 
3.3 ATRIBUTOS PESSOAIS DO ESPÍRITO SANTO
Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa, com sua própria individualidade. Ele é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho. O Espírito Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: 
a) O Espírito Santo Pensa (Rm 8.27) E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.
b) O Espírito Santo tem Vontade Própria (1Co 12.11) Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.
c) O Espírito Santo Sente Tristeza (Ef 4.30) E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.
d) O Espírito Santo Intercede (Rm 8.23) Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.
e) O Espírito Santo Ensina (Jo 14.26), mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
f) Espírito Santo Fala (Ap 2.7) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.
g) Espírito Santo Comanda (At 16.6,7) E, percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o permitiu.
Espirito Santo é suscetível de trato pessoal:
a) Alguém pode mentir para o Espírito Santo (At 5.3) Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?
b) Pode-se Blasfemar contra o Espírito Santo (Mt 12.31) Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada.

4. OS NOMES DO ESPÍRITO SANTO
Os nomes do Espírito Santo nos revelam muita coisa a respeito de quem ele é. Embora o nome Espírito Santo não ocorra no Antigo Testamento, vários títulos equivalentes são usados. Os principais nomes do Espírito Santo são

a) Espírito de Deus de Yahweh (hb. Ruach YHWH), ou, conforme consta nas Bíblias em português, "o Espírito do Senhor". Yahweh significa aquele que faz existir. O título Senhor dos Exércitos é melhor traduzido como "aquele que cria as hostes", tanto as hostes celestiais (as estrelas, os anjos) quanto as hostes do povo de Deus. O Espírito de Yahweh estava ativo na criação, conforme revela Gênesis 1.2, com referência ao "Espírito de Deus" (hb. ruach 'elohîm).
b) O Espírito de Cristo. Com esse título é acentuada a união do Espírito Santo com Cristo. Como tal ele é a vida Rm 8.9 (Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele), traz frutos de Cristo (Fl. 1.11). Revela os mistérios de Cristo (Jo 14.16) e toma o lugar dos arrebatados na terra (Jo 14.16-18). Toda e qualquer operação do Espírito Santo enfim, é para glorificação de Jesus Cristo.
c) Espírito da Vida. O Espírito da vida Deus dá a cada crente ao nascer de novo, vida nova e eterna. Ele substitui a lei reinante do pecado e da morte com a lei da vida (Rm 8.2 ( Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte). O que estava morto em ofensas e pecados (Ef 2.1; 2 Co 5.17), Ele vivifica no novo nascimento.
d) Espírito da Adoção de Filhos Rm 8.15 (Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.). O conceito bíblico de filiação perdeu-se totalmente nos nossos dias, por causa da idéia de "adoção". Isto não quer dizer que um estranho será acolhido como criança numa família e usa a seguir o nome da família. É antes uma transferência legal de uma criança na condição de um filho adulto ou uma filha que alcançou a maioridade. O termo melhor hoje seria a parceria. Nós fomos acolhidos na família divina, enchidos pelo Seu Espírito e dotados com nova e eterna vida.
e) Espírito da Graça. Hb 10.29 (De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?). A Bíblia qualifica como pecadores obstinados estes, que pisam com os pés o Espírito da Graça. Pelo Espírito da graça é oferecida livremente a todos os homens a dádiva da graça divina. Por isso qualquer acréscimo humano, justiça por obras e melhoramentos adâmicos são abominação para o Espírito Santo.
f) Espírito da Glória 1 Pe 4.14 (14 Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus.). Glória nesse caso tem a ver com adoração, honra, estima, elogio e dedicação que são despertados no crente pelo Espírito Santo. Somente podemos adorar e chegar a glória de Deus, conforme o Espírito Santo nos capacita para isto. Os demais é adoração imitada, não é revelação do Espírito da Glória. Quando Ele se manifesta numa reunião, percebe-se sem chamara a atenção. 
5. OS SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
Os símbolos oferecem quadros concretos de coisas abstratas. Os símbolos do Espírito Santo também são arquétipos. Em literatura arquétipo é uma personagem, tema ou símbolo comum a várias épocas e culturas. Em todos os lugares, o vento representa forças poderosas, porém invisíveis; a água límpida que flui representa o poder e o refrigério sustentador da vida a todos que têm sede, física e espiritual; o fogo representa uma força purificadora (como a purificação de minérios) ou destruidora (freqüentemente citada no juízo. Tais símbolos representam qualidades intangíveis porém genuínas.
a) Vento. A palavra hebraica ruach pode significar "sopro", "espírito" "ou vento". É empregada paralela com nephesh. O significado básico de nephesh é "ser vivente", ou seja, tudo que têm fôlego. A partir daí seu alcance semântico desenvolveu-se a tal ponto de referir-se a quase todos os aspectos emocionais e espirituais do ser humano vivente. A palavra grega pneuma tem um alcance semântico quase idêntico ao de ruach. O vento, como símbolo, fala da natureza invisível do Espírito Santo, conforme revela João 3.8 (O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito). Podemos ver e sentir os efeitos do vento, mas ele próprio não é visto.
b) Água. A água, assim como o fôlego, é necessária ao sustento da vida. O fôlego e a água, tão vitais nas necessidades físicas humanas, são igualmente vitais no âmbito do espírito. Sem o fôlego vivificante e as águas vivas do Espírito Santo, nossa vida espiritual não demoraria murchar e ficar sufocada. O Espírito Santo flui da palavra como águas vivas Jo 7.38, 39 (Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; 

c) Fogo. O aspecto purificador do fogo é refletido claramente em Atos 2. No dia de Pentecostes são "línguas de fogo" que marcam a vinda do Espírito (At 2.3). Esse símbolo é empregado uma só vez para retratar o batismo no Espírito Santo. O aspecto mais amplo do fogo como elemento purificador encontra-se no pronunciamento de João Batista: "Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo..." (Mt 3.11,12; Lc 3.16,17). As palavras de João Batista referiam-se mais diretamente a separação entre o povo de Deus e os que têm rejeitado o Messias. Por outro lado, o fogo ardente e purificador do Espírito da Santidade também operam no crente (1 Ts 5.19).
d) Óleo. Zc 4.2-6 (e me perguntou: Que vês? Respondi: olho, e eis um candelabro todo de ouro e um vaso de azeite em cima com as suas sete lâmpadas e sete tubos, um para cada uma das lâmpadas que estão em cima do candelabro. Junto a este, duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e a outra à sua esquerda. Então, perguntei ao anjo que falava comigo: meu senhor, que é isto? Respondeu-me o anjo que falava comigo: Não sabes tu que é isto? Respondi: não, meu senhor. Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos.). Desde os primórdios o azeite é usado primeiramente para ungir os sacerdotes de Yahweh, e depois, os reis e os profetas. O azeite é o símbolo da consagração divina do crente para o serviço no Reino de Deus. 
e) Pomba. Mt 3.16,17 (Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo). O Espírito Santo desceu sobre Jesus na forma de uma pomba. A pomba é o arquétipo de mansidão e de paz. Ele é manso nas tempestades da nossa vida produzindo paz. 
f) Selo. Ef 1.13 (em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa) Nos dias bíblicos usava-se um selo de cera como sinal de promessa e acordo. Atualmente a nossa assinatura na compra e venda pode ser comparada a isto. Na ocasião do novo nascimento o Espírito Santo põe sobre nós o seu selo de direito de propriedade. Isto é, ao mesmo tempo, uma promessa, que o selado tem parte na consumada obra da salvação. O Espírito Santo garante assim a partir desse momento, o seu apoio e ajuda.
6. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO. 
a) O Espírito Santo é o agente da salvação.
Nisto Ele convence-nos do pecado (Jo 16.7,8 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo) revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.26 ), realiza o novo nascimento (Jo 3.3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (1Co 12.13). Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo 3.3-6; 20.22) e nos tornamos co-participantes da natureza divina (2Pe 1.4); 
b) O Espírito Santo é o agente da nossa santificação
Na conversão, o Espírito passa a habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8.9; 1Co 6.19). Note algumas das coisas que o Espírito Santo faz, ao habitar em nós. Ele nos santifica, i.e., purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertando-nos da escravidão ao pecado. Ele testifica que somos filhos de Deus (Rm 8.16), ajuda-nos na adoração a Deus e na nossa vida de oração, e intercede por nós quando clamamos a Deus (Rm 8.26,27). Ele produz em nós as qualidades do caráter de Cristo, que O glorificam (Gl 5.22,23). 
c) O Espírito Santo é o agente divino para o serviço do Senhor, 
Revestindo os crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta obra do Espírito Santo relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do Espírito. Quando somos batizados no Espírito, recebemos poder para testemunhar de Cristo e trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo (At 1.8). Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e sobre os discípulos (At 2.4), e que nos capacita a proclamar a Palavra de Deus (At 1.8; 4.31) e a operar milagres (At 2.43; 3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). Para realizar o trabalho do Senhor, o Espírito Santo outorga dons espirituais aos fiéis da igreja para edificação e fortalecimento do corpo de Cristo (1Co 12—14). Estes dons são uma manifestação do Espírito através dos santos, visando ao bem de todos (1Co 12.7-11). 
7. O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
a) Ser Cheio do Espírito
Todo o cristão recebe o Espírito Santo no momento da conversão e pode ser cheio dele sem ser batizado no Espírito Santo

O Espírito Santo nos convence do Pecado Jo 16.8 (E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo).
O Espírito Santo habita em nós 1 Co 6.19 (Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?)
Nós fomos selados com o Espírito Santo Ef 1.13,14 (em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória); 2 Co 1.21,22 (Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração); Ef 4.30 (E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção)
Devemos buscar ser cheios Ef 5.18 (E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito)
Exemplo de pessoas que foram cheias do Espírito Santo e não eram batizadas:
Isabel Lc 1.41 (E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo)
Zacarias Lc 1.67 (E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo e profetizou, dizendo:)
Simeão Lc 2.25 (Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.)
João Batista Lc 1.15 (porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe.)
b) Ser batizado no Espírito Santo
At 1.5 "Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias."
A respeito do batismo no Espírito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
Jesus ordenou aos discípulos que não começarem a testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos do poder do alto Lc 24.49 (E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.) At 1.4,5,8 (E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também deviam ser "revestidos de poder" pelo Espírito Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). 
O batismo no Espírito Santo outorgará ao crente ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação At 1.8 (Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. At 4.31; 33 (Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça).
O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo. No dia de Pentecostes At 2.4 (Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Na casa de Cornélio At 10.44-46 (E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus. Os cristãos de Éfeso At 19.6 (E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam).
Esse poder não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7) 8. OS DONS ESPIRITUAIS
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade de dons espirituais concedidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações do Espírito visam à edificação e à santificação da igreja (12.7; ver 14.26 nota). Esses dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais permanente. A lista em 12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes maneiras. 
As manifestações do Espírito dão-se de acordo com a vontade do Espírito (12.11), ao surgir a necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (12.31; 14.1)
Certos dons podem operar num crente de modo regular, e um crente pode receber mais de um dom para atendimento de necessidades específicas. O crente deve desejar "dons", e não apenas um dom (12.31; 14.1).
É antibíblico e insensato se pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos visível. Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).
Satanás pode imitar a manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co 11.13-15; 2Ts 2.8-10). O crente não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual, mas deve "provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (1Jo 4.1; cf. 1Ts 5.20,21; ver o estudo 
8.1 RELAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS
Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro, a operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas.
Em 1Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características desses dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre os mesmos. 
8.1.1 DONS DE REVELAÇÃO
a) Dom da Palavra da Sabedoria (12.8) 
Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico 
Ex.: At 6.10 Não podiam resistir a sabedoria com que Estevão falava;
Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).
b) Dom da Palavra do Conhecimento (12.8) 
Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades bíblicas. Freqüentemente, este dom tem estreito relacionamento com o de profecia. 
Ex.: (At 5.1-10) Pedro obteve o conhecimento do que Ananias e Safira haviam feito 
c) Dom de Discernimento de Espíritos (12.10)
Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (1Jo 4.1 Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora.). 
8.1.2 DONS DE PODER
a) Dom da Fé (12.9)
Não se trata da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (Mc 11.22-24) e que freqüentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres.
b) Dons de Curas (12.9) 
Esses dons são concedidos à igreja para a restauração da saúde física, por meios divinos e sobrenaturaisEx.: At 3.6-8 A cura de um coxo na porta do templo. 
O plural ("dons") indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de Deus. Os dons de curas não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (cf. 12.11,30 "11 Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer"; 30"Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos?"), todavia, todos eles podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados. 
Pode também haver cura em obediência ao ensino bíblico de Tg 5.14-16 (ver Tg 5.15 notas).
c) Dom de Operação de Milagres (12.10)
Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o reino de Deus contra Satanás e os espíritos malignos 
Ex.: Mt 8.26,27 E ele disse-lhes: Por que temeis, homens de pequena fé? Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e seguiu-se uma grande bonança. E aqueles homens se maravilharam, dizendo: Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?
8.1.3 DONS DE INSPIRAÇÃO

a) Dom de Profecia (12.10) 
É preciso distinguir a profecia aqui mencionada, como manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na igreja, mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério, a profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros profetas. Como manifestação do Espírito, a profecia está potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18). Quanto à profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte: 
Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (14.24,25, 29-31) 
Tanto no AT, como no N.T., profetizar não é primariamente predizer o futuro, mas proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu povo à retidão, à fidelidade e à paciência. A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de uma pessoa (1 Co 14.25 tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós), ou prover edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento (1 Co 14.3 Mas o que profetiza fala aos homens, edificando, exortando e consolando
A igreja não deve ter como infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas estarão na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve ser julgada quanto à sua autenticidade e conteúdo (1Ts 5.20,21 Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom). Ela deverá enquadrar-se na Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e ser transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo (12.3).
O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do homem. Não há no N.T. um só texto mostrando que a igreja de então buscava revelação ou orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja somente quando Deus tomava o profeta para isso.
b) Dom de Variedades de Línguas (12.10)
No tocante às "línguas" (gr. glossa, que significa língua) como manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos: 
Essas línguas podem ser humanas como as que os discípulos falaram no dia de Pentecostes (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, entendida somente por Deus (1 Co 14.2 Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios). 
A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida, tanto por quem fala como pelos ouvintes (1 Co 14.14,16 Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera. 16 E, se tu bendisseres apenas em espírito, como dirá o indouto o amém depois da tua ação de graças? Visto que não entende o que dizes;

O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (i.e., na oração, no louvor, no bendizer, na ação de graças e na oração), 
Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (1 Co 14., 27,28. No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete. Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.) Deve haver ordem quanto ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em "êxtase" ou "fora de controle".
c) Dom de Interpretação de Línguas (12.10) 
Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada para a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação pode assim desfrutar dessa revelação vinda do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a mensagem. A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa interpretá-las (1 Co 14.13 Pelo que, o que fala em outra língua deve orar para que a possa interpretar)
9. O FRUTO DO ESPÍRITO
Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama "o fruto do Espírito". Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O fruto do Espírito inclui: 
a) ÁGAPE – AMOR
“Caridade” (gr. ágape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (1 Co 13.4-8 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará)
O amor é o solo onde são cultivadas todas as demais virtudes espirituais. 
O amor é a prova da espiritualidade e tem inicio na regeneração (1 Jo 4.7-8). Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.
O amor consiste em querer para os outros aquilo que queremos par nos mesmos. É a dedicação ao próximo. Mateus 7:12 Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.

b) CHARA – ALEGRIA
Trata-se da felicidade do Espírito, qualidade de vida que é graciosa e bondosa caracterizada pela boa vontade, generosa nas dádivas aos outros, por causa de uma correta relação com Deus.
Deus não aprecia a duvida e o desânimo. Também o abomina a doutrina ousada, o pensamento melancólico e tristonho. Deus gosta de corações animados. (2Co 6.10 “entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo”.)
A alegria cristã, entretanto não é uma emoção artificial. Antes é uma ação do Espírito de Deus no espírito humano é a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em Cristo 1 Pe 1.8 Jesus Cristo; a quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória,
c) EIRENE – PAZ
A queda do homem no pecado destruiu a paz, a paz com Deus, com os outros, com o próprio ser e com a própria 

Foi através da instrumentalidade da cruz que Deus estabeleceu a paz. Portanto, a paz envolve muito mais do que uma tranqüilidade intima que prevalece a respeito das tempestades externas. Antes, trata-se de uma qualidade espiritual de origem cósmica e pessoal produzida pela reconciliação e pelo perdão dos pecados.
A paz é o contrario do ódio, da contenda, da inveja dos excessos de tudo o que são obras da carne.
Paz é a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Fp 4.7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
d) MAKROTHUMIA – LONGANIMIDADE
Quando é uma qualidade atribuída a Deus, significa que ele tolera pacientemente todas as iniquidades do homem, não deixando arrebatar por explosões de ira.
A longanimidade é a paciência que nos permite subjugar a ira e o sendo de contenda, tolerando as injúrias.
Longanimidade é a perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.1,2 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor).
e) CHRESTOTES – BENIGNIDADE
Significa gentileza, bondade. Esse termo grego significa também excelência de caráter, honestidade. O crente que a possui esse é gracioso e gentil para com seu semelhante não se mostrando ser inflexível e exigente.
Ser Benigno é não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou).

f) AGATHOSUNE – BONDADE
Uma pessoa bondosa quando se dispõe a ajudar aqueles que têm necessidade.
Podemos observar a vida terrena inteira de Jesus de Nazaré, vivida em meio a atos de bondade para com os outros. Ora, para que o crente se mostre supremamente bondoso, precisa contar com auxílio do Espírito Santo.
Bondade é a expressão máxima do amor cristão. No grego, Agathosune refere-se ao homem bom, cuja generosidade brota do coração. Ela é a verdadeira prática do bem. É o amor em ação (Gl 6.10 Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé).
g) PISTIS – FÉ
Significa tanto confiança como fidelidade. A fé de parceria com o arrependimento, forma a conversão. A entrega da alma, as mãos de Cristo alicerçado sobre o conhecimento espiritual.
A fé vitalizada pelo amor, pois do contrário, não será a verdadeira fé sob hipótese alguma.
Fé é lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade. 
h) PRAUTES – MANSIDÃO
Para Aristóteles, essa característica era um vicio de deficiência, e não uma virtude. Aristóteles encarava tal realidade, como uma auto-depreciação. 
Na verdade mansidão trata-se de uma submissão do homem para com Deus e, em seguida para com o homem. A mansidão é o resultado da verdadeira humildade por causa do reconhecimento alheio, com a recusa de nos considerarmos superiores.
Mansidão é moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (Jesus em Mt 11.23 repreende duramente Carfanaum "Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje "e no v. 29 diz que devemos ser mansos como ele Mt 11.29 2Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.
i) EGKRATEIA - TEMPERANÇA - DOMÍNIO PRÓPRIO
Temperança é o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).

Na passagem de 1 Co 7.9 essa palavra é usada em relação ao controle do impulso sexual ( Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado.
. Mas em 1 Co 9.25 refere-se a toda forma de autodisciplina ( Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Parece que Paulo se utiliza dessa palavra, neste contesto, dando a entender aquele autocontrole que obtém sobre os vícios alistados em Gl 5.19-21.
Os filósofos estóicos percebiam claramente a verdade expressa por essa virtude de domínio próprio. Eles procuravam fazer com que a razão dominasse a vida inteira, controlando as paixões e firmando a lama. 
O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípiosMATÉRIA 05 - SOTERIOLOGIA: DOUTRINA DA SALVAÇÃO

1. Graça: É o poder dinâmico de Deus que provêm imerecidamente para capacitar o homem a desejar e fazer a Sua vontade (Fp.2:13; Ico.1:4,5; IITm.1:9; Tg.1:18; IICo.3:5; Hb.13:21; Is.26:12; Jr.10:23; Pv.16:9; 20:24; ICo.15:10).   
2. Predestinação: É o conselho ou decreto de Deus concernente aos homens decaídos, incluindo a eleição soberana de uns e a justa reprovação dos restantes (Rm.8:29,30; 9:11-24; Ef.1:5,11). 
Os dois aspectos da predestinação são: 
(a)  Eleição: É o ato eterno de Deus pelo qual Ele, em seu soberano beneplácito, e sem levar em conta nenhum mérito previsto nos homens, escolhe um certo número deles para receberem a graça especial e a salvação eterna. 
(b)  Reprovação: É o decreto eterno de Deus pelo qual Ele determinou deixar de aplicar a um certo número de homens as operações de sua graça especial, e puní-los por seus pecados, para a manifestação da sua justiça. Os dois aspectos da reprovação são preterição e condenação. 
PENSAMENTO: A soberania divina e a soberania humana certamente são contraditórias entre si, mas a soberania divina e a responsabilidade humana, não. (F.H. Klooster)   
3. Vocação: Vocação ou chamada é o ato de graça pelo qual Deus convida os homens, através de Sua Palavra, a aceitarem pela fé a salvação providenciada por Cristo. (ICo.1:9; ITs.2:12; IPe.5:10; Mt.11:28; Lc.5:32; Jo.7:37; At.2:39; Rm.8:30; ICo.1:24,26;7:15; Gl.1:15; Ef.4:1;4:4; IITs.2:14; IITm.1:9; Ipe.2:9;5:10).   
4. União: É a ligação íntima, vital e espiritual entre Cristo e o Seu povo, em razão da qual Ele é a fonte da sua vida e poder, da sua bem-aventurança e salvação (Ef.5:32; Cl.1:27).   
5. Regeneração: É o ato de Deus pelo qual o princípio de uma nova vida é implantado no homem, e a disposição dominante de sua alma é tornada santa. É a comunicação de vida divina à alma, que implica numa completa mudança de coração (Ez.11;19; 18:31; 36:26; Jr.24:7; Rm.6:4; Ef.2:6; Cl.2:12; Jo.5:21; Jo.6:63; 10:10,28; Rm.6:11,13; IJo.5:11,12; Ef.2:1,5; Cl.2:13; IIPe.1:4; Jo.1:12; 3:3,5; IJo.3:1).   
6. Conversão: É o ato exterior, visível e prático da salvação operada na vida do pecador regenerado (Lc.22:32). 
Os dois aspectos da conversão são: 
(a) arrependimento: é o aspecto negativo da conversão, porque implica no abandono do pecado e em dizer não para as coisas pecaminosas. 
(b) fé: é o aspecto positivo da conversão, porque implica em voltar em direção a Deus e em dizer sim para a sua palavra.   
7. Arrependimento: É a mudança voluntária e consciente, produzida na vida do pecador, efetuada pelo Espírito Santo, a qual atinge sua mente, seus sentimentos e conduz o pecador ao abandono voluntário do pecado (Mt.21:28-30; IICo.7:9,10).   
8. : É um firme e seguro conhecimento do favor de Deus, para conosco, fundado na verdade de uma promessa gratuita em Cristo, e revelada às nossas mentes e seladas em nossos corações pelo Espirito Santo (As Institutas, III, 2,7, Calvino).   
9. Justificação: É um ato judicial de Deus, no qual Ele declara, com base na justiça de Jesus Cristo, que todas as reivindicações da lei estão satisfeitas a favor do pecador (At.13:39; Rm.5:1,9; 8:30-33; Ico.6:11; Gl.2:16; Gl.3:11). Na justificação estão incluídos o perdão, a adoção, a substituição vicária e a imputação. 
Os dois aspectos da justificação são: 
(a) Remissão ou Perdão (aspecto negativo/a dívida é anulada): É o resultado da morte de Cristo e se dá por meio da substituição, na qual, Cristo nosso Cordeiro Pascal se oferece para morrer em nosso lugar. 
(b) Adoção (aspecto positivo/o crédito é imputado): É o resultado da ressurreição de Cristo e se dá por meio da imputação, na qual a justiça de Cristo, que dá o direito legal à adoção, é imputada ao crente. A regeneração opera uma filiação moral enquanto que a adoção opera uma filiação legal.   
10. Remissão ou Perdão: É o aspecto negativo da justificação, pois quando Adão pecou, ele foi condenado pelo que fez de errado (iniqüidade), como também pelo que deixou de fazer de certo, errando o alvo (pecado). Adão, então pecou por ação (iniqüidade = pecado consciente, voluntário, transgressão) e omissão (pecado, leia IJo.3:4). Cristo em sua obra vicária corrigiu os erros de Adão, obedecendo passiva e ativamente, negativa e

 aqui descritos. positivamente os mandamentos de Deus, pois a lei inclui mandamentos negativos (não adulterarás, etc) e mandamentos positivos (amarás a Deus, etc). O perdão é, portanto o ato judicial de Deus pelo qual ele concede ao pecador, na cruz, os benefícios resultantes da obediência passiva de Cristo. O perdão é resultado da morte de Cristo enquanto que a adoção (o aspecto positivo da justificação) é resultado da ressurreição de Cristo (Rm.4:25). Na morte Cristo aniquilou o pecado, na ressurreição trouxe justiça. O perdão é operado mediante a substituição, a justiça é concedida por meio da imputação. O perdão é concedido na cruz. A justiça é imputada no tribunal de Deus (IPe.3:18). 
NOTA: Remissão não é o mesmo que redenção. Veja redenção no item 17.   
11. Adoção: É o ato judicial de Deus, resultado prático da regeneração, pelo qual Ele declara seus filhos emancipados e herdeiros da vida eterna (Tt.3:7). Adoção não deve ser confundida com regeneração, pois na adoção Deus coloca o pecador que já é seu filho regenerado na posição de filho adulto. Na adoção não há transformação interior (moral). A adoção não muda o interior do pecador, muda a sua posição perante Deus. Deus não adota pecadores não regenerados, Deus só adota aqueles que já são seus filhos.   
12. Imputação: É o ato de Deus pelo qual Ele debita meritoriamente na conta da humanidade o pecado de Adão, e judicialmente na conta de Cristo o pecado da humanidade, e gratuitamente na conta da humanidade a justiça de Cristo. Imputação significa "debitar", "atribuir responsabilidade" ou "lançar na conta de alguém". Paulo ensina esta doutrina quando assume a dívida de Onésimo. Do mesmo modo Jesus Cristo tomou a nossa dívida (Fm.18,19).   
13. Substituição: É o ato judicial de Deus pelo qual Ele pune os pecadores pelos seus pecados, provendo um substituto qualificado, sobre o qual recaiu todo o pecado e a culpa imputados à humanidade por causa do pecado de Adão (Is.53:4-7; Ico.5:7). 
Um substituto qualificado deveria possuir: 
(a) Perfeita Encarnação: deveria ter natureza humana completa para poder representar adequadamente a humanidade (Hb.2:14-17; 5:1; Jo.1:14). 
(b) Perfeita Identificação: deveria ter uma profunda identificação com o sofrimento humano (Hb.4:15; Hb.2:18; Hb.5:2,3). A nossa identificação com Cristo é tão perfeita que somos identificados com Ele na sua morte (Rm.6:3; Cl.2:12). 
(c) Perfeita Santidade: Um homem comum não seria um bom representante da raça humana. O substituto deveria ser santo, inocente, sem mácula, separado dos pecadores (Hb.7:23-27). Um mortal comum não poderia salvar ninguém, pois sendo mortal, não se salvaria nem a si mesmo. 
14. Santificação: É a graciosa e contínua operação do Espirito Santo pela qual Ele liberta o pecador justificado da corrupção do pecado, renova toda a sua natureza à imagem de Deus, e o capacita a praticar boas obras.  
ESQUEMA DA SALVAÇÃO 
      Espírito Alma Corpo 
      Tempo Passado Presente Futuro  
      Em relação ao pecado 
Penalidade (Jo.5:24) 
Poder (Rm.6:14) 
Presença       (ICo.15:54,57) 
      Em relação ao pecador 
Justificação Regeneração (Rm.1:4; Ipe.1:2; Rm.5:16;IITs.2:13) 
Santificação (Tg.1:21,22; IITm.3:15) 
Redenção (Fp.3:21)  
      Ocasião 
Morte e ressurreição de Cristo 
Do novo nascimento até o encontro com Cristo (Fp.1:6) 
Arrebatamento ou 2ª Vinda de Cristo (ICo.15:52,53) 
15. Perseverança: É a contínua operação do Espirito Santo no crente, pela qual a obra da graça divina, inciada no coração, tem prosseguimento e se completa, levando os salvos à permanecerem em Cristo e perseverarem firmes na féA perseverança representa o lado humano (Jr.32:40; Sl.86:11; 37:28-31).   
16. Segurança: É a garantia eterna e imutável da salvação, iniciada e completada por Deus, no coração dos regenerados. A segurança representa o lado divino (Sl.89:28-37).   
17. Redenção: É o ato gracioso de Deus pelo qual Ele liberta o pecador da escravidão da lei do pecado e da morte (Rm.8:1,2), mediante o pagamento de um resgate (Rm.6:20-22; Ico.6:19,20; IPe.1:18,19; Ap.1:5; 5:9; Gl.4:1-7). 
(a) A Necessidade da Redenção: Todas as criaturas humanas da terra pertencem a Deus (ICo.10:26; Sl.50:12) mas não são todas de Cristo (Rm.8:9). O homem só se torna propriedade exclusiva de Cristo mediante a obra da redenção (ICo.6:19,20; Hb.2:13-15). O mundo (sistema) é de Satanás (Lc.4:6; Ijo.5:19) e as criaturas humanas que estão no mundo pertencem à ele (At.26:18; Mt.12:30; Mc.9:40; Lc.11:23), por isso era necessária a redenção, para que através de Cristo Deus resgatasse (comprasse) do mundo os que viriam a crer nele, para que através da redenção passassem a pertencer a Cristo (Jo.15:19; 17:14; 18:36; Cl.1:13). Se um homem ainda não foi redimido, embora sendo criatura de Deus, continua sendo filho do Diabo, do qual é ele escravo (Jo.8:44). Somente os filhos de Deus são verdadeiramente livres (Gl.2:4; 5:1; Rm.8:21; IICo.3:17).   
(b) A Natureza do Redentor: 
Deveria ser parente próximo da vítima: Era ele, o redentor (goel no hebraico) quem deveria resgatar o sangue da vítima assassinada (Nm.35:19-34; Js.20:3-5); era ele quem deveria resgatar a possessão da família que fora vendida (Lv.25:24,26,51,52; Lv.27:13,15,19,20,31; Jr.32:7); era ele quem deveria resgatar a pessoa cujo empobrecimento forçou-a a se vender a um não judeu (Lv.25:47-49). Em Ezequiel 11:15 a expressão "os homens do teu parentesco" significa "os homens da tua redenção". 
O Redentor deveria preencher certos requisitos: (1) deveria ter parentesco do escravo a ser resgatado (Rt.2:20; 3:9,12; 4:1,3,6,14); (2) deveria ter meios com que pagar o resgate (Rt.4:6; Sl.49:7-9); (3) deveria querer efetuar o resgate (Rt.4:4; Rt.3:13; Rm.5:7); (4) deveria ser livre e não podia ser um escravo, um 
escravo não podia resgatar outro escravo.   
(c) Cristo é o Nosso Redentor: 
(1)     Ele se fez nosso parente próximo (Hb.2:14,15; Fp.2:7); 
(2)     Ele pagou com seu sangue (At.20:28; IPe.1:18; ICo.6:20); 
(3)     Ele nos resgatou voluntariamente (Jo.10:17,18); 
(4)     Ele não tinha pecado (Hb.5:15; IICo.5:21). 
  
18. Reconciliação: É a operação graciosa de Deus pela qual Ele reconcilia os pecadores consigo mesmo, por meio da morte de Jesus Cristo, removendo a inimizade (IICo.5:18-21; Cl.1:20-22). O termo usado no antigo Testamento para reconciliação é expiação. 
Os dois aspectos da reconciliação são: 
(a)     Expiação: A reconciliação (no grego = katallagê) tem seu aspecto negativo na expiação, que enfatiza a morte de Cristo para o perdão dos pecados em relação ao homem. (A justificação possui aspectos semelhantes a reconciliação: 
É negativa e positivamente considerada: (a) Perdão e (b) Adoção). A expiação é a remoção da causa da inimizade do homem (Rm.5:10). Na expiação a fraqueza, a impiedade e o pecado (mencionados em Rm.5:6-8), fatores causadores da inimizade são removidos. Portanto expiação é o cancelamento da fraqueza (Rm.5:6), da impiedade (Rm.5:6) e especialmente do pecado (Rm.5:8; Ijo.1:29; At.3:19). Na expiação a ação se dirige para aquilo que provocou o rompimento no relacionamento, e se ocupa com a anulação do ato ofensivo.

(b)     Propiciação: É a reconciliação em seu aspecto positivo, e por isso vai além da expiação, pois enfatiza a morte de Cristo em relação a Deus. Na propiciação a ação se dirige para Deus, a pessoa ofendida. O propósito da propiciação é alterar a atitude de Deus, da ira para a boa vontade e favor. Na propiciação é a ira que é removida (Rm.5:9,10) e a amizade de Deus é restaurada. Não é o caso de Deus mudar, mas sim de que sua ira é desviada (Sl.78:38; 79:8; Em Ex.32:14 o termo arrepender é wayyinnahem, no hebraico, e hilaskomai, no grego, que significa "ser propício". É também usado em Lm.3:42; Dn.9:19;

IIRs.24:4. É claro que se trata de linguagem poética, pois há passagens em que se diz que Deus se arrependeu de fazer o bem, como em Jr.18:10, como se o bem fosse causa para arrependimento). 
Na expiação Cristo ofereceu-se pelos os homens, na propiciação Ele ofereceu-se à Deus (Hb.9:13,14; IPe.3:18). A expiação extingue o pecado (a inimizade contra Deus), a propiciação extingue a penalidade do pecado (a ira de Deus) que é desviado para a cruz de Cristo (Rm.3;25; Rm.1:18,24,26).   
  
19.Renovação: É a operação graciosa de Deus que inclui todos aqueles processos de forças espirituais subseqüentes ao novo nascimento e decorrentes dele (Sl.51:10;103:5; Is.40:31;41:1; Cl.3:10). 
20. Glorificação ou Ressurreição: É a operação divina pela qual o crente regenerado há de ressuscitar corporalmente, tendo seu corpo abatido, transformado à semelhança do corpo glorioso do Senhor Jesus (Fp.3:21; ITs.4:13-17; IJo.3:2).   
Conclusão: não foram apresentados todos os aspectos envolvidos em cada um dos 20 itens aqui descritos. O assunto é vasto e interminável, na teologia sistemática, principalmente na soteriologia, por isso apresentei um resumo do que considerei mais importante sobre o assunto. Outros aspectosMATÉRIA 06 - A TRINDADE
 
Marcos 1.11 "E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: TU ÉS O MEU FILHO AMADO, em quem me comprazo".

 

As três divinas pessoas da Trindade estão presentes no batismo de Jesus. Deus é revelado nas Escrituras como um só Deus, existente como Pai, Filho e Espírito Santo (cf. Mt 3.16,17; 28.19; Mc 1.9-11; 2 Co 13.14; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2; Jd 20,21). Esta é a doutrina da Trindade,expressando a verdade de que dentro da essência una de Deus, subsistem três Pessoas distintas, compartilhando uma só natureza divina comum. Assim, segundo as Escrituras, Deus é singular (uma unidade) num sentido, e plural (trina), noutro.

(1) As Escrituras declaram que Deus é um só uma união perfeita de uma só natureza, substância e essência (Dt 6.4; Mc 12.29; Gl 3.20). Das pessoas da deidade, nenhuma é Deus sem as outras, e cada uma, juntamente com as outras, é Deus. (2) O Deus único existe numa pluralidade de três pessoas identificáveis, distintas; mas não separadas. As três não são três deuses, nem três partes ou expressões de Deus, mas são três pessoas tão perfeitamente unidas que constituem o único Deus verdadeiro e eterno. O Filho e também o Espírito Santo possuem atributos que somente Deus possui (ver Jo 20.28; 1.1,14; 5.18; 14.16; 16.8,13; Gn 1.2; Is 61.1; At 5.3,4; 1 Co 2.10,11; Rm 8.2,26,27; 2 Ts 2.13; Hb 9.14). Nem o Pai, nem o Filho, nem o Espírito Santo, foram feitos ou criados em tempo algum, mas cada um é igual ao outro em essência, atributos, poder e glória. (3) O Deus único, existente em três pessoas, torna possível desde toda a eternidade o amor recíproco, a comunhão, o exercício dos atributos divinos, a mútua comunhão no conhecimento e o inter-relacionamento dentro da deidade (cf. Jo 10.15; 11.27; 17.24; 1 Co 2.10)
1.13 TENTADO POR SATANÁS. Ver Mt 4.1.
1.14 O EVANGELHO. Ver Mc 14.9 .
1.15 O REINO DE DEUS. A proclamação e a concretização do reino de Deus foi o propósito da obra de Cristo. Foi o tema de sua mensagem na terra (Mt 4.17). Quanto à forma de manifestação do reino, existem: (1) O reino de Deus em Israel. No AT, o reino visava preparar o caminho da salvação da humanidade. Devido à rejeição de Jesus, o Messias de Israel, o reino foi tirado desta nação (ver Mt 21.43 nota); (2) O reino de Deus em Cristo. O reino esteve presente na pessoa e na obra de Jesus, o Rei (Lc 11.20); (3) O reino de Deus na igreja. Trata-se da manifestação atual do reino de Deus nos corações e nas vidas de todos aqueles que se arrependem e crêem no evangelho (Jo 3.3,5; Rm 14.17; Cl 1.13). Sua presença manifesta-se com grande poder contra o império de Satanás. Não se trata de um reino político, material, mas de uma poderosa e eficaz presença e operação de Deus entre o seu povo (ver 1.27, 9.1); (4) O reino de Deus na consumação da História. Trata-se do Reino Messiânico, predito pelos profetas (Sl 89.36,37; Is 11.1-9; Dn 7.13,14). Cristo reinará na terra durante mil anos (Ap 20.4-6). A igreja reinará juntamente com Ele, sobre as nações (2 Tm 2.12; 1 Co 6.2,3; Ap 2.26,27; ver Ap 20.4 nota); (5) O reino de Deus na eternidade. O reino messiânico durará mil anos, dando lugar ao reino eterno de Deus, que será estabelecido na nova terra (Ap 21.1-4). O centro da nova terra é a Cidade Santa, a Nova Jerusalém (Ap 21.9-11). Os habitantes são os redimidos do AT (Ap 21.12) e do NT (Ap 21.14). Sua maior bênção é "verão o seu rosto" (Ap 22.4; ver Ap 21.1)

 

 

 

Quem é Deus?
OS ATRIBUTOS DE DEUS

Sl 139.7,8 “Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face”? Se subir ao
céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também”.

A Bíblia não procura comprovar que Deus existe. Em vez disso, ela declara a sua existência e apresenta numerosos atributos seus. Muitos desses atributos são exclusivos dEle, como Deus; outros existem em parte no ser humano, pelo fato de ter sido criado à imagem de Deus.

ATRIBUTOS EXCLUSIVOS DE DEUS.

(1) Deus é onipresente — Ele está presente em todos os lugares a um só tempo. O salmista afirma que, não importa para onde formos, Deus está ali (Sl 139.7-12; cf. Jr 23.23,24; At 17.27,28); Deus observa tudo quanto fazemos. 
(2) Deus é onisciente — Ele sabe todas as coisas (Sl 139.1-6; 147.5). Ele conhece, não somente nosso procedimento, mas também nossos próprios pensamentos (1Sm 16.7; 1 Rs 8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10). Quando a Bíblia fala da presciência de Deus (Is 42.9; At 2.23; 1Pe 1.2), significa que Ele conhece com

 poderão ser encontrados por um. precisão a condição de todas as coisas e de todos os acontecimentos exeqüíveis, reais, possíveis, futuros, passados ou predestinados (1Sm 23.10-13; Jr 38.17-20). A presciência de Deus não subentende determinismo filosófico. Deus é plenamente soberano para tomar decisões e alterar seus propósitos no tempo e na história, segundo sua própria vontade e sabedoria. Noutras palavras, Deus não é limitado à sua própria presciência (ver Nm 14.11-20; 2Rs 20.1-7).

(3) Deus é onipotente — Ele é o Todo-poderoso e detém a autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as criaturas (Sl 147.13-18; Jr 32.17; Mt 19.26; Lc 1.37). Isso não quer dizer, jamais, que Deus empregue todo o seu poder e autoridade em todos os momentos. Por exemplo, Deus tem poder para exterminar totalmente o pecado, mas optou por não fazer assim até o final da história humana (ver 1Jo 5.19 nota). Em muitos casos, Deus limita o seu poder, quando o emprega através do seu povo (2Co 12.7-10); em casos assim, o seu poder depende do nosso grau de entrega e de submissão a Ele (ver Ef 3.20).

(4) Deus é transcendente — Ele é diferente e independente da sua criação (ver Êx 24.9-18; Is 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9). Seu ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1Rs 8.27; Is 66.1,2; At 17.24,25). Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte da criação (ver 1Tm 6.16 nota).
A transcendência de Deus não significa, porém, que Ele não possa estar entre o seu povo como seu Deus (Lv 26.11,12; Ez 37.27; 43.7; 2Co 6.16).

(5) Deus é eterno — Ele é de eternidade à eternidade (Sl 90.1,2; 102.12; Is 57.12). Nunca houve nem haverá um tempo, nem no passado nem no futuro, em que Deus não existisse ou que não existirá; Ele não está limitado pelo tempo humano (cf. Sl 90.4; 2Pe 3.8), e é, portanto, melhor descrito como “EU SOU” (cf. Êx 3.14; Jo 8.58).

(6) Deus é imutável — Ele é inalterável nos seus atributos, nas suas perfeições e nos seus propósitos para a raça humana (Nm 23.19; Sl 102.26-28; Is 41.4; Ml 3.6; Hb 1.11,12; Tg 1.17). Isso não significa, porém, que Deus nunca altere seus propósitos temporários ante o proceder humano. Ele pode, por exemplo, alterar suas decisões de castigo por causa do arrependimento sincero dos pecadores (cf. Jn 3.6-10). Além disso, Ele é livre para atender as necessidades do ser humano e às orações do seu povo. Em vários casos a Bíblia fala de Deus mudando uma decisão como resultado das orações perseverantes dos justos (e.g., Nm 14.1-20; 2Rs 20.2-6; Is 38.2-6; Lc 18.1-8).

(7) Deus é perfeito e santo — Ele é absolutamente isento de pecado e perfeitamente justo (Lv 11.44,45; Sl 85.13; 145.17; Mt 5.48). Adão e Eva foram criados sem pecado (cf. Gn 1.31), mas com a possibilidade de pecarem. Deus, no entanto, não pode pecar (Nm 23.19; 2Tm 2.13; Tt 1.2; Hb 6.18). Sua santidade inclui, também, sua dedicação à realização dos seus propósitos e planos.

(8) Deus é trino e uno — Ele é um só Deus (Dt 6.4; Is 45.21; 1Co 8.5,6; Ef 4.6; 1Tm 2.5), manifesto em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (e.g., Mt 28.19; 2Co 13.14; 1Pe 1.2). Cada pessoa é plenamente divina, igual às duas outras; mas não são três deuses, e sim um só Deus (ver Mt 3.17 nota; Mc 1.11 nota).

ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS. Muitas características do Deus único e verdadeiro, especialmente seus atributos morais, têm certa similitude com as qualidades humanas; sendo, porém, evidente que todos os seus atributos existem em grau infinitamente superior aos humanos. Por exemplo, embora Deus e o ser humano possuam a capacidade de amar, nenhum ser humano é capaz de amar com o mesmo grau de intensidade como Deus ama. Além disso, devemos ressaltar que a capacidade humana de ter essas características vem do fato de sermos criados à imagem de Deus (Gn 1.26,27); noutras palavras, temos a sua semelhança, mas Ele não tem a nossa; Ele não é como nós.

(1) Deus é bom (Sl 25.8; 106.1; Mc 10.18). Tudo quanto Deus criou originalmente era bom, era uma extensão da sua própria natureza (Gn 1.4,10,12,18,21,25,31). Ele continua sendo bom para sua criação, ao sustentá-la, para o bem de todas as suas criaturas (Sl 104.10-28; 145.9); Ele cuida até dos ímpios (Mt 5.45; At 14.17). Deus é bom, principalmente para os seus, que o invocam em verdade (Sl 145.18-20).

(2) Deus é amor (1Jo 4.8). Seu amor é altruísta, pois abraça o mundo inteiro, composto de humanidade pecadora (Jo 3.16; Rm 5.8). A manifestação principal desse seu amor foi a de enviar seu único Filho, Jesus, para morrer em lugar dos pecadores (1Jo 4.9,10). Além disso, Deus tem amor paternal especial àqueles

 

que estão reconciliados com Ele por meio de Jesus (ver Jo 16.27 ).

(3) Deus é misericordioso e clemente (Êx 34.6; Dt 4.31; 2Cr 30.9; 'Sl 103.8; 145.8; Jl 2.13); Ele não extermina o ser humano conforme merecemos devido aos nossos pecados (Sl 103.10), mas nos outorga o seu perdão como dom gratuito a ser recebido pela fé em Jesus Cristo.

(4) Deus é compassivo (2Rs 13.23; Sl 86.15; 111.4). Ser compassivo significa sentir tristeza pelo sofrimento doutra pessoa, com desejo de ajudar. Deus, por sua compaixão pela humanidade, proveu-lhe perdão e salvação (cf. Sl 78.38). Semelhantemente, Jesus, o Filho de Deus, demonstrou compaixão pelas multidões ao pregar o evangelho aos pobres, proclamar libertação aos cativos, dar vista aos cegos e pôr em liberdade os oprimidos (Lc 4.18; cf. Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34; Mc 1.41; ver Mc 6.34).

(5) Deus é paciente e lento em irar-se (Êx 34.6; Nm 14.18; Rm 2.4; 1Tm 1.16). Deus expressou esta característica pela primeira vez no jardim do Éden após o pecado de Adão e Eva, quando deixou de destruir a raça humana conforme era seu direito (cf. Gn 2.16,17). Deus também foi paciente nos dias de Noé, enquanto a arca estava sendo construída (1Pe 3.20). E Deus continua demonstrando paciência com a raça humana pecadora; Ele não julga na devida ocasião, pois destruiria os pecadores, mas na sua paciência concede a todos a oportunidade de se arrependerem e serem salvos (2Pe 3.9).

(6) Deus é a verdade (Dt 32.4; Sl 31.5; Is 65.16; Jo 3.33). Jesus chamou-se a si mesmo “a verdade” (Jo 14.6), e o Espírito é chamado o “Espírito da verdade” (Jo 14.17; cf. 1Jo 5.6). Porque Deus é absolutamente fidedigno e verdadeiro em tudo quanto diz e faz, a sua Palavra também é chamada a verdade (2Sm 7.28; Sl 119.43; Is 45.19; Jo 17.17). Em harmonia com este fato, a Bíblia deixa claro que Deus não tolera a mentira nem falsidade alguma (Nm 23.19; Tt 1.2; Hb 6.18).

(7) Deus é fiel (Êx 34.6; Dt 7.9; Is 49.7; Lm 3.23; Hb 10.23). Deus fará aquilo que Ele tem revelado na sua Palavra; Ele cumprirá tanto as suas promessas, quanto as suas advertências (Nm 14.32-35; 2 Sm 7.28; Jó 34.12; At 13.23,32,33; ver 2Tm 2.13 nota). A fidelidade de Deus é de consolo inexprimível para o crente, e grande medo de condenação para todos aqueles que não se arrependerem nem crerem no Senhor Jesus (Hb 6.4-8; 10.26-31).

(8) Finalmente, Deus é justo (Dt 32.4; 1Jo 1.9). Ser justo significa que Deus mantém a ordem moral do universo, é reto e sem pecado na sua maneira de tratar a humanidade (Ne 9.33; Dn 9.14). A decisão de Deus de castigar com a morte os pecadores (Rm 5.12), procede da sua justiça (Rm 6.23; cf. Gn 2.16,17); sua ira contra o pecado decorre do seu amor à justiça (Rm 3.5,6; ver Jz 10.7). Ele revela a sua ira contra todas as formas da iniqüidade (Rm 1.18), principalmente a idolatria (1Rs 14.9,15,22), a incredulidade (Sl 78.21,22; Jn 3.36) e o tratamento injusto com o próximo (Is 10.1-4;Am 2.6,7). Jesus Cristo, que é chamado o “Justo” (At 7.52; 22.14; cf. At 3.14), também ama a justiça e abomina o mal (ver Mc 3.5; Rm 1.18 nota; Hb 1.9 ). Note que a justiça de Deus não se opõe ao seu amor. Pelo contrário, foi para satisfazer a sua justiça que Ele enviou Jesus a este mundo, como sua dádiva de amor (Jo 3.16; 1Jo 4.9,10) e como seu sacrifício pelo pecado em lugar do ser humano (Is 53.5,6; Rm 4.25; 1Pe 3.18), a fim de nos reconciliar consigo mesmo (ver 2Co 5.18-21, notas). A revelação final que Deus fez de si mesmo está em Jesus Cristo (cf. Jo 1.18; Hb 1.1-4); noutras palavras, se quisermos entender completamente a pessoa de Deus, devemos olhar para Cristo, porque nEle habita toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).

 

Jesus Cristo
Quem é Jesus Cristo?
I. A PRÉ-EXISTÊNCIA DE JESUS

A. Assim como Deus é eterno, Jesus também o é: 
Jo 1.1; Cl 1.17; Mq 5.2; Jo 17.3; Jo 8.58. 
B. Antes da fundação do mundo, Jesus planejou junto com o seu Pai, a salvação da humanidade. 
Deus na sua onisciência viu, desde a eternidade, que o homem a ser criado, cairia em pecado, sujeito à perdição eterna. Ele então preparou um caminho de salvação, por meio do sacrifício de seu próprio Filho. Jesus participou e concordou e desde então já estava disposto a dar a sua vida por nós. Por isto a Bíblia se expressa: "O Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo", Ap 13.8. A vida eterna é assim prometida "antes dos tempos dos séculos", Tt 1.2, quando Deus nos elegeu para em Jesus sermos santos e irrepreensíveis, Ef 1.4.

C. Jesus participou da criação do mundo

" Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez", Jo1.3. "Todas as coisas subsistem por ele", Cl 1.17.

II. A ENCARNAÇÃO DE JESUS

"Jesus, Deus bendito eternamente", Rm 9.5, fez-se homem. Esse mistério chama-se "encarnação". A Bíblia diz: "Grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne", 1 Tm 3.16. A doutrina da encarnação de Jesus excede tudo que o entendimento humano possa compreender, porém deste milagre depende a substância do evangelho da salvação e a doutrina da redenção.

A. Jesus se encarnou por meio duma virgem, através de concepção sobrenatural.

Quando Deus, no dia da queda, prometeu um Redentor, revelou também de que maneira ele viria ao mundo. Ele disse à serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferireis o calcanhar", Gn 3.15. O profeta Isaías profetizou: "Uma virgem conceberá e dará à luz um filho e será o seu nome Emanuel", Is 7.14. Quando, na plenitude dos tempos, Gl 4.4, o arcanjo Gabriel comunicou a Maria que ela seria o instrumento da encarnação de Jesus, disse-lhe: "em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus", Lc 1.31. Maria respondeu: "Como se fará isto, visto que não conheço varão?", Lc 1.34. E Gabriel lhe revelou como este milagre aconteceria. Ele disse: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra, pelo que também o Santo que de ti há de nascer será chamado Filho de Deus", Lc 1.35. Com a palavra: "Eis aqui a serva do Senhor, cumpra-se em mim segundo a sua palavra", Lc 1.38, Maria aceitou, e o milagre aconteceu! Ela estava grávida!

É impossível explicar este milagre em termos biológicos. O médico Lucas registrou este milagre no seu evangelho com fé e convicção, sem deixar uma sombra de dúvida. "Pela fé entendemos" Hb 11.13.

B. Jesus veio a este mundo por meio dum nascimento natural.

Ele nasceu exatamente 9 meses após Maria haver concebido de modo sobrenatural, "quando se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz", Lc 2.6. Jesus nasceu, conforme a profecia, em Belém, Mq 5.2, e para isto Deus providenciou que o alistamento decretado pelo imperador Augusto obrigasse José e Maria a locomoverem-se de Nazaré na Galiléia até Belém, exatamente na época de Maria dar à luz. Jesus nasceu como os demais homens nasceram. Houve, porém, uma manifestação sobrenatural: Uma multidão de anjos cantaram, diante de um grupo de pastores de ovelhas, louvores ao Messias que havia nascido, Lc 2.8-14.

C. O verdadeiro Deus havia vindo ao mundo como um verdadeiro homem.

Foi por meio deste milagre que "verbo se fez carne", Jo 1.14, e "Deus introduziu no mundo o primogênito", Hb 1.6, e Jesus veio em semelhança de carne, Rm 8.3, e "participou da carne e do sangue", Hb 2.14, "em tudo semelhante aos irmãos", Hb 2.17. Foi assim que ele desceu do céu, Jo 6.33, 38, 38, 41, 42, 51, 58, e Deus lhe preparou um corpo, Hb 10.5. A encarnação deu a Jesus condições de ser o Mediador entre Deus e homens, 1 Tm 2.5, e ser misericordioso e fiel sumo sacerdote, para expiar o pecado do povo, Hb 2.17. Sendo homem, podia fazer reconciliação pelos homens. Sendo Deus a sua reconciliação fica com um inédito valor.

III. JESUS - O VERDADEIRO DEUS

Não é somente desde a eternidade, que Jesus é Deus, Jo1.1-3. Ainda depois que ele "aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo", Fp 2.7, ele continua sendo Deus verdadeiro, revelando "a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade", Jo 1.14. As sagradas escrituras, que incontestavelmente provam a sua deidade, foram escritas para que todos creiam que "Jesus é o Cristo, e o Filho de Deus", Jo 20.36; 1 Jo 5.10. Vamos mencionar algumas evidências que provam que Jesus é Deus verdadeiro.

A. Jesus é chamado "Deus"

Deus, Pai, o chamou "Deus"! "Do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste", Hb 1.8. Duas vezes ele o chamou: "Meu Filho amado" Mt 3.17; Mc 9.7. Todo aquele, pois que nega que Jesus é o Filho de Deus, faz o próprio Deus mentiroso, "porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu", 1 Jo 5.10. 
O anjo, enviado por Deus, chamou a Jesus "Filho de Deus", Lc 1.35. "Chamá-lo-ão pelo nome Emanuel, que traduzido é Deus

conosco", Mt 1.23. Quando Jesus havia nascido, os anjos cantaram louvores a "Cristo-Senhor", Lc 2.11. 
O próprio Jesus se chamou "Deus". Quando os seus inimigos lhe perguntaram: "És tu o Cristo, Filho de Deus bendito?", ele respondeu: Eu o sou. Mc 14.61, 62. Ele chamou Deus de meu Pai, Mt 10.32; Jo 2.16; 10.37; 15.24 etc. Ele se chamou também "o Filho unigênito que está no seio do Pai", Jo 1.18 e disse; "Quem me vê, vê o Pai", Jo 14.9; 12.45. Para a mulher samaritana ele disse que era Messias, Jo 4.25, 26, notícia que se espalhou em toda a cidade, Jo 4.29. Ele se chamou: Alfa e Ômega, o Princípio e o Fim, o primeiro e o derradeiro, Ap 22.13, e "Eu sou", Jo 8.24, 28, 58; 13.59 (Comp. Êx 3.14). 
Aquele que nega a deidade de Jesus rejeita o próprio testemunho de Jesus e mostra assim que é inspirado pelo espírito de Anticristo, 1 Jo 2.22, 23. Se Jesus fosse, como os teólogos modernistas afirmam um produto da união entre Maria e José ou com qualquer outro homem, o mundo não teria nenhum Salvador, e Jesus seria um homem desacreditável, porque ele afirmou ser o Filho de Deus. Mas glória a Jesus! Ele é Deus bendito eternamente, Rm 9.5.

 

 

 

 

O ESPÍRITO SANTO

Quem é o Espírito Santo?

 

A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

At 5.3,4 “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”

É essencial que as pessoas reconheçam a importância do Espírito Santo no plano divino da redenção. Sem a presença do Espírito Santo neste mundo, não haveria a criação, o universo, nem a raça humana (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Sem o Espírito Santo, não teríamos a Bíblia (2Pe 1.21), nem o NT (Jo 14.26, 1Co 2.10) e nenhum poder para proclamar o evangelho (1.8). Sem o Espírito Santo, não haveria fé, nem novo nascimento, nem santidade e nenhum cristão neste mundo. Este estudo examina alguns dos ensinamentos básicos a respeito do Espírito Santo.

A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO. Através da Bíblia, o Espírito Santo é revelado como Pessoa, com sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2). Ele é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho (5.3,4). O Espírito Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27), sente (Rm 15.30), determina (1Co 12.11) e tem a faculdade de amar e de deleitar-se na comunhão. Foi enviado pelo Pai para levar os crentes à íntima presença e comunhão com Jesus (Jo 14.16-18,26; ). À luz destas verdades, devemos tratá-lo como pessoa, que é, e considerá-lo Deus vivo e infinito em nosso coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação (ver Mc 1.11,).

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO. (1) A revelação do Espírito Santo no AT. Para uma exposição da operação do Espírito Santo no AT. (2) A revelação do Espírito Santo no NT. (a) O Espírito Santo é o agente da salvação. Nisto Ele convence-nos do pecado (Jo 16.7,8), revela-nos a verdade a respeito de Jesus (Jo 14.16,26), realiza o novo nascimento (Jo 3.3-6), e faz-nos membros do corpo de Cristo (1Co 12.13). Na conversão, nós, crendo em Cristo, recebemos o Espírito Santo (Jo 3.3-6; 20.22) e nos tornamos co-participantes da natureza divina (2Pe 1.4). (b) O Espírito Santo é o agente da nossa santificação. Na conversão, o Espírito passa a habitar no crente, que começa a viver sob sua influência santificadora (Rm 8.9; 1Co 6.19). Note algumas das coisas que o Espírito Santo faz, ao habitar em nós. Ele nos santifica i.e., purifica, dirige e leva-nos a uma vida santa, libertando-nos da escravidão ao pecado (Rm 8.2-4; Gl 5.16,17; 2Ts 2.13). Ele testifica que somos filhos de Deus (Rm 8.16), ajuda-nos na adoração a Deus (At 10.45,46; Rm 8.26,27) e na nossa vida de oração, e intercede por nós quando clamamos a Deus (Rm 8.26,27). Ele produz em nós as qualidades do caráter de Cristo, que O glorificam (Gl 5.22,23; 1Pe 1.2). Ele é o nosso mestre divino, que nos guia em toda a verdade (Jo 16.13; 14.26; 1Co 2.10-16) e também nos revela Jesus e nos guia em estreita comunhão e união com Ele (Jo 14.16-18; 16.14). Continuamente

Ele nos comunica o amor de Deus (Rm 5.5) e nos alegra, consola e ajuda (Jo 14.16; 1Ts 1.6). (c) O Espírito Santo é o agente divino para o serviço do Senhor, revestindo os crentes de poder para realizar a obra do Senhor e dar testemunho dEle. Esta obra do Espírito Santo relaciona-se com o batismo ou com a plenitude do Espírito. Quando somos batizados no Espírito, recebemos poder para testemunhar de Cristo e trabalhar de modo eficaz na igreja e diante do mundo (1.8). Recebemos a mesma unção divina que desceu sobre Cristo (Jo 1.32,33) e sobre os discípulos (2.4; ver 1.5), e que nos capacita a proclamar a Palavra de Deus (1.8; 4.31) e a operar milagres (2.43; 3.2-8; 5.15; 6.8; 10.38). O plano de Deus é que todos os cristãos atuais recebam o batismo no Espírito Santo (At 2.39). Para realizar o trabalho do Senhor, o Espírito Santo outorga dons espirituais aos fiéis da igreja para edificação e fortalecimento do corpo de Cristo (1Co 12—14). Estes dons são uma manifestação do Espírito através dos santos, visando ao bem de todos (1Co 12.7-11).
(d) O Espírito Santo é o agente divino que batiza ou implanta os crentes no corpo único de Cristo, que é sua igreja (1Co 12.13) e que permanece nela (1Co 3.16), edificando-a (Ef 2.22), e nela inspirando a adoração a Deus (Fp 3.3), dirigindo a sua missão (13.2,4), escolhendo seus obreiros (20.28) e concedendo-lhe dons (1Co 12.4-11), escolhendo seus pregadores (2.4; 1Co 2.4), resguardando o evangelho contra os erros (2Tm 1.14) e efetuando a sua retidão (Jo 16.8; 1Co 3.16; 1Pe 1.2).
(3) As diversas operações do Espírito são complementares entre si, e não contraditórias. Ao mesmo tempo, essas atividades do Espírito Santo formam um todo, não havendo plena separação entre elas. Alguém não pode ter (a) a nova vida total em Cristo, (b) um santo viver, (c) o poder para testemunhar do Senhor ou (d) a comunhão no seu corpo, sem exercitar estas quatro coisas. Por exemplo: uma pessoa não pode conservar o batismo no Espírito Santo se não vive uma vida de retidão, produzida pelo mesmo Espírito, que também quer conduzir esta mesma pessoa no conhecimento das verdades bíblicas e sua obediência às mesmasMATÉRIA 07 - ANGELOLOGIA: A DOUTRINA DOS ANJOS

1. Introdução - Ao nosso redor há um mundo espiritual poderoso, populoso e de recursos superiores ao nosso mundo visível. Bons e Maus espíritos passam em nosso meio, de um lugar para o outro, com grande rapidez e movimentos imperceptíveis. Alguns desses espíritos se interessam pelo nosso bem estar, outros, porém, estão empenhados em fazer-nos o mal. Muitas pessoas questionam se existem realmente tais espíritos ou seres, quem são, onde se encontram e o que fazem.

A palavra de Deus é a única fonte de informação que merece confiança, e que possui respostas para estas perguntas. Ela deixa claro que há outra classe de seres superiores ao homem. Esses seres habitam nos céus e formam os exércitos celestiais, a inumerável companhia dos servos invisíveis de Deus. Esses são os anjos de Deus, os quais estão sujeitos ao governo divino, e o importante papel que têm desempenhado na história da humanidade torna-os merecedores de referência especial. Existem também aqueles, pertencentes a mesma classe de seres, que anteriormente foram servos de Deus mas que agora se encontram em atitude de rebelião contra seu governo.

A doutrina dos anjos segue logicamente a doutrina de Deus, pois os anjos são fundamentalmente os ministros da providência de Deus. Essa doutrina permite-nos conhecer a origem, existência, natureza, queda, classificação, obra e destino dos anjos.

2. A origem dos anjos - A época de sua criação não é indicada com precisão em parte alguma, mas é provável que tenha se dado juntamente com a criação dos céus (Gn 1:1 ). Pode ser que tenham sido criados por Deus imediatamente após a criação dos céus e antes da criação da terra, pois de acordo com Jó 38:4-7, rejubilavam todos os filhos de Deus quando Ele lançava os fundamentos da terra. Que os anjos não existem desde a eternidade é mostrado pelos versículos que falam de sua criação ( Ne 9:6 , Sl 148:2,5; Cl 1:16 ). Embora não seja citado número definido na Bíblia, acredita-se que a quantidade de anjos é muito grande ( Dn 7:10; Mt 26:53; Hb 12:22 ).

3. A natureza dos anjos

3.1- São seres espirituais e incorpóreos. - Os anjos são descritos espíritos, porque diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, e movimenta-se com uma rapidez imperceptível sem usar meios naturais. Apesar de serem espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem (Gn 19:1-3).
Que os anjos são incorpóreos está claro em Ef 6.12, onde Paulo diz que "a nossa luta não é contra a carne nem sangue, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes". Outras referências: Sl 104:4; Hb 1:7,14; At 19:12; Lc 7:21; 8:2; 11:26; Mt 8:16; 12.45. Não têm carne nem ossos e são invisíveis ( Cl 1:16).

3.2- São um exército e não uma raça. As Escrituras ensinam que o casamento não é da ordem ou do plano de Deus para os anjos (Mt 22:30; Lc 20:34 -36 ), portanto não se caracteriza uma raça. No Velho Testamento por cinco vezes os anjos são chamados de "filhos de Deus" ( Gn 6:2,4; Jó 1:6; 2:1; 38:7 ) mas nunca lemos a respeito dos "filhos dos anjos". Os anjos sempre são descritos como varões, porém na realidade não tem sexo, não propagam sua espécie ( Lc 20:34-35 ).

Várias passagens das Escrituras indicam que há um número muito grande de anjos (Dn 7:10; Mt 26:53; Sl 68:17; Lc 2:13; Hb 12:22 ), e são repetidamente mencionados como exércitos do céus ou de Deus. No Getsêmani, Jesus disse a um discípulo que queria defendê-los dos que vieram prendê-lo: "Acaso pensas que não posso rogar ao meu pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos"? ( Mt 26:53 ). Portanto, seu criador e mestre é descrito como "Senhor dos Exércitos".

É evidente que eles são criaturas e portanto limitados e finitos. Apesar de terem mais livre relação com o espaço e o tempo do que os homens, não podem estar em dois ou mais lugares simultaneamente.

3.3- São seres racionais morais e imortais. Aos anjos são atribuídas características pessoais; são inteligentes dotados de vontade e atividade. O fato de que são seres inteligentes parece inferir-se imediatamente do fato de que são espíritos (2 Sm 14:20; Mt 24:36 , Ef 3:10; 1 Pe 1:12; 2 Pe 2:11). Embora não sejam oniscientes, são superiores aos homens em conhecimento (Mt 24:36) e por ter natureza moral estão sob obrigação moral; são recompensados pela obediência e punidos pela desobediência

. A Bíblia fala dos anjos que permanecerem leais como "santos anjos" ( Mt 25:31; Mc 8:38; Lc 9:26; At 10:22; Ap 14:10) e retrata os que caíram como mentirosos e pecadores (Jo 8:44; 1 Jo 3:8-10).

A imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão sujeitos a morte (Lc 20:35-36), além de serem dotados de poder formando o exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o que o Senhor mandar ( Sl 103:20; Cl 1:16; Ef. 1:21; 3:10; Hb 1:14) enquanto que os anjos maus formam o exército de Satanás empenhados em destruir a obra do Senhor (Lc 11:21; 2 Ts 2:9; 1 Pe 5:8 ).

Ilustrações do poder de um anjo são encontradas na libertação dos apóstolos da prisão ( At 5:19; 12:7) e no rolar da pedra de mais de 4 toneladas que fechou o túmulo de Cristo (Mt 28:2 )

4. A classificação dos anjos

4.1- Anjos bons e anjos maus - Há pouca informação sobre o estado original dos anjos. Porém no dia de sua obra criadora Deus viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Pressupõe-se que todos os anjos tiveram um boa condição original (Jo 8:44; 2 Pe 2:4; Jd 6). Os anjos bons são chamados "anjos eleitos" (1 Tm 5:21) e evidentemente receberam graça suficiente para habilitá-los a manter sua posição de perseverança, pela qual foram confirmados em sua condição e agora são incapazes de pecar . São chamados também de "santos anjos ou anjos de luz" (2Co 11:14). Sempre contemplam a face Deus (Lc 9:26), e tem vida imortal ( Lc 20:36 ). Sua atividade mais elevada é a adoração a Deus ( Ne 9:6; Fp 2:9-11; Hb 1:6; Jó 38:7; Is 6:3; Sl 103:20; 148:2 Ap 5:11).

 

4.2- Quatro tipos de anjos bons:

1. Anjos: Tanto no grego quanto no hebraico a palavra "anjo" significa "mensageiro". São exércitos como seres alados (Dn 9:21; Ap 14:6) para nos favorecer. Desde a entrada do pecado no mundo, eles são enviados para dar assistência aos herdeiros da salvação (Hb 1:14). Eles se regozijam com a conversão de um pecador (Lc 15:10), exercem vigilância protetora sobre os crentes (Sl 34:7; 91:11), protegem os pequeninos (Mt 18:10), estão presentes na igreja (1 Tm 5:21) recebem aprendizagem das multiformes riquezas da graça de Deus (Ef 3:10; 1 Pe 1:12) e encaminham os crentes ao seio de Abraão (Lc 16:22,23). A idéia de que alguns deles servem de anjos da guarda de crentes individuais não tem apoio nas Escrituras. A declaração de Mt 18:10 é geral demais, embora pareça indicar que há um grupo de anjos particularmente encarregado de cuidar das criancinhas. At 12:15 tampouco o prova, pois esta passagem mostra apenas que, naquele período primitivo havia alguns, mesmo entre discípulos, que acreditavam em anjos guardiões.

Embora os anjos não constituam um organismo, evidentemente são organizados de algum modo. Isto ocorre do fato de que ao lado do nome geral "anjo", a Bíblia emprega certos nomes específicos para indicar classe de anjos. O termo grego "angelos" (anjos = mensageiros ) também e freqüentemente aplicado a homens (Mt 11:10; Mc 1:2; Lc 7:24; 9:52; Gl 4:14). Não há nas Escrituras um nome geral, especificamente distintivo, para todos os seres espirituais. Eles são chamados filhos de Deus, (Jó 1:6; 2:1) espíritos (Hb 1:14), santos (Sl 89:5,7; Zc 14:5; Dn 8:13 ), vigilantes (Dn 4:13,17). Contudo, há nomes específicos que indicam diferentes classes de anjos.

2. Querubins: São responsáveis pela guarda da entrada do paraíso (Gn 3:24), observam o propiciatório (Ex 25:18,20; Sl 80:1; 99:1; Is 37:16; Hb 9:5) e constituem a carruagem de que Deus se serve para descer à terra (2 Sm 22:11; Sl 18:10). Como demonstração do seu poder de majestade, em Ez 1º e Ap 4º são representados simbolicamente como seres vivos em várias formas. Mais do que outras criaturas, eles foram destinados a revelar o poder, a majestade e a glória de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no tabernáculo, no templo e na descida de Deus à terra.

3. Serafins: Mencionados somente em Is 6:2,6, constituem uma classe de anjos muito próxima dos querubins. São representados simbolicamente em forma humana com seis asas cobrindo o rosto, os pés e duas prontas para execução das ordens do Senhor. Permanecem servidores em torno do trono do Deus poderoso, cantam louvores a Ele e são considerados os nobres entre os anjos.

4. Arcanjos: O termo arcanjo só ocorre duas vezes nas escrituras (1 Ts 4:16; Jd 9), mas há outras referências para ao menos um arcanjo, Miguel. Ele é o único a ser chamado de arcanjo e aparece comandando seus próprios anjos (Ap 12.7) e como príncipe do povo de Israel (Dn 10:13,21; 12.1


 

 

A maneira pela qual Gabriel é mencionado também indica que ele é de uma classe muito elevada. Ele está diante da presença de Deus (Lc 1:19) e a ele são confiadas as mensagens de mais elevada importância com relações ao reino de Deus (Dn 8:16; 9:21).

Principados, potestades, tronos e domínios: A Bíblia menciona certas classes de anjos que ocupam lugares de autoridades no mundo angélico, como principados e potestades (Ef 3:10; Cl 2:10), tronos (Cl 1:16), domínios (Ef 1:21; Cl 1:16 ) e poderes (Ef 1:21 , 1 Pe 3:22). Estes nomes não indicam espécies de anjos, mas diferenças de classe ou de dignidade entre eles. Embora em Ef 1:21 a referência parece incluir tanto anjos bons quanto os maus, nas outras passagens essa terminologia se refere definitivamente apenas aos anjos maus (Rm 8:38; Ef 6:12; Cl 2:15).

Anjos Maus

Os anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e como o homem dotado de livre escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu (2 Pe 2:4; Jd 6). O pecado, no qual eles e seu chefe caíram foi o orgulho. Alguns tem pensado que a ocasião de rebelião dos anjos foi a revelação da futura encarnação do Filho de Deus e a obrigação deles o adorarem.

Segundo as Escrituras, os anjos maus passam o tempo no inferno (2 Pe 2:4) e no mundo, especialmente nos ares que nos rodeiam. (Jo 12:31; 14:30; 2 Co 4:4; Ap 12:4,7-9). Enganando os homens por meio do pecado, exercem grande poder sobre eles (2 Co 4:3,4; Ef 2:2; 6:11,12); este poder está aniquilado para aqueles que são fieis a Cristo, pela redenção que ele consumou (Ap 5:9; 7:13,14).

Os anjos não são contemplados no plano da redenção (1 Pe 1:12), mas no inferno foi preparado o eterno castigo dos anjos maus (Mt 25:41).

Os anjos maus são empregados na execução dos propósitos de Satanás, que são opostos aos propósitos de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.

5. A queda dos anjos

5.1- O fato da sua queda - Tudo nos leva a crer que os anjos foram criados em estado de perfeição. No capitulo 1º de Gênesis, lemos sete vezes que o que Deus havia feito era bom. No ultimo versículo deste capitulo lemos "Viu Deus tudo o quanto fizera, e eis que era muito bom". Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando originalmente criados. Algumas pessoas acham que Ez 28:15 se refere a Satanás. Se for assim, ele é definitivamente mostrado como tendo sido criado perfeito. Mas diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus (Sl 78:49; Mt 25:41; Ap 9:11; Ap 12:7-9). Isto se deve ao fato de terem deixado seu próprio principado e habitação apropriada (Jd 6) e pecado (2 Pe 2:4). Não há duvida que Satanás tenha sido o chefe da apostasia. Is 14:12 e Ez 28:15-17 parece lamentar a sua queda.

5.2- A época de sua queda - Nas Escrituras não há referência de quando ocorreu a queda dos anjos, mas deixa claro que se deu antes da queda do homem, já que Satanás entrou no jardim na forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gn 3).

5.3- A causa de sua queda. - De acordo com as Escrituras o universo e a criatura eram originalmente perfeitos. A criatura tinha originalmente a capacidade de pecar ou não. Ela foi colocada na posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas sem ser obrigada a optar por uma delas. Em outras palavras, sua vontade era autônoma.
Portanto, conclui-se que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta deliberada e auto determinada contra Deus. Grande prosperidade e beleza parecem ser apontadas como possíveis causas. Em Ez 28:11-19, o rei de Tiro parece simbolizar Satanás e diz-se que ele caiu devido a essas coisas.
Ambição desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa. O rei da Babilônia é acusado de ter essa ambição, ele também parece simbolizar Satanás (Is 14.13-14).
Em qualquer um dos casos o egoísmo, descontentamento com aquilo que tinha e o desejo de ter tudo o que os outros tinham, foi a causa da queda de Satanás e de outros anjos que o seguiram.

5.4- O resultado de sua queda - Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta (Mt 10:1; Ef 6:11-12; Ap 12:9);
Alguns deles foram lançados no inferno e estão acorrentados até o dia do julgamento (2 Pe 2:4) Alguns deles permanecem em liberdade e trabalham em definida oposição à obra dos anjos bons (Ap 12:7-9; Dn 10:12,13,20,21; Jd 9);

Pode também ter havido um efeito sobre a criação original. A terra foi amaldiçoada ao pecado de Adão (Gn 3:17-19) e a criação está gemendo por causa da queda (Rm 8:19-22). Não é improvável, portanto, que o pecado dos anjos tenha tido algo a ver com a ruína da criação original no capítulo 1º de Gênesis;

Eles serão, no futuro, atirados para a terra (Ap 12:8-9), e após seu julgamento (1 Co 6:3), no lago de fogo e enxofre (Mt 25:41; 2 Pe 2:4; Jd 6).

6. Os demônios - As Escrituras não descrevem a origem dos demônios. Essa questão parece ser parte do mistério que rodeia a origem do mal. Porém, as Escrituras dão claro testemunho da sua existência real e de sua posição (Mt 12:26-28). Nos Evangelhos aparecem os espíritos maus desprovidos de corpos, que entram nas pessoas, das quais se diz que têm demônios. Os efeitos desta possessão se evidenciam por loucura, epilepsia e outras enfermidades, associadas principalmente com o sistema mental e nervoso (Mt 9:33; 12:22; Mc 5:4,5). O indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor de si mesmo; o espírito fala através de seus lábios ou emudece à sua vontade; leva-o aonde quer e geralmente o usa como instrumento, revestindo-o às vezes de uma força sobrenatural.

Quando examinam as Escrituras, algumas pessoas ficam em dúvida se os demônios devem ser classificados juntamente com os anjos ou não; mas não há dúvida de que na Bíblia, há ensino positivo concernente a cada um dos dois grupos.
Ainda que alguns falem em "diabos", como se houvesse muitos de sua espécie, tal expressão é incorreta. Há muitos "demônios", mas existe um único "diabo". Diabo é a transliteração do vocábulo grego "diabolos", nome que significa "acusador" e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás. "Demônio" é a transliteração de "daimon" ou "daimonion".

6.1- A natureza dos demônios - São seres inteligentes (Mt 8:29,31; 1 Tm 4:1-3; 1 Jo 4:1 e Tg 2:19), possuem características de ações pessoais o que demonstra que possuem personalidade (Mc 1:24; Mc 5:6,7; Mc 8:16; Lc 8:18-31); 
São seres espirituais (Lc 9:38,39,42; Hb 1:13,14; Hb 2:16; Mt 8:16; Lc 10:17,20); 
São reputados idênticos aos espíritos imundos, no Novo Testamento; 
São seres numerosos (Mc 5:9) de tal modo que tornam Satanás praticamente ubíquo por meio desses seus representantes; 
São seres vis e perversos - baixos em conduta (Lc 9:39; Mc 1:27; 1 Tm 4:1; Mt 4:3); 
São servis e obsequiosos (Mt 12:24-27). São seres de baixa ordem moral, degenerados em sua condição, ignóbeis em suas ações, e sujeitos a Satanás.

6.2- As atividades dos demônios - Apossam-se dos corpos dos seres humanos e dos irracionais (Mc 5:8, 11-13);
Afligem aos homens mental e fisicamente (Mt 12:22; Mc 5:4,5);
Produzem impureza moral (Mc 5:2; Ef 2:2);

7. Satanás 
7.1- Sua origem - Alguns afirmam que Satanás não existe, mas observando-se o mal que existe no mundo, é lógico que se pergunte: "Quem continua a fazer a obra de Satanás durante a sua ausência, se é que ele não existe?"

Satanás aparece nas Escrituras como reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ele era originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o líder dos que se revoltaram contra Deus e caíram. De acordo com as Escrituras, Satanás era originalmente Lúcifer ("o que leva a luz"), o mais glorioso dos anjos. Mas ele orgulhosamente aspirou a ser "como o Altíssimo" e caiu "na condenação (Ez 28:12,19; Is 14:12-15). O nome "Satanás" revela-o como "o adversário", não do homem em primeiro lugar, mas de Deus. Ele investe contra Adão como a coroa da produção de Deus, forja a destruição, razão pela qual é chamado Apolion (destruidor), Ap 9:11, e ataca Jesus, quando Este empreende a obra de restauração. Depois da entrada do pecado no mundo ele se tornou "diabolos" (acusador), acusando continuamente o povo de Deus, Ap 12:10. Ele é apresentado nas Escrituras como o originador do pecado (Gn 3:1,4; Jo 8:44; 2 Co 11:3; 1 Jo 3:8; Ap 12:9; 20:2,10) e aparece como reconhecido chefe dos que caíram (Mt 25:41; 9:34; Ef 2:2). Ele continua sendo o líder das hostes angélicas que arrastou consigo em sua queda, e as emprega numa desesperada resistência a Cristo ao seu reino. É também chamado "príncipe deste mundo" (Jo 12:31; 14:30; 16:11) e até mesmo "deus deste século" (2 Co 4:4). Não significa que ele detém o controle do mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele deu toda autoridade a Cristo, mas o sentido é que Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo naquilo em que está separado de Deus (Ef 2:2

Ele é mais que humano, mas não é divino; tem poder, mas não é onipotente; exerce influência em grande escala, mas restrita (Mt 12:29; Ap 20:2), e está destinado a ser lançado no abismo (Ap 20:10).

7.2- Seu caráter: 
Presunçoso (Mt 4:4,5);
Orgulhoso (1 Tm 3:6; Ez 28:17);
Poderoso (Ef 2:2);
Maligno (Jó 2:4);
Astuto (Gn 3:1; 2 Co 11:3);
Enganador (Ef 6:11);
Feroz e cruel (1 Pe 5:8).

7.3- Suas atividades: 
1. A natureza das atividades: 
Perturbar a obra de Deus (1 Ts 2:18);
Opor-se ao Evangelho (Mt 13:19; 2 Co 4:4);
Dominar, cegar, enganar e laçar os ímpios (Lc 22:3; 2 Co 4:4; Ap 20:7,8; 1 Tm 3:7);
Afligir e tentar os santos de Deus (1 Ts 3:5).

2. O motivo de suas atividades: Ele odeia até a natureza humana com a qual se revestiu o Filho de Deus. Intenta destruir a igreja porque ele sabe que uma vez perdendo o sal da terra o seu sabor, o homem torna-se vítima em suas mãos inescrupulosas.

3. Suas atividades são restritas: Ao mesmo tempo em que reconhecemos que Satanás é forte, devemos ter cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em Cristo, ele já é um inimigo derrotado (Jo 12:31), e é forte somente para aqueles que cedem à tentação. Apesar de rugir furiosamente ele é covarde (Tg 4:7). Não pode tentar (Mt 4:1), afligir (1 Ts 3:5), matar (Jó 2:6), nem tocar no crente sem a permissão de Deus.

7.4- Sua atuação - Não limita suas operações aos ímpios e depravados. Muitas vezes age nos círculos mais elevados como "um anjo de luz" (2 Co 11:14). Deveras, até assiste às reuniões religiosas, o que é indicado pela sua presença no ajuntamento dos anjos (Jó 1:6), e pelo uso dos termos "doutrina de demônios" (1 Tm 4:1) e "a sinagoga de Satanás" (Ap 2:9). Freqüentemente seus agentes se fazem passar como "ministros de justiça" (2 Co 11:15).

7.5- Sua derrota: Deus decretou sua derrota (Gn 3:14,15). No princípio foi expulso do céu; durante a grande tribulação será lançado da esfera celeste à terra (Ap 12:7-9); durante o milênio será aprisionado no abismo (Ap 20:1-3), e depois de mil anos será lançado no lago de fogo (Ap 20:10). Dessa maneira a Palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal

MATÉRIA 08 - BATALHA ESPIRITUAL

Introdução:
"Há dois erros iguais e contrários em que nossa raça pode cair com respeito aos diabos. Um é não acreditar na sua existência. O outro é acreditar e sentir um interesse excessivo e insalubre neles." (C.S. Lewis, Screwtape Letters, p.3)

Creio que hoje mais do que nunca se cumprem estas palavras de C.S. Lewis, temos igrejas que nem acreditam no diabo e por outro lado temos igrejas que acreditam demais no diabo. Você está em guerra, não estamos vivendo uma vida de Disneylândia espiritual, esta guerra acontece 24 horas por dia, Satanás não descansa, não tira férias, não passa mais tarde.

Hoje a Igreja vive uma diferente perseguição de Satanás, pois hoje ele está agindo dentro da Igreja. Durante muitos anos ele agiu fora da Igreja, mandando matar os cristãos, mas hoje ele está matando os cristãos com as mais variadas heresias. Pastores estão exorcizando cidades, crentes estão sendo possuídos por demônios.

“Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós”,
pois não lhe ignoramos os desígnios." (2 Co 2:11)

I - QUEM É O INIMIGO: Satanás e seus anjos
A.) Terminologia bíblica: Satanás é achado em 7 livros do A.T., e por cada autor do N.T.:

Satanás:
a.) A.T. hb. satan, "adversário" do verbo "ficar em emboscada (como inimigo); opor-se"; satã é usado 15 de 23 vezes para a pessoa de Satanás.
b.) N.T. gg. satanás é quase sempre o grande adversário de Deus e do homem - o Diabo; das 36 vezes, só três não se referem absolutamente à pessoa de Satanás. (Mt 16:23; Mc 8:33: Jo 6:70).

Diabo: gg. diábolos, 33 vezes, "caluniador, difamador".
Outros nomes de Satanás: Nos nomes vemos o caráter de Satanás:
“O grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás”, 
"O sedutor de todo mundo" Ap. 12:9; 
"Acusador dos nossos irmãos, Ap.12:10: 
"Lúcifer" ou "a estrela da manhã" Is.14:12 (cf. 2 Co 11:14: anjo de luz) 
"Belzebu" maioral dos demônios - Mt 12:24 
"Maligno" Mt 13:38 
"Belial" - "sem lei; anárquico; desordenado" 2 Co 6:15 
"Tentador" - Mt 4:3; 1 Ts 3:5 
"Inimigo" Mt 13:28,29 
"Homicida" Jo 8:44 
"O Pai da mentira" Jo 8:44 
"O deus deste século" - 2 Co 4:4 
"O Príncipe da potestade do ar" Ef. 2:2 
"O Príncipe deste mundo" Jo 14:30; 16:11 
"O Abadom" (Hb); "Apoliom" (gg) Ap. 9:11 
destruidor; exterminador" (Abadom = sheol ou hades 3 vezes; a morte 2 vezes; provavelmente aqui "o anjo do abismo", o rei dos demônios.
Demônios, gg. daímon 5 vezes: daimónion 60 vezes vb. daimonízomai 13 vezes: fora de 10 vezes, todos os usos ficam nos Evangelhos. Geralmente = seres espirituais e maus (às vezes, deuses dos pagãos); provavelmente os demônios sãos os anjos de Satanás que caíram com ele.

Os demônios tem personalidade; inteligência (2 Co 11:3); vontade (2 Tm 2:26); emoções (Ap 12:17) 
Eles sabem da sua condenação (Mt 8:29; Lc 8:28-31) 
Alguns já estão encarcerados no abismo e alguns destes serão libertados na grande tribulação (2 Pe 2:4; Jd 6; Ap 9:14; 16:14: Lc 8:31, etc.) 
Eles conhecem a Jesus (Mt 8:29: Mc 1:24) 
Eles tem suas doutrinas e promovem doutrinas falsas (1Tm 4:1-3) 
Podem habitar em homens e animais (Mc 4:24; 5:13) 
Eles podem causar doenças (Mt 9:33; cf. Jo 2:7) 
Alguns poderosos enganam as nações (Dn 10:13; Ap 16:13,14; Is 24:21) 
B. Caráter e Atividade de Satanás:

1.) A pessoa de Satanás (Ez 28:12,17; Is 14:12-15)
No mundo antigo, um rei freqüentemente foi deificado e visto como o mediador entre a sua cidade-país (i.é., Tiro, Babilônia, Roma) e o deus nacional. Nestas passagens, os profetas falam não somente ao rei, mas ao deus-espírito atrás do rei. 
Satanás foi criado “querubim da guarda ungido, o sinete da perfeição, formoso, poderoso, mas finito”. 
Ele caiu por causa do orgulho (Is. 14:12-14; Ez 28:15-17 cf.. I Tm 3:6) 
O que Satanás tem, é dado, permitido e limitado pelo Deus soberano. 
"O Diabo acha que ele está livre; mas ele tem um freio na boca e Deus segura as rédeas"(B.B. Warfield

2.) Posição de Satanás:
Ele ainda tem acesso ao trono de Deus.
(Jo 1:6; 2:1; Zc 3:1-6; Lc 22:31; Ap 12:7-10) 
Ele reina sobre a hierarquia dos demônios.
(Mt 25:4; Ef 6:12: Ap 12:7) 
Ele reina sobre este mundo.
(Lc 4:5,6; 2 Co 4:3;4; Ef 2:1-3; I Jo 5:19-20)

3.) Atividade do Diabo e seus anjos:
Tentar: (Gn 3:1; Mt 4:11; 16:23; Lc 22:31; At 5:3; I Co 7:5; I Tm 3:6,7; I Jo 2:16) 
Confundir, enganar, contrafazer, imitar ( I Co 10:20; 2 Co 4:3,4; 11:13-15 (anjo de luz); 2 Ts 2:9; Ap 16:13s; 20:3) 
Destruir - (Lc 8:12 (tirar a Palavra); I Pe 5:8; Ap 12:13-17) 
Habitação: "possessão demoníaca" não comunica bem o conceito do gg. daimonizomenos (Mt 15:22) = "endemoninhado", que é um estado de passividade humana causada pelos demônios; o controle de alguma forma dum demônio (cf. Mt 12:22-28, 43-45) 
Especificamente contra os cristãos: tenta-os a mentir (At 5:3); à imoralidade (1 Co 7:5); semeia o joio para enganar e atrapalhar (Mt 13:38s; 1 Ts 2:18); perseguição (Ap 2:10); difamação e calúnia (Ap 12:10); cria problemas físicos (2 Co 12:7-10) 
Qual a diferença entre Opressão Satânica e Possessão Demoníaca?

Possessão é Demoníaca e Opressão é Satânica:
Na Possessão a vítima é dominada pelo demônio, corpo, alma e espírito.

O crente que estiver andando com Deus em fé e obediência não pode ser possuído de um espírito demoníaco, cf: (Ap 3:20; Rm 12:1;2; II Co 5:17; Jo 3:3-5; Ef 1:13-14; Jo 14:23-30; Jo 14:16; II Co 2:16: 12-13; 1 Co 3:16-18; 1 Co 6:19-20; Rm 8:9-10; 1 Jo 5:19; Jo 14:30).

Opressão - todos os cristãos são alvos de Satanás para cairmos numa vida de pecado, por isso muitos cristãos podem sofrer, cf. (E 6:13; Tg 4:7)

Obsessão demoníaca - é um ataque mais intenso de ataque demoníaco (II Co 12:7-10).

II - QUEM É O VENCEDOR? O poder do Sangue de Cristo

A.) O que Cristo fez na cruz: 17 cumprimentos
"Porque Jesus Cristo é Deus e homem, a Sua morte na cruz tem valor infinito para todos que crêem" (F.Schaeffer)
Substituição: Ele morreu no nosso lugar (Lv 1:4; Mt 20:28; Tm 5:6-8; 2 Co 5:15-21; 1 Pe 3:18) 
Redenção: pagou o preço para libertar-nos (At 20:28; Rm 3:24; Ef 1:7; 1 Pe 1:18-19) 
Propiciação: satisfez a ira santa de Deus contra os pecados (Rm 3:25; Hb 2:17; 1 Jo 2:2) 
Reconciliação: o homem pode ser amigo de Deus (Rm 5:10,11; 2 Co 5:18-21; Ef 1:10; 2:16) 
Justificação: a justiça de Cristo é imputada a nós (At 13:39; Rm 3:19-26; 5:9; 8:30,31; 2 Co 5:21; Ef 1:4) 
Base do perdão dos pecados antes da cruz (Rm 3:25; Hb 9:15; 10:1-14) 
O fim da lei Mosaica; agora há "a lei de Cristo", a lei do Espírito. Rm 3:19-28; 6:14; 8:2-4; 10:4; 13:8s; 2 Co 3:6-17: Gl 3:19-25; Fp 3:3; Cl 2:14; I Jo 3:23) 
Base da adoção como filhos e herdeiros maduros - Rm 8:14-17; Gl 3:23-26; 4:1-7. 
Base da obra do Espírito Santo em nós - Jo 3:1-7; 16:8-11; I Co 12:13; Ef 1:13-14; 4:30; 5:18) 
Base da santificação - posicional e experimental - I Co 1:2; 6:11; Ef 5:26-27; I Ts 4:3; I Pe 1:15-16. 
O juízo da natureza pecaminosa: quebrou o poder controlador do pecado; podemos viver vidas que agradam a Deus. Rm 6:1-14; Gl 5:13-25. 
Base do perdão dos pecados do crente: filhos que caem da comunhão com Deus devido ao pecado. Rm 8:1s; I Jo 1:7; 2:2. 
Jesus é o primogênito do processo da morte, ressurreição, ascensão e glorificação que nós seguiremos (I Co 15:12-23; Cl 1:18; I Ts 4:13-17: Hb 2:9-15; I Jo 3:1,2.) 
Base da redenção da natureza. Rm 8:18-22; Is 65:17-25; Ap 21:1s. 
Base da purificação das coisas no céu - Hb 9:22-24 (cf. 8:1-5; 9:11) 
A cruz é a base do juízo dos incrédulos - o dom da salvação rejeitado - Jo 16:8-11, cf. Jo 3:14-18,36; 2 Ts 1:6-11; Ap 20:11-15. 
Na cruz, o pecado, a morte e Satanás foram vencidos: 
o pecado - I Jo 5:18-19; cf. n.11 acima 
a morte - Jo 5:24-27; I Co 15:55-57; Hb 2:14-15; Ap 20:14 
Satanás e os demônios - Jo 12:31-33; Hb 2:14,15; Ap 20:10 
B. Os Juízos de Satanás e seus anjos

Satanás e os anjos perderam sua posição no céu (Ez 28:16) 
Ele foi julgado profeticamente no jardim do Éden
(Gn 3:16) 
Cristo veio a primeira vez para destruir as obras do maligno. (I Jo 3:8; 5:18; Cl 2:14,15) 
Quando Cristo voltar, Satanás receberá um castigo temporário dum mil anos no abismo (Ap 20:1-3) 
No fim do milênio, no juízo final, Satanás e os seus anjos serão lançados no lago de fogo e enxofre para eternidade. (Ap 20:10)

III - COMO DEVEMOS LUTAR?

Três passos à vitória
A. Observações Iniciais:
1.. Satanás é feroz: "A razão pela qual muitos cristãos falham por toda vida é esta: eles sub-estimam o poder do inimigo. Temos um inimigo terrível com quem temos que lutar. Não deixa Satanás nos enganar. Pois assim estaremos mortos! Isto é guerra. Quase tudo que nos rodeia (neste mundo) nos desvia de Deus. Não saltamos do Egito ao trono de Deus num pulo só. Há um deserto, uma viagem, e há inimigos na terra." (D.L.Moody, cf. I Pe 5:8)

2.. Satanás é finito: não é onipotente, onipresente ou onisciente. Geralmente, no sentido direto, o diabo e os seus demônios não nos tentam diariamente. Claro, o mundo está controlado espiritual e moralmente por satanás. Mas tentação vem principalmente da nossa própria carne: cobiça, orgulho, concupiscência, falta de autocontrole, etc. (Tg 1:13-16; 4:1-8)

3.. Satanás e os demônios são limitados por Deus. O Senhor os permitem ser ativos, mas a graça que restrita não deixa-os fazer tudo que quiserem (Jó 1:6 , 2:7; Lc 22:31; 2 Co 12:7-9). Em qualquer situação. “... Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças... (mas) com a tentação vos proverá livramento..." (I Co 10:13). Cristo, nosso Sumo-Sacerdote, constantemente intercede por nós - Jo 17:15; Hb 7:25: I Jo 2:1-2.

Passo Um: Pureza
1. Cristo adquiriu nossa pureza na cruz. Apesar de falhas nas nossas vidas - das quais satanás gosta de nos acusar (Zc 3:1-5; Ap 12:10) - somos posicionalmente puros, vestidos na justiça de Jesus Cristo. Satanás não pode tocar nossa salvação, nem nos separar do amor de Deus (Rm 8:38,39); temos uma posição de aceitação e autoridade em Jesus Cristo. (Rm 8:1; Ef 1:6)

2.. Mas devemos buscar a santidade, experimentalmente realizando Sua chamada alta. O pecado na vida nos destrói, abrindo a porta para opressão.

Seja santificado pela Palavra - Jo 17:17: 2 Tm 3:16 
Confessar e renunciar tudo na nossa vida contra Deus - Ef 4:27; I Ts 4:3 cf. Êx 20:4-6. 
Nada disponhais para a carne - Rm 13:12-14 
Chegai-vos a Deus - Tg 4:8 
Passo dois: As armas de Deus
1.. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, cada peça tem propósito para lutar, e sugere como satanás ataca.
O largo cinto da verdade 
A couraça da justiça 
Calçai os pés com a preparação do evangelho 
O escudo da fé 
O capacete da salvação 
2. A espada do Espírito = a Palavra de Deus (Mt 4:4)

3. O poder conquistador da oração:
No nome de Jesus - Jo 14:13,14'; 15:7;16; 16:23-27 
Com consciência pura - Tg 4:2,3; 5:16; I Jo 3:21s. 
Poder do Espírito Santo - Rm 8:26s; Ef 6:18; Jd 20s 
Com fé - Hb 11:1-6; Mc 11:22-24; Tg 1:5-8; 5:14,15 
Com perseverança - Ef 6:18; Cl 4:2; Lc 11:5-10 
Às vezes com jejum - At 13:2-3; 14:23; Mc 9:29 
Passo três: Como Vencer Satanás e os demônios

1.. Seja sempre sóbrio e vigilante - 1 Pe 5:8-9a

2.. Quando você confrontar a presença satânica, não seja tolo. Tome cuidado - Jd 9; 2 Pe 2:10s; At 19:12-17

3.. Reconheça a sua autoridade em Jesus Cristo - Lc 9:1; 10:1-20; At 5:16; 8:7; 16:16-18; I Jo 4:4; Mc 16:17.

4.. Também; os demônios crêem e tremem - Tg 2:19

5.. Imediatamente, no nome de Jesus, peça que o Senhor quebre os poderes de Satanás e os demônios e limpe a situação. Lembre-se que o Sangue de Cristo é a prova que Satanás foi conquistado na cruz, e que o seu juízo foi selado.

6. Em casos graves, ache outros irmãos logo que possível. Junte-se com eles para orar e resistir ao maligno. Não tente exorcizar ou confrontar sozinho um demônio, exceto quando é difícil de achar ajuda. Nos casos de habitação demoníaca, seria sábio em procurar líderes cristãos que tem experiência nisso. Entretanto, você, bem preparado, pode exorcizar sozinho.

7. "Sujeitai-vos pois à Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós"(Tg 4:7)
"Eles, pois o (Acusador) venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e mesmo em face de morte, não amaram a própria vida". (Ap 12:11

MATÉRIA 09 - ESCATOLOGIA: A DOUTRINA DA ULTIMAS COISAS

Escatologia significa Doutrina das Últimas Coisas e, portanto, tem como escopo o estudo das profecias concernentes ao fim desta era e a volta de Cristo. 

I. A SEGUNDA VINDA DE CRISTO   
A) Sua Realidade: Já no tempo dos apóstolos a segunda vinda de Cristo era negada (IIPe.3:4), e ainda hoje encontramos pessoas que negam a realidade desta doutrina. Por isso é necessário demonstrar, pelas Escrituras, a sua realidade. Ela é estabelecida por vários testemunhos bíblicos:   
            1) Pelo Testemunho dos Profetas (Zc.14:3-5; Ml.3:1; Ez.21:26,27). 
            2) Pelo Testemunho de João Batista (Lc.3:3-6). 
            3) Pelo Testemunho de Cristo (Jo.14:2,3). 
            4) Pelo Testemunho dos Anjos (At.1:11). 
5) Pelo Testemunho dos Apóstolos (Mc.13:26; Lc.21:27; IJo.3:1-3; Tg.5:7; IPe.1:7,13; ITs.4:13-18; Hb.9:27). 
 B) A Natureza da Segunda Vinda: 
             1) Não é Espiritual: 
                        a) Como a vinda do Espirito Santo no Pentecostes. 
                        b) Como na conversão do pecador. 
                        c) Como na conversão do mundo, pela expansão do cristianismo (Lc.18:8; IITs.2:13-12; ITm.4:1; Lc.17:26-30). 
             2) É Literal: 
a) Pessoal e Corporal: A parousia indica presença pessoal (At.1:11; ITs.4:14-17). A palavra parousia é usada nas seguintes passagens: (Mt.24:3,27,37,39; ICo.1:8;15:23; ITs.2:19; ITs.3:13;4:15;5:23; IITs.2:1; Tg.5:7; IIPe.1:16;3:4,12; IJo.2:28; e nas seguintes passagens referindo-se a homens: (ICo.16:17; Fp.2:12; IICo.10:10). 
                         b) Visível: A apokalupsis indica a visibilidade da vinda do Senhor 
                        (Ap.1:7,9-11; Mt.24:26, 27,30; Lc.21:27; Tt.2:13; IJo.3:2,3; Is.52:8; Os.5:15). 
                         O termo apokalupsis é usado nas seguintes passagens: (Rm.8:19; IITs.1:7; IPe.1:7,13;4:13). 
                         Obs.: O termo epiphaneia (aparição, manifestação) é usado tanto para o primeiro advento                                                (IITm.1:10), como para o segundo (IITs.2:8; ITm.6:14; IITm.4:1,8; Tt.2:13). 
            3) É Súbita (Ap.22:7,12,20; Mt.24:27). 
            4) É Iminente, do ponto de vista profético (Tt.2:13; Hb.9:28; ITs.1:9,10; Rm.13:11). 
            5) É Próxima, do ponto de vista histórico (Lc.21:28; Mt.16:3;24:33;24:3). 
            6) Em duas Fases (Sf.2:3). 
                        a) A primeira fase: O arrebatamento da igreja, nos ares (ITs.4:16,17; Jo.14:3); a parousia.. 
                        b) A segunda fase: A revelação ao mundo, na terra (IITs.1:7-9;2:7,8; Cl.3:4; Ap.1:7; Jl.3:11;                                  ITs.3:11; Zc.14:4,5; Jd.14).   
            7) Analogias: Há na Bíblia algumas analogias interessantes a estes dois aspectos da segunda vinda.  

a) Davi: A volta de Davi da outra banda do Jordão depois de Abraão e seus seguidores terem sido derrotados, a ida de Judá ao seu encontro, e a volta dos dois juntos para Jesuralém (IISm.19:10-15,40; IISm.20:1-3).   
b) Joiada: A revelação particular de Joiada aos capitães e aos cários, e sua revelação pública um pouco mais tarde (IIRs.11:4-12).   
c) Pedro: O encontro de Pedro com Jesus, andando sobre as águas. Pedro foi até Ele, e os dois voltaram juntos para o barco (Mt.14:22-34).   
d) Paulo: Quando Paulo aproximou-se de Roma, os irmãos foram ao seu encontro e todos voltaram juntos para a capital (At.18:15,16).
e) Isaque: O encontro de Isaque com Rebeca (Gn.24). Neste trecho Abraão é um tipo de um Rei que faria o casamento de seu Filho (Mt.22:2). O Servo anônimo um tipo do Espirito Santo, que não fala de si mesmo, mas das coisas do Noivo para conquistar a noiva (Jo.16:13,14), e que enriquece a noiva com presentes do Noivo (ICo.12:7-11; Gl.5:22-23), e que traz a noiva ao encontro do Noivo (At.13:4;16:6-7; Rm.8:11; ITs.4:14-17). Rebeca é um tipo da igreja, a virgem noiva de Cristo (Gn.24:16; IICo.11:2; Ef.5:25-32). Isaque, um tipo do Noivo, a quem não havendo

visto, a noiva ama através do testemunho do Servo anônimo (IPe.1:8), e que sai ao encontro de Sua noiva para recebê-la (Gn.24:63; ITs.4:14-17). Estes incidentes não provam a teoria, mas ilustram a dupla natureza da volta de Cristo.   
8) Pré-Tribulacional: A primeira fase (Ap.3:10).   
9) Pré-Milenista: A primeira e segunda fase (IITm.2:12).  

C) Os Sinais Precedentes da Segunda Vinda:   
1) Sinais nos Céus (Lc.21:25a). 
2) Sinais na Terra (Lc.21:25b; Mt.19:28;24:6-8).

a) Terremotos (Mt.24:7). 
b) Pestes (Mt.24:7). 
c) Guerras e fome (Mt.24:7). 
d) Progresso científico (Dn.12:4; Na.2:4). 
e) Apostasia (ITm.4:1; IITm.4:1-4; IIPe.2:1,2). 
f) Tempos difíceis (IITm.3:1-5; Tg.5:1-8).

 
 II. A TRIBULAÇÃO - Imediatamente após o arrebatamento da igreja inicia-se um período de tempo, na terra, que a Bíblia chama de tribulação.  

A) Tipos de Tribulação: Os teólogos se dividem em três diferentes correntes   
1) Mid-Tribulacionistas: Os defensores desta opinião acreditam que a igreja vai passar pela primeira metade da tribulação, e será arrebatada no meio (mid) dos dois períodos de três anos e meio cada. Seus defensores citam At.14:22 para fundamentar esta opinião.   
2) pós-tribulacionistas: Estes acreditam que a igreja passará por todo o período da tribulação, e será arrebatada apenas após a tribulação, por ocasião da segunda vinda de Cristo. Eles não distinguem a segunda vinda em duas fases.   
3) Pré-Tribulacionistas: Os defensores desta doutrina acreditam que a igreja não passará pela tribulação, pois será arrebatada antes que ela se inicie(Ap.3:10; Rm.5:9; ITs.1:10;5:9)  

B) O Período da Tribulação: Segundo as Escrituras o período da tribulação é de sete anos, um período que será abreviado por causa dos eleitos (Mt.24:22).  

1) Identificado com a 70 semana: A tribulação é também chamada de septuagésima semana de Daniel. Deus revelou a Daniel que 70 semanas de anos (Ez.4:5,6; Gn.29:27; Lv.25:8; Dn.9:2,24) estavam determinada sobre Israel. Estas 70 semanas inciaram-se com a volta de Neemias e com a reconstrução dos muros e da cidade de Jerusalém (Dn.9:25; Ne.2:1-8). O sacrifício de Cristo na cruz ocorreu depois da 69 semanas (Dn.9:25), bem como a destruição de Jerusalém em 70 d.C. A última semana, ou seja a septuagésima, mencionada em Dn.9:27, ainda não se cumpriu, demonstrando que há uma quebra na sucessão das semanas, por um período de tempo indeterminado, entre a 69 e a 70 semana, período este reservado para os gentios (Lc.21:24).  

2) Dividido em dois Períodos: Esta última semana divide-se em dois períodos de três anos e meio cada um.  

a) Anos: A expressão "um tempo, tempos e metade de um tempo" (Dn.7:25;12:7; Ap.12:14) se refere a "um ano, dois anos e metade de um ano", o que eqüivale a "três anos e meio".   
b) Meses: Este período de três anos e meio eqüivale ao período de "quarenta e dois meses" mencionado na Bíblia (Ap.11:2;13:5).   
c) Dias: O mesmo período também identificado na Bíblia por dias: "1.260 dias" (Ap.11:3;12:6; Dn.12:11,12).  

3) A Primeira Metade da Tribulação:   
a) Aliança de Israel com o Anticristo (Dn.9:27; Jo.5:43; Is.28:14-18). 
b) As duas testemunhas (Ap.11;3).  

4) A Segunda Metade da Tribulação: Chamada de grande tribulação ou angústia de Jacó (Mt.24:21; Jr.30:7; Dn.12:1).   
a) Perseguição aos judeus (Ap.11:2;12:6,14). 
b) Perseguição aos convertidos (Ap.7:13,14). 
c) A besta política, o Anticristo (Ap.13:1-10). 
d) A besta religiosa, o Falso Profeta (Ap.13:11-18). 
e) Os 144.000 judeus (Ap.7:4-8;14:1-5). 
f) Abominação desoladora (Dn.9:27;12:11; Mt.24:15; Ap.13:14,15; IITs.2:9).  

 

 III. O MILÊNIO - Depois da tribulação Cristo voltará à terra com Seus santos e inaugurará o reino milenial (Ap.20:2-7). A palavra millennium vem do latim mille e annus que significa mil anos. O termo grego usado na Bíblia é chiliasm (quiliasmo

A) Tipos de Milênio:   
1) Amilenistas: Os que defendem esta posição não crêem na literalidade do reino milenial. Para eles o milênio é uma realidade puramente espiritual, que se estende do primeiro advento ao segundo advento de Cristo, período este que já se completou quase 2.000 anos, e que culminará na grande tribulação para restauração da igreja e o progresso do testemunho do evangelho.   
2) Pós-Milenistas: Tal como os amilenistas, os pós-milenistas colocam a segunda vinda e o arrebatamento da igreja depois do milênio e da tribulação. eles identificam a tribulação com a revolta de Gogue e Magogue (Ap.20:8,9). Os 
pós-milenistas acreditam que a história avança em direção à cristianização do mundo pela igreja, e que haverá um milênio futuro de duração indeterminada.   
3) Pré-Milenistas: Para estes o milênio é futuro e literal de mil anos na terra, que vem precedido pela tribulação, e é posterior a segunda vinda. Há dois tipos de pré-milenismo, a saber:   
a) Pré-Milenismo Histórico: Colocam o milênio depois da tribulação, mas crêem que a tribulação será um período breve e indeterminado de aflição.   
b) Pré-Milenismo Dispensacionalista: Estes vinculam a tribulação à 70 semana de Daniel, e, assim, baseado nela, consideram a sua duração por um período de sete anos.

B) A Natureza do Milênio:  

1) Cristo Reinará (Zc.14:9).   
2) Davi Reinará (Ez.34:23,24;37:24; IICr.13:5; At.15:16). 
3) Os Crentes Reinarão (Dn.7:18; Ap.5:10). 
4) Haverá Justiça (Is.32:1; Sl.66:3;81:15; Zc.14:17-19). 
5) Haverá Conhecimento de Deus (Is.11:9; Jr.31:34). 
6) Haverá Paz (Is.2:4;9:6,7). 
7) Haverá Prosperidade (Is.35:1,2;51:3; Am.9:13). 
8) Haverá Longevidade de Vida (Is.65:20;33:24).

IV. AS RESSUREIÇÕES

 A) Ensinada pelo Antigo Testamento (Jó 19:25-27; Sl.16:9-11;17:15; Is.26:19; Os.13:14; IIRs.4:32-35;13:20,21 IRs.17:17-24; Dn.12:2).

 B) Ensinada pelo Novo Testamento (Jo.5:21,28,29; IPe.1:3 At.26:8,22,23;23:6-8; Jo.6:39,40,44,54; Lc.14:13,14;20:35,36; ICo.15:22,23; ITs.4:14-16; Fp.3:11; Ap.20:4-6,13,14; Jo.11:41-44; Lc.7:12-15;8:41,42,49-56; Mt.27:52,53; Mt.28; Jo.20).

 C) A Natureza da Ressurreição:  

1) Universal (Jo.5:28,29).   
2) Dupla (Dn.12:2; Ap.20:4,5).

a) A primeira ressurreição: Em cinco etapas: 
- Cristo: as primícias (ICo.15:23a; Mt.27:52,53). 
- Igreja: pré-tribulacionista (talvez representada por Enoque Hb.11:5;ICo.15:23b; ITs.4:13-15). 
- Duas testemunhas: mid-tribulacionista (Ap.11:11). 
- Mártires da grande tribulação e santos do Antigo Testamento: pós-tribulacionista (Dn.12:1; Is.26:19; Ez.37:12-14; Ap.20:4). 
- Salvos do milênio: pós-milenista.   
b) A segunda ressurreição (Jo.5:29b; Ap.20:5a,12-14).  

D) Características do Corpo Ressuscitado:  

1) Do Crente:

a) Identificado com o corpo sepultado (Jó 19:25-27; Lc.24:31; At.7:55,56).   
b) Semelhante ao de Cristo (IJo.3:2).   
c) Real (Lc.24:39).   
d) Livre de limitações terrenas (Jo.20:19).   
2) Do Incrédulo: Mortal e corrupto (Mt.5:29;10:28; Ap.20:12,13;21:8; Gl.6:7,8).

V. OS JULGAMENTOS:

A) O Juiz:
1) Deus (Rm.1:32;2:2,3,5,6;14:12; Sl.9:7,8;96:13). 
2) Cristo (Rm.2:16;14:10-12; At.17:31; Jo.5:22,23,27; IICo.5:10; At.10:42; IITm.4:1). 
3) Os Santos como Auxiliares (Sl.149:9; Ap.2:26;3:21; ICo.6:2,3).  

B) Natureza do Julgamento:
1) Bema = Tribunal (ICo.4:5; Ap.22:12; ICo.3:13-15; Jo.5:24; IICo.5:10). 
2) Israel (Sl.50:1-7; Is.1:2,24,26; Ez.20:30-44; Jl.3:2; Ml.3:1,17; Mt.25:31,32; Zc.14:1,2). 
3) Gentios (Sl.9:7,8;96:12,13; Zc.14:1,2; Mt.25:31,32).

4) Besta e Falso Profeta (Ap.19:20). 
5) Anjos (Mt.25:41; ICo.6:3; Jd.6; IIPe.2:4). 
6) Satanás (Ap.20:10). 
7) Juízo Final = Trono branco (Ap.20:5a,11; At.24:14; Jo.5:29; Ap.20:12,13,15;21:8; ICo.4:5;15:28; Hb.9:27; Rm.2:5,6; Mt.12:36; IICo.5:10

MATÉRIA 10 - BIBLIOLOGIA: A DOUTRINA DA BIBLIA

I. REVELAÇÃO: É a operação divina que comunica ao homem fatos que a razão humana é insuficiente para conhecer. É, portanto, a operação divina que comunica a verdade de Deus ao homem (ICo.2:10).

A) Provas da Revelação: O diabo foi o primeiro ser a pôr em dúvida a existência da revelação: "É assim que Deus disse?" (Gn.3:1). Mas a Bíblia é a Palavra de Deus. Vejamos alguns argumentos:

1) A Indestrutibilidade da Bíblia: Uma porcentagem muito pequena de livros sobrevive além de um quarto de século, e uma porcentagem ainda menor dura um século, e uma porção quase insignificante dura mil anos. A Bíblia, porém, tem sobrevivido em circunstâncias adversas. Em 303 a.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. A Bíblia é hoje encontrada em mais de mil línguas e ainda é o livro mais lido do mundo.

2) A Natureza da Bíblia:
a) Ela é superior: Ela é superior a qualquer outro livro do mundo. O mundo, com sua sabedoria e vasto acúmulo de conhecimento nunca foi capaz de produzir um livro que chegue perto de se comparar a Bíblia.
b) É um livro honesto: Pois revela fatos sobre a corrupção humana, fatos que a natureza humana teria interesse em acobertar.
c) É um livro harmonioso: Pois embora tenha sido escrito por uns quarenta autores diferentes, por um período de 1.600 anos, ela revela ser um livro único que expressa um só sistema doutrinário e um só padrão moral, coerentes e sem contradições.

3) A Influência da Bíblia: O Alcorão, o Livro dos Mórmons, o Zenda Avesta, os Clássicos de Confúcio, todos tiveram influência no mundo. Estes, porém, conduziram a uma idéia apagada de Deus e do pecado, ao ponto de ignorá-los. A Bíblia, porém, tem produzido altos resultados em todas as esferas da vida: na arte, na arquitetura, na literatura, na música, na política, na ciência etc.

4) Argumento da Analogia: Os animais inferiores expressam com suas vozes seus diferentes sentimentos. Entre os racionais existe uma presença correspondente, existe comunicação direta de um para o outro, uma revelação de pensamentos e sentimentos. Conseqüentemente é de se esperar que exista, por analogia da natureza, uma revelação direta de Deus para com o homem. Sendo o homem criado à Sua imagem, é natural supor que o Criador sustente relação pessoal com Suas criaturas racionais.

5) Argumento da Experiência: O homem é incapaz por sua própria força descobrir que:

a) Precisa ser salvo.
b) Pode ser salvo.
c) Como pode ser salvo.
d) Se há salvação.
Somente a revelação pode desvendar estes mistérios eternos. A experiência do homem tem demonstrado que a tendência da natureza humana é degenerar-se e seu caminho ascendente se sustêm unicamente quando é voltado para cima em comunicação direta com a revelação de Deus.

6) Argumento da Profecia Cumprida: Muitas profecias a respeito de Cristo se cumpriram integralmente, sendo que a mais próxima do primeiro advento foi pronunciada 165 anos antes de seu cumprimento. As profecias a respeito da dispersão de Israel também, se cumpriram (Dt.28; Jr.15:4;l6:13; Os.3:4 etc); da conquista de Samaria e preservação de Judá (Is.7:6-8; Os.1:6,7; IRs.14:15); do cativeiro babilônico sobre Judá e Jerusalém (Is.39:6; Jr.25:9-12); sobre a destruição final de Samaria (Mq.1:6-9); sobre a restauração de Jerusalém (Jr.29:10-14), etc.

7) Reivindicações da Própria Escritura: A própria Bíblia expressa sua infalibilidade, reivindicando autoridade. Nenhum outro livro ousa fazê-lo. Encontramos essa reivindicação nas seguintes expressões: "Disse o Senhor a Moisés" (Ex.14:1,15,26;16:4;25:1; Lv.1:1;4:1;11:1; Nm.4:1;13:1; Dt.32:48) "O Senhor é quem fala" (Is.1:2); "Disse o Senhor a Isaías" (Is.7:3); "Assim diz o Senhor" (Is.43:1). Outras expressões semelhantes são encontradas: "Palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor" (Jr.11:1); "Veio expressamente a Palavra do Senhor a Ezequiel" (Ez.1:3); "Palavra do Senhor que

foi dirigida a Oséias" (Os.1:1); "Palavra do Senhor que foi dirigida a Joel" (Jl.1:1), etc. Expressões como estas são encontradas mais de 3.800 vezes no Velho Testamento. Portanto o A.T. afirma ser a revelação de Deus, e essa mesma reivindicação faz o Novo Testamento (ICo.14:37; ITs.2:13; IJo.5:10; IIPe.3:2).
B) Natureza da Revelação: Deus se revelou de sete modos:
1) Através da Natureza: (Sl.19:1-6; Rm.l:19-23).
2) Através da Providência: A providência é a execução do programa de Deus das dispensações em todos os seus detalhes (Gn.48:15;50:20; Rm.8:28; Sm.57:2; Jr.30:11; Is.54:17).
3) Através da Preservação: (Cl.1:17; Hb.1:3; At.17:25,28).
4) Através de Milagres: (Ex.4:1-9).
5) Através da Comunicação Direta: (Nm.12:8; Dt.34:10).
6) Através da Encarnação: (Hb.1:1; Jo.8:26;15:15).
7) Através das Escrituras: A Bíblia é a revelação escrita de Deus e, como tal, abrange importantes aspectos:
a) Ela é variada: Variada em seus temas, pois abrange aquilo que é doutrinário, devocional, histórico, profético e prático.
b) Ela é parcial: (Dt.29:29).
c) Ela é completa: Naquilo que já foi revelado (Cl.2:9,10);
d) Ela é progressiva: (Mc.4:28).
e) Ela é definitiva: (Jd.3).
 

II. INSPIRAÇÃO: É a operação divina que influenciou os escritores bíblicos, capacitando-os a receber a mensagem divina, e que os moveu a transcrevê-la com exatidão, impedindo-os de cometerem erros e omissões, de modo que ela recebeu autoridade divina e infalível, garantindo a exata transferência da verdade revelada de Deus para a linguagem humana inteligível (ICo.10:13; IITm.3:16; IIPe.1:20,21).

A) Autoria Dual: Com este termo indicamos dois fatos:

1) Autoria Divina: Do lado divino as Escrituras são a Palavra de Deus no sentido de que se originaram Nele e são a expressão de Sua mente. Em IITm.3:16 encontramos a referência a Deus: "Toda Escritura é divinamente inspirada" (theopneustos = soprada ou expirada por Deus) . A referência aqui é ao escrito.

2) Autoria Humana: Do lado humano, certos homens foram escolhidos por Deus para a responsabilidade de receber a Palavra e passá-la para a forma escrita. Em IIPe.1:21 encontramos a referência aos homens: "Homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo" (pherô = movidos ou conduzidos). A referência aqui é ao escritor.

B) Inspiração ou Expiração? A palavra inspiração vem do latim, e significa respirar para dentro. Ela é usada pela ARC. (Almeida Revista e Corrigida) somente duas vezes no N.T. (IITm.3:16; IIPe.1:21). Este vocábulo, embora consagrado pelo uso, e, portanto, pela teologia, não é um termo adequado, pois pode parecer que Deus tenha soprado alguma espécie de vida divina em palavras humanas. Em IITm.3:16 encontramos o vocábulo grego theopneustos que significa soprado por Deus. Portanto podemos afirmar que toda a Escritura é soprada ou expirada por Deus, e não inspirada como expressa a ARC. As Escrituras são o próprio sopro de Deus, é o próprio Deus falando (IISm.23:2). Em IIPe.1:21 este vocábulo se torna mais inadequado ainda, pois a tradução da ARC. transmite a idéia de que os homens santos foram inspirados pelo Espírito Santo. O fato é que o homem não é inspirado, mas a Palavra de Deus é que é expirada (Compare Jó.32:8; 33:4; com Ez.36:27; 37:9). A ARA. (Almeida Revista e Atualizada), porém, apesar de utilizar o termo inspiração em IITm.3:16, usa, com acerto, o verbo mover em IIPe.1:21, como tradução do vocábulo grego pherô, que significa exatamente mover ou conduzir.

Considerada esta ressalva, não devemos pender para o extremo, excluindo a autoria humana da compilação das Escrituras. Ela própria reconhece a autoria dual no registro bíblico. Em Mt.15:4 está escrito que Deus ordenou enquanto que em Mc.7:10 diz que foi Moisés quem ordenou. E muitas outras passagens há semelhantes a esta (Compare Sl.110:1 com Mc.12:36; Ex.3:6,15 com Mt.22:31; Lc.20:37 com Mc.12:26; Is.6:9,10; At.28:25 com Jo.12:39-41; Mt.1:22;2:15; At.l:16;4:25; Hb.3:7-11; Hb.9:8;10:15) Deus opera de modo misterioso usando e não anulando a vontade humana, sem que o homem perceba que está sendo divinamente conduzido, sendo que neste fenômeno, o homem faz pleno uso de sua liberdade (Pv.16:1;19:21; Sl.33:15;105:25; Ap.17:17). Desse mesmo modo Deus também usa Satanás (Compare ICr.21:1 com IISm.24:1; IRs.22:20-23), mas não retira a responsabilidade do homem (At.5:3,4), como também o faz na obra da salvação (Dt.30:19; Sl.65:4; Jo.6:44).

C) O Termo Logos: Este termo grego foi utilizado no N.T. cerca de 200 vezes para indicar a Palavra de Deus Escrita, e sete vezes para indicar o Filho de Deus (Jo.1:1,14; IJo.1:1;5:7; Ap.19:13). Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que a fala é para a razão, portanto o Logos de Deus é a

xpressão de Deus, quer seja na forma escrita ou viva (Compare Jo.14:6 com Jo.17:17).

1) Cristo é a Palavra Viva: Cristo é o Logos, isto é, a fala, a expressão de Deus.

2) A Bíblia é a Palavra Escrita: A Bíblia também é o Logos de Deus, e assim como em Cristo há dois elementos (duas naturezas), divino e humano, igualmente na Palavra de Deus estes dois elementos aparecem unidos sobrenaturalmente.

D) Provas da Inspiração: Somos acusados de provar a inspiração pela Bíblia e de provar a verdade da Bíblia pela inspiração, e, assim, de argumentar num círculo vicioso. Mas o processo parte de uma prova que todos aceitam: a evidência. Esta, primeiro prova a veracidade ou credibilidade da testemunha, e então aceita o seu testemunho. A veracidade das Escrituras é estabelecida de vários modos, e, tendo constatado a sua veracidade, ou a validade do seu testemunho, bem podemos aceitar o que elas dizem de si mesmas. As Escrituras afirmam que são inspiradas, e elas ou devem ser cridas neste particular ou rejeitadas em tudo mais.

1) O A.T. afirma sua Inspiração: (Dt.4:2,5; IISm.23:2; Is.1:10; Jr.1:2,9; Ez.3:1,4; Os.1:1; Jl.l:1; Am.1:3;3:1; Ob.1:1; Mq.1:1).

2) O N.T. afirma sua Inspiração: (Mt.10:19; Jo.14:26;15:26,27; Jo.16:13; At.2:33;15:28; ITs.1:5; ICo.2:13; IICo.13:3; IIPe.3:16; ITs.2:13; ICo.14:37).

3) O N.T. afirma a Inspiração do A.T.: (Lc.1:70; At.4:25; Hb.1:1, IItm.3:16; IPe.1:11; IIPe.1:21).

4) A Bíblia faz declarações científicas descobertas posteriormente: (Jó.26:7; Sl.135:7; Ec.1:7; Is.40:22).

E) Teorias da Inspiração: Podemos ter revelação sem inspiração (Ap.10:3,4), e podemos ter inspiração sem revelação, como quando os escritores registram o que viram com seus próprios olhos e descobriram pela pesquisa (IJo.1:1-4; Lc.1:1-4). Aqui nós temos a forma e o resultado da inspiração. A forma é o método que Deus empregou na inspiração, enquanto que o resultado indica a conseqüência da inspiração. Portanto, as chamadas teorias da intuição, da iluminação, a dinâmica e a do ditado, todas descrevem a forma de inspiração, enquanto que a teoria verbal plenária indica o resultado.

1) Teoria da Inspiração Dinâmica: Afirma que Deus forneceu a capacidade necessária para a confiável transmissão da verdade que os escritores das Escrituras receberam ordem de comunicar. Isto os tornou infalíveis em questões de fé e prática, mas não nas coisas que não são de natureza imediatamente religiosa, isto é, a inspiração atinge apenas os ensinamentos e preceitos doutrinários, as verdades desconhecidas dos autores humanos. Esta teoria tem muitas falhas: Ela não explica como os escritores bíblicos poderiam mesclar seus conhecimentos sobrenaturais ao registrarem uma sentença, e serem rebaixados a um nível inferior ao relatarem um fato de modo natural. Ela não fornece a psicologia daquele estado de espírito que deveria envolver os escritores bíblicos ao se pronunciarem infalivelmente sobre matérias de doutrina, enquanto se desviam a respeito dos fatos mais simples da história. Ela não analisa a relação existente entre as mentes divina e humana, que produz tais resultados. Ela não distingue entre coisas que são essenciais à fé e à pratica e àquelas que não são. Erasmo, Grotius, Baxter, Paley, Doellinger e Strong compartilham desta teoria.

2) Teoria do Ditado ou Mecânica: Afirma que os escritores bíblicos foram meros instrumentos (amanuenses), não seres cujas personalidades foram preservadas. Se Deus tivesse ditado as Escrituras, o seu estilo seria uniforme. Teria a dicção e o vocabulário do divino Autor, livre das idiossincrasias dos homens (Rm.9:1-3; IIPe.3:15,16). Na verdade o autor humano recebeu plena liberdade de ação para a sua autoria, escrevendo com seus próprios sentimentos, estilo e vocabulário, mas garantiu a exatidão da mensagem suprema com tanta perfeição como se ela tivesse sido ditada por Deus. Não há nenhuma insinuação de que Deus tenha ditado qualquer mensagem a um homem além daquela que Moisés transcreveu no monte santo, pois Deus usa e não anula as suas vontades. Esta teoria, portanto, enfatiza sobremaneira a autoria divina ao ponto de excluir a autoria humana.

3) Teoria da Inspiração Natural ou Intuição: Afirma que a inspiração é simplesmente um discernimento superior das verdades moral e religiosa por parte do homem natural. Assim como tem havido artistas, músicos e poetas excepcionais, que produziram obras de arte que nunca foram superadas, também em relação às Escrituras houve homens excepcionais com visão espiritual que, por causa de seus dons naturais, foram capazes de

 

escrever as Escrituras. Esta é a noção mais baixa de inspiração, pois enfatiza a autoria humana a ponto de excluir a autoria divina. Esta teoria foi defendida pelos pelagianos e unitarianos.

4) Teoria da Inspiração Mística ou Iluminação: Afirma que inspiração é simplesmente uma intensificação e elevação das percepções religiosas do crente. Cada crente tem sua iluminação até certo ponto, mas alguns têm mais do que outros. Se esta teoria fosse verdadeira, qualquer cristão em qualquer tempo, através da energia divina especial, poderia escrever as Escrituras. Schleiermacher foi quem disseminou esta teoria. Para ele inspiração é "um despertamento e excitamento da consciência religiosa, diferente em grau e não em espécie da inspiração piedosa ou sentimentos intuitivos dos homens santos". Lutero, Neander, Tholuck, Cremer, F.W.Robertson, J.F.Clarke e G.T.Ladd defendiam esta teoria, segundo Strong.

5) Inspiração dos Conceitos e não das Palavras: Esta teoria pressupõe pensamentos à parte das palavras, através da qual Deus teria transmitido idéias, mas deixou o autor humano livre para expressá-las em sua própria linguagem. Mas idéias não são transferíveis por nenhum outro modo além das palavras. Esta teoria ignora a importância das palavras em qualquer mensagem. Muitas passagens bíblicas dependem de uma das palavras usadas para a sua força e valor. O estudo exegético das Escrituras nas línguas originais é um estudo de palavras, para que o conceito possa ser alcançado através das palavras, e não para que palavras sem importância representem um conceito. A Bíblia sempre enfatiza suas palavras e não um simples conceito (ICo.2:13; Jo.6:63;17:8; Ex.20:1; Gl.3:16).

6) Graus de Inspiração: Afirma que há inspiração em três graus. Sugestão, direção, elevação, superintendência, orientação e revelação direta, são palavras usadas para classificar estes graus. Esta teoria alega que algumas partes da Bíblia são mais inspiradas do que outras. Embora ela reconheça as duas autorias, dá margem a especulação fantasiosa.

7) Inspiração Verbal Plenária: É o poder inexplicado do Espírito Santo agindo sobre os escritores das Sagradas Escrituras, para orientá-los (conduzi-los) na transcrição do registro bíblico, quer seja através de observações pessoais, fontes orais ou verbais, ou através de revelação divina direta, preservando-os de erros e omissões, abrangendo as palavras em gênero, número, tempo, modo e voz, preservando, desse modo, a inerrância das Escrituras, e dando à ela autoridade divina.
a) Observação Pessoal: (IJo.1:1-4).
b) Fonte Oral: (Lc.l:1-4).
c) Fonte Verbal: (At.17:18; Tt.1:12; Hb.1:1).
d) Revelação Divina Direta: ( Ap.1:1-ll; Gl.1:12).
e) Gênero: (Gn.3:15).
f) Número: (Gl.3:16).
g) Tempo: (Ef.4:30; Cl.3:13).
h) Modo: (Ef.4:30; Cl.3:13).
i) Voz: (Ef.5:18)
j) Explicação dos itens e, f, g, h, i: A inspiração verbal plenária fica assim estabelecida. Em Gn.3:15 o pronome hebraico está no gênero masculino, pois se refere exclusivamente a Cristo (Ele te ferirá a cabeça...). Em Gl. 3:16 Paulo faz citação de um substantivo hebraico que está no singular, fazendo, também, referência exclusiva a Cristo. Em Ef.4:30 e Cl.3:13 o verbo perdoar encontra-se, no grego, no modo particípio e no tempo presente, o que significa que o perdão judicial de Deus realizado no passado, quando aceitamos a Cristo, estende-se por toda a nossa vida, abrangendo o perdão dos pecados do passado, do presente, e do futuro (IJo.1:9 trata do perdão do pecado doméstico e não do judicial). Jesus Cristo reconheceu a inspiração verbal plenária quando declarou que nem um til (a menor letra do alfabeto hebraico) seria omitido da lei(Mt.5:18 e Lc.16:l7).

C) O Termo Logos  - Este termo grego foi utilizado no N.T. cerca de 200 vezes para indicar a Palavra de Deus Escrita, e 7 vezes para indicar o Filho de Deus (Jo.1:1,14; IJo.1:1;5:7; Ap.19:13). Eles são para Deus o que a expressão é para o pensamento e o que a fala é para a razão, portanto o Logos de Deus é a expressão de Deus, quer seja na forma escrita ou viva (Compare Jo.14:6 com Jo.17:17).  

     1) Cristo é a Palavra Viva: Cristo é o Logos, isto é, a fala, a expressão de Deus.  

2) A Bíblia  é a Palavra Escrita: A Bíblia também é o Logos de Deus, e assim como em Cristo há dois elementos (duas naturezas), divino e humano, igualmente na Palavra de Deus estes dois elementos aparecem unidos sobrenaturalmente. 

III. ILUMINAÇÃO: É a influência ou ministério do Espírito Santo que capacita todos os que estão num relacionamento correto com Deus para entender as Escrituras (I Cor.2:12; Lc.24:32,45; IJo.2:27).
A iluminação não inclui a responsabilidade de acrescentar algo às Escrituras (revelação) e nem inclui uma transmissão infalível na linguagem (inspiração) daquele que o Espírito Santo ensina.
A iluminação é diferenciada da revelação e da inspiração no fato de ser prometida a todos os crentes, pois não depende de escolha soberana, mas de ajustamento pessoal ao Espírito Santo. Além disso, a iluminação admite graus podendo aumentar ou diminuir (Ef.1:16-18; 4:23; Cl.1:9).

A iluminação não se limita a questões comuns, mas pode atingir as coisas profundas de Deus (ICo.2:10) porque o Mestre Divino está no coração do crente e, portanto, ele não houve uma voz falando de fora e em determinados momentos, mas a mente e o coração são sobrenaturalmente despertados de dentro (ICo.2:16). Este despertamento do Espírito pode ser prejudicado pelo pecado, pois é dito que o cristão que é espiritual discerne todas as coisas (ICo.2:15), ao passo que aquele que é carnal não pode receber as verdades mais profundas de Deus que são comparadas ao alimento sólido (ICo.2:15;3:1-3; Hb.5:12-14).

A iluminação, a inspiração e a revelação estão estritamente ligadas, porém podem ser independentes, pois há inspiração sem revelação (Lc. 1:1-3; IJo.1:1-4); inspiração com revelação (Ap.1:1-11); inspiração sem iluminação (IPe.1:10-12); iluminação sem inspiração (Ef.1:18) e sem revelação (ICo.2:12; Jd.3); revelação sem iluminação (IPe.1:10-12) e sem inspiração (Ap.10:3,4; Ex.20:1-22). E’ digno de nota que encontramos estes três ministérios do Espírito Santo mencionados em uma só passagem (ICo.2:9-13); a revelação no versículo 10; a iluminação no versículo 12 e a inspiração no versículo 13.

 

IV. AUTORIDADE: Dizemos que a bíblia é um livro que tem autoridade porque ela tem influência, prestígio e credibilidade (quanto a pureza na transcrição ou tradução), por isso deve ser obedecida porque procede de fonte infalível e autorizada.
A autoridade está vinculada a inspiração, canonicidade e credibilidade, sem os quais a autoridade da Bíblia não se estabeleceria. Assim, por ser inspirado, determinado trecho bíblico possui autoridade; por ser canônico, determinado livro bíblico possui autoridade, e por ter credibilidade, determinadas informações bíblicas possuem autoridade, sejam históricas, geográficas ou científicas.
Entretanto, nem tudo aquilo que é inspirado é autorizado, pois a autoridade de um livro trata de sua procedência, de sua autoria, e, portanto, de sua veracidade. Deus é o Autor da Bíblia, e como tal ela possui autoridade, mas nem tudo que está registrado na Bíblia procedeu da boca de Deus. Por exemplo, o que Satanás disse para Eva foi registrado por inspiração, mas não é a verdade (Gn.3:4,5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt.16:22); as acusações que Elifaz fez contra Jó (Jó.22:5-11), etc. Nenhuma dessas declarações representam o pensamento de Deus ou procedem dEle (procedem apenas por inspiração), e por isso não têm autoridade. Um texto também perde sua autoridade quando é retirado de seu contexto e lhe é atribuído um significado totalmente diferente daquele que tem quando inserido no contexto. As palavras ainda são inspiradas, mas o novo significado não tem autoridade.
 

VI. INERRÂNCIA OU INFALIBILIDADE: Inerrância significa que a verdade é transmitida em palavras que, entendidas no sentido em que foram empregadas, entendidas no sentido que realmente se destinavam a ter, não expressam erro algum.
A inspiração garante a inerrância da Bíblia. Inerrância não significa que os escritores não tinham faltas na vida, mas que foram preservados de erros os seus ensinos. Eles podem ter tido concepções errôneas acerca de muitas coisas, mas não as ensinaram; por exemplo, quanto à terra, às estrelas, às leis naturais, à geografia, à vida política e social etc.
Também não significa que não se possa interpretar erroneamente o texto ou que ele não possa ser mal compreendido.
A inerrância não nega a flexibilidade da linguagem como veículo de comunicação. É muitas vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por causa desta flexibilidade de linguagem ou por causa de possível variação no sentido das palavras.
A Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um livro de instrução religiosa repleto de erros? Se ele possui erros sob a forma de uma pretensa revelação, perpetua os erros e as trevas que professa remover. Pode-se admitir que um Deus Santo adicione a sanção do seu nome a algo que não seja a expressão exata da verdade? 
Diz-se que a Bíblia é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Se for parcialmente falsa, como se explica que Deus tenha posto o seu selo sobre toda ela? Se ela é parcialmente verdadeira

e parcialmente falsa, então a vida e a morte estão a depender de um processo de separação entre o certo e o errado, que o homem não pode realizar.
Cristo declara que a incredulidade é ofensa digna de castigo. Isto implica na veracidade daquilo que tem de ser crido, porque Deus não pode castigar o homem por descrer no que não é verdadeiro (Sl. 119:140,142; Mt.5:18; Jo.10:35; Jo.17:17). Aqueles que negam a infalibilidade da Bíblia, geralmente estão prontos a confiar na falibilidade de suas próprias opiniões. Como exemplo de opinião falível encontramos aqueles que atribuem erro à passagem de I Rs.7:23 onde lemos que o mar de fundição tinha dez côvados de diâmetro de uma borda até a outra, ao passo que um cordão de trinta côvados o cingia em redor. Sendo assim, tem-se dito que a Bíblia faz o valor do Pi ser 3 em vez de 3,1416. Mas uma vez que não sabemos se a linha em redor era na extremidade da borda ou debaixo da mesma, como parece sugerir o versículo seguinte (v.24) não podemos chegar a uma conclusão definitiva, e devemos ser cautelosos ao atribuir erro ao escritor.
Outro exemplo utilizado para contrariar a inerrância da Bíblia, encontra-se em I Co. 10:8 onde lemos que 23.000 homens morreram no deserto, enquanto que Nm. 25:9 diz que morreram 24.000. Acontece que em Números nós temos o número total dos mortos, ao passo que em I aos Coríntios nós temos o número parcial que somado ao restante dos homens relacionados nos versículos 9 e 10, deverá contabilizar o total de 24.000.
A inerrância não abrange as cópias dos manuscritos, mas atinge somente os autógrafos, isto é, os originais. Desse modo encontramos os seguintes tipos de erros nos manuscritos:

A) Erros Involuntários: Cometidos pelos escribas do N.T. devido a sua falta ou defeito de visão, defeitos de audição ou falhas mentais.
1) Falhas de Visão: Em Rm.6:5 muitos manuscritos (MSS) tem ama (juntos), mas há alguns que trazem alla (porém). Os dois lambdas juntos deram ao copista a idéia de um mi. Em At.15:40 onde há eplexamenoc (tendo escolhido) aparece no Códice Beza epdexamenoc (tendo recebido) onde o lambda maiúsculo é confundido com um delta maiúsculo.
Há também confusão de sílabas, como é o caso de I Tm.3:16 onde o manuscrito D traz homologoumen ôs (nós confessamos que) em vez de homologoumenôs (sem dúvida).
O erro visual chamado parablopse (um olhar ao lado) é facilitado pelo homoioteleuton, que é o final igual de duas linhas, levando o escriba a saltar uma delas, ou pelo homoioarchon, que são duas linhas com o mesmo início.
O Códice Vaticano, em Jo. 17:15, não contém as palavras entre parênteses: "Não rogo que os tires do (mundo, mas que os guardes do) maligno". Consultando o N.T. grego veremos que as duas linhas terminavam de maneira idêntica, em autos ek tou, no manuscrito que o escriba de B copiava.
Lc. 18:39 não aparece nos manuscritos 33, 57, 103 e b, devido a um final de frase igual na sentença anterior no manuscrito do qual eles se derivam.
O Códice Laudiano tem um exemplo no versículo 4 do Capítulo 2 do livro de Atos: "Et repleti sunt et repleti sunt omnes spiritu sancto", sendo este em caso de adição, chamado ditografia, que é a repetição de uma letra, sílaba ou palavras.
2) Falhas de Audição: Era de costume muitos escribas se reunirem numa sala enquanto um leitor lhes ditava o texto sagrado. Desse modo o ouvido traía o escriba até mesmo quando o copista solitário ditava a si próprio. Em Rm. 5:1 encontramos um destes casos, onde as variantes echômen e echomen foram confundidas. I Pe.2:3 também apresenta um caso semelhante com as variantes cristos (Cristo) e crestos (gentil), esta última encontrada nos manuscritos K e L.
No grego coinê as vogais e ditongos pronunciavam-se de modo igual dentro das respectivas classes. É o caso de ICo.15:54 onde o termo nikos (vitória), foi confundido por neikos (conflito), sendo que aparece em P46 e B como "tragada foi a morte no conflito".
Em Ap.15:6 onde se lê “vestido de linho puro” a palavra grega linon é substituída por lithon nos manuscritos A e C "vestidos de pedra pura". Desse modo uma só letra que o ouvido menos apurado não entendeu direito e que produziu completa mudança de sentido, torna-se erro grosseiro e hilariante.
3) Falhas da Mente: Quando a mente do escriba o traía, chegava a cometer erros que variavam desde a substituição de sinônimos, como o caso da preposição ek por apo, até a transposição de letras dentro de uma palavra, como o caso de Jo.5:39, onde Jesus disse "porque elas dão testemunho de mim" (ai marturousai) e o escriba do manuscrito D escreveu "porque elas pecam a respeito de mim" (hamartanousai).

B) Erros Intencionais: Erros que não se originaram de negligência ou distração dos escribas, mas antes de suspeita de alteração, principalmente doutrinária.
1) Harmonização: Ao copiar os sinópticos, o escriba era levado a harmonizar passagens paralelas. E’ o caso de Mt.12:13 onde se lê "...estende a tua mão. E ele estendeu; e ela foi restaurada como a outra". Em alguns manuscritos de Marcos o texto pára em "restaurada", sendo que em outros o escriba acrescentou as palavras "como a outra" para harmonizá-lo com Mateus. Outro tipo de harmonização ocorre quando os escribas faziam o texto do N.T. conformar-se com o A.T. Por exemplo, em Mc. 1:1 os escribas do W e Bizantinos mudaram "no profeta Isaias" para "nos profetas" porque verificaram que a citação não é só de Isaias.
2) Correções Doutrinárias: Certo escriba, copiando Mt. 24:36 omitiu as palavras "nem o Filho", pois o escriba sabia que Jesus era onisciente, e deduziu que alguém havia cometido erro (Alefe, W, Bizantino).
Os manuscritos da Velha Latina e da Versão Gótica apresentam como acréscimo, em Lc. 1:3, a frase "e ao Espírito Santo" como "empréstimo" de At.15:28.
3) Correções Exegéticas: Passagens de difícil interpretação eram alvos dos escribas que tentavam completar o seu sentido através de interpolação e supressões.
Um caso de interpolação encontra-se em Mt. 26:15 onde as palavras "trinta moedas de prata" foram alteradas para "trinta estateres" nos MSS D, a e b, afim de definir o tipo de moeda mencionada. Mais tarde outros escribas (dos manuscritos 1, 209 e h) que conheciam os dois textos, juntaram-no produzindo a frase "trinta estateres de prata".
4) Acréscimos Naturais ou de Notas Marginais: Determinado leitor do Códice 1518 anotou nas margens de Tg. 1:5 a expressão êgeumatikês kai ouk anthrôpines (espiritual e não humana). Quando este Códice foi copiado, o escriba dos manuscritos 603 incluiu esta expressão no texto: "Se alguém de vós tem falta de sabedoria espiritual e não humana, peça-a a Deus...". 

XI. INTERPRETAÇÃO: É a elucidação ou explicação do sentido das palavras ou frases de um texto, para torná-los compreensivos.
A ciência da interpretação é designada hermenêutica, e, em razão de sua abrangência, requer um estudo especial separado da Bibliologia

 

 

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